Obituário – Morre Nelson Mandela, o maior líder negro do mundo

dezembro 05, 2013

Foto: Editora Bizâncio / Reprodução.

“Ninguém nasce odiando outra pessoa pela cor de sua pele, por sua origem ou ainda por sua religião. Para odiar, as pessoas precisam aprender. E se podem aprender a odiar, podem ser ensinadas a amar”. (Nelson Mandela)



Considerado um ícone da democracia e da luta pela igualdade racial, o ex-presidente da África do Sul, Nelson Mandela, faleceu na noite desta quinta-feira (05/12). O anuncio foi feito pelo então presidente sul-africano, Jacob Zuma, por volta das 20h, em pronunciamento pela TV.

Aos 95 anos, Madiba – como era chamado carinhosamente pelo seu povo, ficou hospitalizado quatro vezes este ano em decorrência de uma infecção pulmonar ocasionada pelo período de 27 anos que foi arbitrariamente preso, em decorrência da luta pelo fim do apartheid. Naquela época, ele contraiu tuberculose.

Nelson Mandela deixa o mundo e entra para história. Se pararmos para pensar, no século XX, ele pode ser considerado, sem sombra de dúvidas, o maior líder negro do mundo. De forma pacífica e acolhedora, Mandela lutou para que a África do Sul pudesse ser um país sem segregação racial. Com isso, merecidamente, ganhou ao lado de Frederik Willem de Klerk, o prêmio Nobel da Paz em 1993.

E, com toda certeza, inspira outros lugares do mundo que, até hoje, vivem de perto o preconceito das suas mais diversas formas. Fecho os olhos e lembro de Nelson Mandela sempre com um sorriso afável, como se descobrisse um novo mundo a todo momento.

Mandela foi líder no melhor sentido da palavra. Não só porque depois de muitos anos conseguiu ser presidente do país que tanto amou e lutou para ser um lugar melhor, mas sim porque o povo sul-africano reconheceu nele a figura de quem poderia fazer este processo de transição da repressão para a igualdade.

Indiretamente, Nelson Mandela sempre fez parte da minha família. Cresci ouvindo meu pai falar da luta dele, do quanto ele admirava este homem que mesmo ficando quase três décadas preso, foi símbolo de um protesto pacifista pela inclusão do negro na sociedade.
Foto: Editora Bizâncio / Reprodução.

Meu pai é tão fã de Mandela, que a minha irmã mais nova se chama Winnie Mandela. Na visão do meu pai, de todos os amores que Nelson Mandela já teve, a Winnie foi a figura mais marcante e emblemática na vida dele.

Foi com tristeza que soube hoje – também pelo pai, da morte de Nelson Mandela. Meu pai estava assistindo o noticiário na sala quando me gritou que Mandiba havia falecido. Fiquei em choque. Mais uma personalidade negra que admiro que nos deixa.

Vi a repercussão na internet. Assisti o noticiário e ainda fiquei com um nó na garganta. Não podia fazer esse obituário sem tocar no quanto a figura de Nelson Mandela faz parte da minha vida, da minha trajetória. Até do filme Invictus, inspirado numa passagem real da África do Sul, eu me lembrei. Deu vontade de assistir de novo como homenagem.

Mandiba nos deixa com um legado importante para a história do povo negro. Nunca fomos submissos. Mas ainda é preciso fazer mais. Muito mesmo. De ver o negro no Brasil e no mundo ocupando posições chaves, contribuindo para escrever uma nova história inspiradora de igualdade, fraternidade e justiça. De mais esperança. De mais liberdade.




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Jornalista

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