Livro "Atravessagem" reúne reportagens que acompanharam as transformações midiáticas
maio 20, 2014
Propor um diálogo entre a produção
jornalística da redação e da academia, além de analisar por meio de reportagens
as mudanças midiáticas. Esta é a proposta do livro Atravessagem – Reflexos e reflexões na memória de repórter (192 p.,
R$ 63,40), escrito pela jornalista e pesquisadora Cremilda Medina e lançado
pela Summus Editorial.
Autora de 14 livros e professora
aposentada sênior na Universidade de São
Paulo (USP), Cremilda exerceu o jornalismo em vários veículos de
comunicação, como o Jornal da Tarde,
O Estado de S. Paulo e as TVs Bandeirantes e Cultura, entre outros. “Decidi eleger uma antologia cronológica de
reportagens articulada com ensaios decorrentes dos estudos universitários”, diz
a autora.
Na obra, ela traz análises sobre a
profissão e grandes reportagens realizadas durante a sua carreira. Ao
intercalar teoria e prática, Cremilda mostra que é possível não haver
descompasso entre o que pensa como pesquisadora e o que realiza como jornalista.
Mais do que isso, a proposta do livro é construir uma interação social transformadora,
explorando temas atuais, como as manifestações de rua ocorridas em 2013.
“Muitos manifestantes jovens expressaram o novo grito de
autonomia e afirmação da voz que ecoou profundamente na minha consciência”, afirma a autora. Na mesma época, Cremilda afirma que os
repórteres também saíram do lugar de conforto, das redações, servindo-se da
internet, para se juntar às multidões e se expor aos riscos da violência
incontrolável, inclusive dirigida aos jornalistas.
Ao longo da obra, Cremilda propõe o
exercício jornalístico por meio das mídias tradicionais e das tecnologias
digitais. A autora acredita que em um ambiente democrático, o que denomina
signo da relação é que a mediação autoral do comunicador constrói uma interação
social transformadora.
A obra tem também o caráter de propor
um exercício jornalístico por meio das mídias tradicionais e das tecnologias
digitais, em um ambiente democrático. “A
proposta é construir uma interação social transformadora, explorando temas
atuais, como as manifestações de rua ocorridas em 2013 que trouxe impactos
sociais, mas sobretudo na redação e da visão do jornalista sobre a a sociedade”,
explica a autora.
No mais, um dos objetivos da autora na obra é recuperar um processo de quatro décadas em São Paulo, pois foi
no planalto paulista que a vocação de repórter amadureceu definitivamente. Ela
deixou de lado os primeiros passos, em Porto Alegre, e escolheu os reflexos e
as reflexões dos anos 1970 em diante.
Ainda no livro, a autora divide a experiência
em debates interdisciplinares sobre temas contemporâneos e revela, na própria
atuação, o comprometimento ético, técnico e estético com a linguagem dialógica. “Justamente a partir daí assumi a pesquisa,
alicerce da cultura uspiana, em comunhão com crescentes oportunidades
jornalísticas no mercado externo à universidade”, recorda-se.
Dessa forma, ela reforça a
importância do mediador autoral na comunicação social, capaz de criar elos de
cidadania para os mais marginalizados da informação oficial e canais de
expressão para os sujeitos anônimos da sociedade civil.
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Jornalista
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