"Meu Pedacinho de Chão", nova novela das 6, resgata o mundo da fantasia e da fábula na TV

março 24, 2014



Contar as diferenças sociais e políticas de uma cidade do interior sob o ponto de vista de duas crianças. Se em 1971, época em que Benedito Ruy Barbosa escreveu, a novela das 6, Meu Pedacinho de Chão, o folhetim já chamou a atenção do público por conta desta proposta, imagina agora quando a ideia é subverter o realismo pragmático das novelas e adotar o mundo da fantasia e da fábula.

Sob a direção geral de Luiz Fernando Carvalho – antigo parceiro de Benedito em novelas como o Rei do Gado e Renascer, a proposta de Meu Pedacinho de Chão é ousada: poucos personagens, cenário lúdico e um tom de realismo fantástico que lembra produções como as séries Hoje é Dia de Maria, A Pedra do Reino, Once Upon a Time: Wonderland e a leitura mais recente de filmes como a Fantástica Fábrica de Chocolates e Alice no País das Maravilhas, ambas do diretor Tim Burton.

Mas, será que o telespectador vai comprar esta nova proposta? De maneira ousada, é a primeira vez que a Rede Globo arrisca utilizar essa linguagem em uma novela do horário nobre – apesar de ter obtido bastante sucesso com Cordel Encantado, que também brincava, de certa forma, com um reino lúdico em meio ao sertão nordestino.

A história do folhetim se passa na Vila de Santa Fé e tem os pequenos, Serelepe (Tomás Sampaio) e Pituca (Geytsa Garcia), como protagonistas. No povoado, dois coronéis brigam pelo poder: o Coronel "Epa" Epaminondas (Osmar Prado) e o Coronel Giácomo (Antônio Fagundes), sendo o Coronel "Epa" completamente contra o progresso. Querendo ver o "circo pegar fogo", Pedro Falcão (Rodrigo Lombardi) doa um pedaço do seu chão comprado do coronel “Epa” para que nele fossem construídas uma venda e uma capela. Isso basta para a guerra entre eles ser declarada.
Fotos: Divulgação / TV Globo.

No meio de toda essa confusão, a Professora Juliana (Bruna Linzmeyer) chega à Vila com vontade de ensinar o povo a se libertar de atitudes nada democráticas por meio da educação. Mas, por conta desta proposta, a professorinha ficará na mira dos coronéis que não vão gostar nada desta postura “revolucionária”.

Além disso, Renato (Bruno Fagundes), um jovem médico da cidade grande, resolve ir para Vila de Santa Fé após um desafio do pai e acaba se apaixonando pelo local e lutará por melhores condições dos moradores. Ainda no elenco nomes como Emiliano Queiroz (Padre Santo), Juliana Paes (Madame Catarina Epa), Irandhir Santos (Zelão), Paula Barbosa (Gina), Gabriel Sater (Viramundo), Cintia Dicker (Milita), entre outros.

Fantasia

Para compor o “mundo de faz de conta” da novela Meu Pedacinho de Chão, o cenógrafo Keller Veiga, o diretor de arte Raimundo Rodriguez e o produtor de arte Marco Cortez construíram uma cidade cenográfica de 8 mil metros quadrados no Projac com casas de lata, árvores recobertas de crochê colorido, figurino, animais mecânicos e cenografia totalmente baseado em brinquedos do século XIX.

Uma curiosidade é que a primeira versão da novela foi exibida pela TV Cultura e Rede Globo, simultaneamente, na década de 1970, e tinha como proposta ser um folhetim educativo para alertar o produtor rural sobre os problemas do campo, como esclarecimentos sobre algumas doenças, a importância da alfabetização, vacinação e legalização do trabalho rural, em meio ao período da Ditadura Militar. Mesmo abordando o tom de mundo da fábula, será que o remake vai dar destaque para estes assuntos também? É esperar para ver. Meu Pedacinho de Chão estreia dia 07 de abril, às 18h.





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