Café Convidado – Internet das Coisas quer propor um mundo cada vez mais conectado

dezembro 10, 2013

Foto: Revista Info / Reprodução.

Na seção Café Convidado desta semana, o especialista em segurança da informação, Erick Pedretti Nobre, fala sobre um novo conceito mundial que está revolucionando o modo com as pessoas utilizarão a internet nos próximos anos: a Internet das Coisas.

Para o especialista, já existe uma previsão de empresas de consultoria que até 2020, por exemplo, grande parte dos aparelhos e eletrodomésticos serão conectados à rede, facilitando o uso do homem e criando respostas cada vez mais intuitivas. Abaixo, confira o texto:


Internet das Coisas


*Por Erick Pedretti Nobre


Quando você ouve a palavra Internet, qual a primeira imagem que vem na sua cabeça? 99% das pessoas pensariam em navegação por websites com os mais diversos conteúdos disponíveis na grande rede de computadores. Felizmente, esse tipo de pensamento já é passado. A resposta mais correta atualmente seria: uma grande rede virtual conectando pessoas, coisas e tudo que possa ser colado a uma etiqueta eletrônica, também conhecida como tag.

Essa conectividade de tudo é conhecida como Internet das Coisas. Não é um equipamento, nem um software. Trata-se de uma tecnologia que está sendo desenvolvida para que os objetos do nosso dia-a-dia sejam criados em ambientes inteligentes, facilitando a vida das pessoas. Esse sistema conecta diversos objetos, não somente os computadores, notebooks, tablets ou celulares, mas também as televisões, geladeiras, automóveis, etc.

Se você ainda não tinha ouvido falar sobre isso, é bom se acostumar, porque o assunto deve inundar nossas vidas em pouco tempo, a começar pela própria internet como a conhecemos.

Já temos carros conectados, que podem ser guiados sem a necessidade de um motorista. As geladeiras já estão conectadas na Internet, permitindo inclusive ser identificado automaticamente quais os alimentos que estão faltando e criar uma lista de compras, sem a necessidade do usuário sequer ter alguma interação. Arrisco a dizer que muito em breve, sua geladeira poderá acessar o site do supermercado e fazer as compras por você, sem precisar sair de casa.
Foto: Site Web Segura / Reprodução.

A Internet das Coisas nasceu no laboratório Auto-ID do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), e se refere ao conceito de identificação por RFID (Radio-Frequency IDentification) e marcação de objetos do mundo físico.

O RFID é um método de identificação automática através de sinais de rádio, recuperando e armazenando dados remotamente através de dispositivos denominados etiquetas RFID. Uma etiqueta (ou tag) RFID é um transponder, pequeno objeto que pode ser colocado em uma pessoa, animal, equipamento, embalagem ou produto, entre outros.

Um estudo da empresa americana Cisco Systems mostra que, atualmente, já existem mais objetos conectados à internet do que pessoas no mundo. Em 2020, 50 bilhões de coisas estarão conectadas à Internet. Em uma década, empresas e consumidores terão visto US$ 14,4 trilhões circularem por causa desta nova era, segundo previsão da empresa.

Rob Lloyd, presidente de vendas e desenvolvimento da Cisco Systems, declarou em uma conferência em março deste ano que 99% dos eletrônicos do mundo estão desconectados da internet.

Por isso, o próximo passo é a Internet das Coisas, em que esses dispositivos poderão ser postos online. Os setores de fabricação, público, energia, utilidades, saúde, finanças, seguros, transporte e distribuição serão os primeiros a se movimentar neste sentido, na visão da Cisco.

Uma startup holandesa, a Sparked, colocou sensores com wireless no gado. Assim, quando um animal está doente ou quando uma vaca está grávida, os sensores avisam o fazendeiro.

Algumas marcas já usam a Internet das Coisas para se manter na lembrança de seus consumidores. É o caso da água Bonafont, que criou a geladeira que twitta quando o usuário abre o eletrodoméstico para beber água.

“Bebemos menos água do que deveríamos. Embora o mínimo indicado seja o consumo de dois litros de água por dia, cada brasileiro toma, em média, 1,2 litros diários. A razão é muito simples: ninguém se lembra de beber água. Principalmente durante o expediente de trabalho”, diz o vídeo da marca sobre a geladeira. A ideia da empresa é que os usuários do Twitter se lembrem de beber água ao ver as publicações, ficando cientes do consumo mínimo.
Foto: Blog Marcelo Lapola / Reprodução.

Elise Ackerman, colunista da Forbes, recentemente cogitou a ideia de que uma startup de Internet das Coisas poderia ser a próxima Microsoft. Sarah Rotman Epps, analista da Forrester, escreveu em seu blog sobre o papel que as tecnologias vestíveis, proeminentes deste segmento desempenharão no futuro da computação pessoal.

A empresa de consultoria Gartner mencionou a Internet das Coisas entre as 10 tendências de estratégia tecnológica para o próximo ano, afirmando que mais de 30 bilhões de objetos serão conectados até 2020. Segundo o Gartner, a Internet das Coisas vai apoiar fortemente a TI, principalmente no Brasil, onde há mais de 260 milhões de celulares ativos.

De acordo com uma pesquisa global da consultoria, atualmente mais de 50% das conexões de internet são para conectar coisas. Em 2011, foram 15 bilhões de conexões permanentes e 50 bilhões esporádicas. A previsão do Gartner é de que esses números cresçam dez vezes até 2020.

Isso é apenas o inicio de um ciclo de renovação tecnológica que nos auxiliará na otimização de nossas tarefas consideradas básicas e simples. Bem-vindo à Internet das Coisas, bem-vindo ao novo mundo onde a internet começa dar vida aos mais simples aparelhos que fazem parte do nosso cotidiano. O futuro já começou.


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*Perfil: Erick Pedretti Nobre é especialista em segurança da informação, gerenciamento, wireless, e Account Manager da empresa CYLK.







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