Uma homenagem às novelas e as Helenas de Manoel Carlos

janeiro 20, 2014



Dia 03 de fevereiro ele está de volta. O novelista Manoel Carlos retorna ao horário da Rede Globo para a sua última novela, Em Família. Famoso por colocar as suas heroínas com o nome de Helena, o roteirista promete desta vez fazer um caminho diferente com a sua principal personagem-símbolo.

Nesta nova e última novela, o público poderá conhecer três fases da Helena que será vivida pelas atrizes Julia Dalavia, Bruna Marquezine e Julia Lemmertz. Há uma expectativa interessante em torno disso, uma vez que Lilian Lemmertz – mãe de Julia Lemmertz, foi a primeira Helena do autor. Um ciclo que se fecha.

Maneco, como é carinhosamente chamado pelos amigos do meio artístico, é um novelista com um trabalho muito particular. Em suas novelas, ele sempre deu espaço ao drama, aos bons diálogos e ao caminho mais realista possível de se contar uma história.

Foi ousado em propor uma Helena negra e mais jovem que as outras de suas novelas em Páginas da Vida. Bem sucedida, a Helena de Taís Araújo não vingou porque era correta e não tinha conflitos. Os problemas da Helena de Taís eram problemas das outras personagens que estavam em volta dela, mas não da protagonista em si – o que acabou a ofuscando.
Julia Lemmertz, Bruna Marquezine e Julia Dalavia vivem em fases diferentes
a personagem Helena na novela "Em Família". Foto: TV Globo / Reprodução.

Em entrevista para o jornal O Globo, o próprio autor reconheceu este erro. “No caso da Taís, era uma mulher vitoriosa, uma modelo. E teve ainda a trama da Luciana (Alinne Moraes), que teve um grande apelo popular e jogou a Helena para escanteio. Foi um erro meu, de estratégia. A culpa foi minha”, disse o autor.

Em outra parte da entrevista ele falou sobre o ritmo alucinado de Avenida Brasil. “Avenida Brasil (2012) foi uma novela muito acelerada e chegaram a dizer que os folhetins agora seriam todos assim. Novela precisa é prender o público! Não tem nenhum sentido eu resolver inventar a roda agora. Ficaria ridículo. Tenho que fazer o que eu sei fazer. (...) A gente erra muito. Mas as novelas são tão longas que dá tempo de corrigir. Eu já recuei em muita coisa também. Até seguindo opinião dos telespectadores (...)”, disse o autor.

Mesmo com alguns tropeços, a maior qualidade das novelas de Manoel Carlos são os diálogos humanos, esse olhar de cronista sobre os acontecimentos da vida. Maneco conseguiu, no decorrer das suas obras, imprimir uma marca sem soar repetitivo. Criou a heroína Helena, imortalizou o Leblon como seu principal cenário carioca e eternizou o Dr. Moretti, o médico da família.

Para aplaudir o fantástico mundo de Maneco, o portal Gshow criou uma página especial sobre as Helenas de Manoel Carlos. Lá é possível rever vídeos e assistir depoimentos de algumas atrizes que deram vida a diferentes tipos de Helena como Regina Duarte, Christiane Torloni, Vera Fischer e Maitê Proença. Uma viagem no tempo. Uma homenagem.

Helenas

De todas as novelas que Manoel Carlos já escreveu, as que mais me marcaram foram Laços de Família e Mulheres Apaixonadas. Laços tinha uma trama muito polêmica porque a filha se apaixonava pelo namorado da mãe e a mãe abria mão desse relacionamento em nome da felicidade da filha.

Na época, acho que fui o único que odiava com todas as minhas forças a personagem da Carolina Dieckman por ter bancado a fura olho com a própria mãe. Adorava a personagem da Débora Secco que falava umas verdades na cara dela e colocava o dedo na ferida. Também teve o merchandising social da doação de medula óssea para o enfrentamento da Leucemia.

Algo super válido. Mas nada me tira da cabeça até hoje que o Maneco inventou essa trama só para dar uma suavizada no personagem da Carolina Dieckman para que o público, é claro, não tomasse ódio dela. Mas enfim, foi a interpretação que tive como telespectador.

Mulheres Apaixonadas achava fantástico a trama se passar em uma Escola. Desta vez, a Helena era uma educadora e, na minha opinião, a Christiane Torloni fez a Helena mais charmosa de todas. Foi a novela que falou do MADA (Mulheres que Amam Demais), por meio da Heloísa ciumenta.

Também tinha a história da professora que era alcoólatra, das meninas lésbicas e da garota que maltratava os avós. Mulheres Apaixonadas foi a primeira novela da Bruna Markezine que vivia uma menininha sensitiva que chorava a novela inteira por conta da avó trambiqueira.

Por coincidência, as duas novelas já foram reprisadas no Vale a pena Ver de Novo. E se passar mais uma vez, assisto de novo. São as minhas novelas preferidas do Manoel Carlos. Pena que o canal Viva optou por reprisar pela segunda vez a novela História de Amor

E você, qual é a sua Helena preferida?





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Jornalista

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2 comentários

  1. Ah... Como tenho AMOR pelos textos de Maneco.

    Como esquecer do charme de Cristiane Torloni como Helena ou da Helouquisa? Ou ainda da morte da Nanda, mãe da Bruna Marquezine.

    Realmente, de todas, destaco muito Mulheres Apaixonadas como a minha favorita.

    Mas, empatada está também POR AMOR. Romântica, novelão clássico, com Suzana Vieira roubando a cena como a antagonista Branca, uma Helena com a moral para lá de duvidosa, Viviane Pasmaquer dando UM SHOW como antagonista do casal principal, uma abertura fenomenal contando a história de mãe e filha (na trama e na vida real).... Enfim, vou parar aqui se não começo a reassitir agora! hahaha


    Amor a vida foi uma GRANDE decepção, assim como Páginas da Vida - que apesar de ter tido seus bons momentos, é muito aquem das suas antigas tramas.
    Mas, Maneco se mostrou ainda em forma com a minissérie Maysa. Agora, fica toda a minha torcida para Em Família. Quero me apaixonar de novo por uma Helena <3

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  2. De todas as Helenas do Manuca, minha favorita é Lilian Lemmertz e a pior de todas foi Tais Araujo... Conseguiu transformar a protagonista em coadjuvante ... quase participação especial

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