#Luto: Mundo se despede do escritor Gabriel García Márquez

abril 18, 2014

Foto: Revista Vanity Fair / Reprodução.


Ganhador do Nobel de Literatura em 1982 e considerados um dos autores mais importantes do século XX, o colombiano Gabriel García Márquez faleceu aos 87 anos nesta quinta-feira (17/04), na Cidade do México, capital do México.

Gabo, como era carinhosamente conhecido, estava em tratamento contra um câncer linfático desde 1999 e também sofria de demência senil há alguns anos. Já bastante debilitado, recebia tratamento paliativo em casa.

De acordo com um comunicado da família divulgado para a imprensa, o corpo do escritor será cremado em uma cerimônia íntima e restrita. Não foi informado o local, nem quando isso irá ocorrer. Também não há informações quando os restos mortais do escritor serão levados para a Colômbia.

Na próxima segunda-feira (21/04), o Palácio de Belas-Artes da capital mexicana está preparando uma homenagem aberta ao público para celebrar o legado do escritor. Na Colômbia, o presidente Juan Manuel Santos decretou três dias de luto nacional pelo falecimento de García Márquez.

No Brasil, a presidente Dilma Rousseff lamentou a morte do autor. "Foi com tristeza que soube da morte do escritor colombiano Gabriel García Márquez. Dono de um texto encantador, Gabo conduzia o leitor pelas suas Macondos imaginárias como quem apresenta um mundo novo a uma criança", disse Dilma em sua conta oficial no Twitter.

Obra

Impossível não falar de Gabriel García Márquez sem lembrar de seu livro mais famoso, Cem Anos de Solidão (1967). O romance que narra a saga da família Buendía e que vendeu mais de 50 milhões de cópias. Entre os críticos, o livro é considerado uma obra prima da literatura em língua espanhola.

Quando adolescente, tentei ler Cem Anos de Solidão duas vezes. Só na última consegui. O livro exige uma certa maturidade, pois tem um tom saudosista e tem a solidão como principal mote. Além disso, possui uma narrativa inicial lenta e exige que o leitor se desfaça de algumas características mais atuais de dinamismo narrativo.

Cem Anos de Solidão tem um estilo único. Fala sobre a universalidade dos conflitos familiares. Talvez por isso, Gabo nunca liberou uma adaptação para o cinema. Em minha opinião, o livro só ganha ritmo do meio para o final. Acredito que o tom descritivo e poético foi o que consagrou Gabo para o mundo.
Foto: Miguel Tovar / AP / Reprodução.

E esta questão do ritmo narrativo pode ser percebido também no livro Crônica de uma morte anunciada (1981). Nesta obra, o autor retoma a sua veia jornalística e presenteia o público com um texto mais enxuto e objetivo. Outras obras como O amor nos tempos do cólera (1985), Notícia de um sequestro (1996) e Viver para contar (2002) já mostram facetas diferentes e são igualmente interessantes.

Mas García Márquez não deixou legado só no mundo da literatura. Jornalista por formação, o autor colombiano criou a Fundação para o Novo Jornalismo Ibero-americano (FNPI) que propôs um novo diálogo narrativo para a imprensa, visto o crescimento das internet como processo de democratização da informação.

Por conta do tratamento do câncer e da demência, Gabriel García Márquez passou, praticamente, a última década sem publicar nenhuma outra obra inédita. Coube ao irmão dele, Jaime García Márquez, dirigir a FNPI e aos fãs do mundo inteiro deixar a sua obra viva. Com a sua partida, Gabo que já era um “imortal” por conta do seu legado, está ainda mais vivo. Para quem ainda não conhece a obra dele, fica o convite. Um brinde a García Márquez!





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Jornalista

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