Café na Web – Por que o desafio da Girafa invadiu o Facebook?
outubro 30, 2013Foto: Wikimedia / Reprodução. |
Foi tudo muito rápido. De um dia para
o outro, usuários do #Facebook viram
a rede social invadida por girafas. Como assim? Agora estão fazendo testes com
girafas? Elas estão em extinção? Será mais um meme? Uma ação promocional? Não.
A coisa é mais simples do que se imagina.
Trata-se de uma brincadeira criada
pelo vlogger neozelandês, Andrew Strugnell, de 24 anos, que resolveu propor um passatempo
para os seus amigos e seguidores no seu canal no YouTube.
Quem errasse a resposta teria que ficar três dias usando como foto de uma
girafa como perfil no Facebook.
Logo, a brincadeira virou uma febre
na internet. Gente contra e a favor. O site
da revista @_info foi um dos primeiros aqui no Brasil a postar uma
matéria sobre o assunto. Até a CNN
fez uma matéria sobre a charada que virou um dos mais famosos casos de
virais do mundo.
Teve um outro site
que postou a resposta da charada e, nos comentários, é possível ler uma
análise de comportamento do perfil de quem participa da brincadeira. Uma
loucura! Todo mundo amando virar Girafa no Facebook. Uma comoção generalizada.
E pensar que tudo começou assim:
E depois virou isso tudo:
Você é incrível, Brasil! http://t.co/Eptcl0KQCP
— Andrew Strugnell (@strugsnotdrugs) October 30, 2013
My friends and I are working on something that could take The Great Giraffe Challenge to the next level tonight. #excited!
— Andrew Strugnell (@strugsnotdrugs) October 30, 2013
Até o fechamento desta edição, a
página no Facebook do The Great Giraffe Challange
já conseguiu a marca de 100 mil curtições. Um recorde se analisarmos que a
brincadeira não tem nem uma semana de vida. São, praticamente, alguns dias no ar.
Por mais que a brincadeira seja boba, não deixa de ser um fenômeno.
O site
Q96.1 foi o primeiro a entrevistar o criador da brincadeira por Skype. Na
entrevista feita [em inglês] por Josh Archer, ele chama Andrew de "o homem
por trás da mania girafa" e ainda obtém uma confissão do vlogueiro que
afirma que ele não foi o autor da charada, mas que achou legal propor uma
brincadeira para “quebrar o gelo” nas redes.
Ele ainda afirmou que está (re)construindo
com a ajuda de alguns amigos o site do desafio da girafa
para que mais pessoas possam brincar e ter algo que possa fazer num próximo
nível, depois que descobrirem a resposta da charada. E você, participou da
brincadeira?
Opinião
Reconheço a Charada da Girafa como um fenômeno da internet – como são todos os
memes, mas não achei graça na brincadeira. Não curti. Me lembrou muito os
tempos áureos do Orkut, onde as pessoas inventavam brincadeiras por “Depoimento”
ou via scrap no mural uma das outras.
Se já não gostava de brincadeira
naquela época, imagina agora? Detestei. Mas comprovei uma teoria particular:
isso não é algo da rede social em si, mas das pessoas. Tudo bem que o Orkut não
é mais o rei das redes sociais, mas o comportamento do usuário continua mesmo,
independente da plataforma.
Em um primeiro momento, até cheguei a
pensar que o meme da Girafa poderia
ser uma ação promocional. Aqui no Brasil existe uma lanchonete famosa com o nome do animal. Poderia ser uma ação, porque não? Até pensei que o prêmio
deveria ser muito bom para mobilizar o povo a mudar a foto do perfil desse
jeito.
Foto: Wikimedia / Reprodução. |
Estava enganado. Antes fosse uma ação
promocional da lanchonete. Era uma brincadeira. Repito: uma brincadeira!!! E o
mais inacreditável é que o vlogueiro gringo nem é tão famoso assim para
conseguir todo esse poder de alcance. A criatura (no caso, a charada) superou o
criador. Ganhou vida própria e tradução para o Brasil.
Como todo meme, as pessoas se
identificaram com a brincadeira. Quiseram passar o tempo, se divertir. Qual é o
problema disso? A questão é que grande parte dos internautas que toparam o
desafio não sabiam nem do que se tratava, nem de onde vinha a brincadeira.
Apenas via o amigo participando da charada e “ia na onda”.
Talvez, o problema está justamente
aí: ir na onda. Não falo da brincadeira em si, mas no ato de uma maneira geral.
Na semana passada mesmo, fiz um post
aqui no Café com Notícias falando do modelo de publicidade do Facebook
que utiliza o perfil de um usuário para recomendar posts patrocinados.
Como recomendar algo para os seus
amigos que você não sabe nem de onde vem, nem do que se trata? Tudo bem: é só
uma brincadeira. Mas se não fosse. E se a charada fosse uma ação publicitária de marketing guerrilha
para promover alguma marca ou produto? Você teria feito propaganda de graça
para algo sem ganhar nenhum tostão.
E, querendo ou não, participando da
brincadeira, você ajudou o vlogueiro neozelandês e a sua girafa ficarem famosos
mundialmente. Enquanto a internet não possuir um modelo de publicidade definido
[e justo], eu ainda prefiro desconfiar de tudo aquilo que clico, leio e
participo. Afinal, como diz o Gil Giardelli, “você é o que você compartilha”.
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Jornalista
3 comentários
concordo plenamente contigo, recebi a 'brincadeira' e errei é claro e é claro também que não mudei minha fotos no perfil.. eu não sou uma girafa e não vou compactuar com o que não sei do que se trata.
ResponderExcluirNão tenho Facebook, mas as minhas netas tem. Uma delas me contou sobre o que se tratava a charada e achei muito bobo. Elas que são crianças ainda, entrando na adolescência, acharam uma bobagem....imagina eu que nem sabia que dessas coisas todas. Mas tem gente que é assim: um pula da ponte e outro vai atrás.
ResponderExcluirEu participei da brincadeira da Girafa. Mas depois me dei conta do que estava fazendo e apaguei.
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