Será que estamos preparados para sediar a Copa do Mundo?

abril 16, 2014

Foto: FIFA / Reprodução.


Zapeando pelas redes sociais, encontrei um post de uma amiga que teve o voo atrasado no aeroporto do Rio de Janeiro. No desabafo, ela falou da questão da falta de infraestrutura de muitos aeroportos brasileiros que, provavelmente, não conseguirão ter as obras concluídas até os jogos da Copa do Mundo, além da questão das manifestações que já começaram de forma pontual em várias cidades.

Numa pesquisa rápida pela internet, vi que o aeroporto de Fortaleza é um dos que estão mais atrasados. Tivemos seis anos para “arrumar a casa” e não conseguimos. Está tudo “debaixo do tapete”. E esta situação também é revertida às condições de alguns estádios e, sobretudo, na questão do transporte público. 

Belo Horizonte, por exemplo, teve o metrô como promessa, mas não saiu nada do papel. Ganhamos um BRT/MOVE que mais atrapalha o trânsito do que ajuda. Atrapalha, no sentido que o sistema foi inaugurado, sem ter obras das estações concluídas. Fora que o acesso ao Mineirão, estádio que vai receber os jogos da Copa, é muito ruim.

Daí, vem a pergunta que já virou bordão: se está desse jeito agora, imagina na Copa? Será que estamos preparados para sediar a Copa do Mundo? A resposta pode parecer pessimista, mas não é: infelizmente, não estamos. O Brasil gastou muito dinheiro com investimentos que – por desvios, atrasos e joguetes políticos-partidários, atrasou todo o esquema.

Tudo bem que a população não foi consultada se queríamos ou não sediar a Copa do Mundo e aceitar as exigências (muitas vezes descabidas) da FIFA, mas já que o evento veio, tínhamos a obrigação moral de fazer um evento bonito para nós mesmos e para os turistas gringos. E não é isso que estamos vendo.

Gente, somos o país do futebol. E com a Copa do Mundo conseguimos ver – mesmo com muita dificuldade e de forma míope que a paixão pelo esporte traz, o quanto os dirigentes, políticos e empresários são capazes de usar eufemismos para esconder o óbvio: a casa caiu.
Aeroporto de Fortaleza e Arena Itaquerão: obras inacabadas para a Copa do Mundo.
Foto: UOL / Reprodução.

Um exemplo disso é a Arena Itaquerão, de São Paulo, que vai receber a abertura dos jogos da Copa do Mundo, mas nem sequer foi concluída. Como é que se escolhe um estádio para abrir um evento sem que ele ao menos esteja pronto? E olha que isso é apenas a ponta do iceberg de vários questionamentos possíveis de ser feito.

Ainda zapeando nas redes sociais, me deparei com um artigo de um jornalista dinamarquês que queria cobrir a Copa do Mundo e desistiu. Desistiu porque se deu conta de que o Brasil está escondendo todas as suas mazelas e falcatruas por conta da Copa. E espero sinceramente que os gringos repercutem este texto da mesma forma que está acontecendo no Brasil.

Já que vamos mesmo ter a Copa, que consigamos fazer deste evento um momento de confraternização e manifestação pacíficas. Confraternização no sentido de acolher bem os turistas daqui e os de outros países. Manifestação porque, com toda certeza, a população (e os grupos sociais) vão para as ruas de novo, como aconteceu em junho, durante a Copa das Confederações.

O bom é que estamos vivendo em um ano eleitoral. E a resposta que alguns políticos fazem questão de nos dar tem que ser a mesma que vamos depositar nas urnas em outubro. Chega de omissão e de votar no menos pior. Vamos fazer valer as possibilidades que este atual modelo democrático nos dá. É hora de dar um basta para a politicagem!





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Jornalista

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