Café Convidado – Impressões mineiras no Rock in Rio 2013

setembro 23, 2013


Na seção Café Convidado de hoje, o analista de mídias sociais Bernardo Cançado fala sobre a sua experiência no Rock in Rio 2013. Ele, que foi ao festival com a namorada, no Rio de Janeiro, se sentiu surpreso com muitas coisas que viu no evento, se encantou com alguns shows e, como qualquer fã que curte uma boa música, se impressionou com algumas apresentações que pôde ver tão de perto. Abaixo, confira o texto:

Então vamos falar um pouquinho de música...


*Por Bernardo Cançado


Esta foi minha primeira edição no Rock in Rio. Fui motivado, principalmente, pela edição de 2011. Lembro que, em um único sábado, tocaram Frejat, Skank, Maná, Maroon 5 e o inesquecível show do Coldplay que, pra mim, foi um dos melhores de todas edições.

Comprei na pré-venda, sem saber as atrações e a medida que foram anunciadas fui me decepcionando. Tinha em mente umas seis bandas que eu dava como certas que viriam e nenhuma foi anunciada. Me restou a filosofia do "não tem tu, vai tu mesmo".

Já estava acordado minha namorada e eu que teríamos que escolher um sábado, por questões logísticas mesmo e que se nada agradasse, iríamos fazer um esforcinho para ir em uma das sextas-feiras. Cogitamos o primeiro sábado com Muse e Florence and The Machine e a sexta com Bon Jovi e Matchbox Twenty. Atrações que, particularmente, não empolgam.

O sábado, dia 21 de setembro, oferecia como atrações anunciadas os conterrâneos do Skank, a revelação do American Idol, Phillip Phillips, o queridinho da galera John Mayer e faltava o anúncio da atração principal da noite, que confesso, me amedrontava.
Foto: Divulgação / Flickr.

Por um acaso do destino, um capricho dos deuses, remanejaram Bruce Springsteen do domingo, dia 22 de setembro, para o sábado. Ufa! Conversa foi, conversa veio, e entramos em acordo que esse dia oferecia atrações que ambos gostavam e uma grande estrela internacional, além de ser no sábado como queríamos.

Chegou então o dia. Com tudo dando tão certo: voo no horário, hospedagem, tempo bom e logística de transporte acertada, não haveria de ser o evento que seria o ponto negativo. Optamos em ir um pouquinho mais tarde. Chegamos por voltas das 16h.

Os shows do Palco Sunset – apesar de não ter assistido nenhum inteiro, surpreenderam com muita animação e diversidade. Me arrependi de não ter assistido mais, mas foi a escolha mais sensata: é uma maratona de música e shows e por isso é importante se resguardar um pouco pra poder curtir tudo que o evento oferece. Não, eu não desci de tirolesa, não andei na roda gigante e na montanha russa. Eu queria música.


E então veio o Palco Mundo...


O Skank já era certo que não me decepcionaria. Fez um show recheado de sucessos, tentou variar ao máximo do show de 2011 e já colocou a galera pra pular, aqueceu mesmo a turma e foi um excelente cartão de visita pro que viria a seguir. Como sempre, profissionalismo impecável, entrando no horário exato e dando um show de luzes e técnica musical.

Phillip Phillips, que é um cantor que particularmente gosto, apesar de ser produto fabricado de um reality show, mostrou que ainda precisa amadurecer um pouco pra tocar em um evento desse porte. Na verdade, posso estar enganado, mas até demonstrou um certo nervosismo com aquelas 80 mil pessoas.

Por ter apenas um disco lançado na carreira, sua banda acabou fazendo inserções instrumentais um pouco enjoativas e desgastantes. Além disso, parecia não estar completamente ensaiado: as pausas entre as músicas demoravam muito, dando ás vezes até a impressão do show ter acabado. Phillip Phillips fez dois covers que particularmente não gostei: Thiller, de Michael Jackson, e uma versão chatíssima de Let´s Get it On, de Marvin Gaye.

Destaque mesmo para as canções Gone, Gone, Gone e Home, que são seus maiores sucessos até então. A banda demonstrou ser muito boa, excelente técnica. Talvez, fosse melhor ter feito um show mais curto e objetivo, digamos de uma forma bem ácida, recolhendo-se em sua insignificância.
Foto: Bernardo Cançado / Arquivo Pessoal.

John Mayer, que nitidamente era o mais aguardado por ali, fez um show legal. Parado, mas legal. Diferentemente do show anterior, mostrou ter caixa pra atender um público daquela magnitude, ainda mais com gritos de "lindo!", "casa comigo!", "gostoso!" e outros mais.

Sua banda é excelente e ele é de fato um grande guitarrista. Particularmente gosto da fase mais blues dele do que as suas famosas "mela-cueca". E ele soube misturar bem as duas. Foi sim, um show bem legal.

Já estava bem cansado e até cogitando a possibilidade de ir embora mais cedo, elegendo o show do Skank como melhor da noite. Apoiado pela Alessandra – minha namorada, decidi ficar.

Estranhamente começou uma debandada geral do público após o show de John Mayer, deixando claro que a maioria estava ali por ele, me causando muito espanto e até um certo pânico de que ficasse extremamente vazio, o que mais tarde percebi que não aconteceu, vendo pela televisão. Ainda bem que fiquei....ainda bem que essa turma foi embora.

Com muito mais espaço para circular e respirar, senti que poderia curtir esse show com muito mais conforto do que os três anteriores. Após uma troca de palco rápida e profissional, a maravilhosa e completa de Bruce Springsteen e sua E-Street Band se posiciona e começa a tocar os primeiros acordes, um som forte, de batida soul, com os metais em brasa.

Quando dei por mim, um elétrico Bruce Springsteen adentra ao palco, levando o público ao delírio e rasga uma versão de Sociedade Alternativa de Raul Seixas, em português casto, claro, carregado no sotaque. Foi o suficiente pra eu começar a pular igual um doido, cantar e ficar com cara de criança quando abre presente no natal.

Após colocar fogo no local como ninguém mais fez, Bruce falou o show todo em português e mandou um recado: ia tocar o álbum Born in The USA na íntegra, seu álbum mais famoso e recorde de vendagens. Foi o suficiente pra ninguém arredar o pé e angariar até mais um turma que desconfiava do que seria o seu show.
Foto: Divulgação / Flickr.

Emendou um sucesso atrás do outro, sem parar, andando de lá pra cá no palco, descendo para o meio do público, correndo, pulando e até, literalmente, indo pros braços da galera. Isso sem deixar de cantar uma letra. Daí em diante, foram 2h e 40 min de muito rock, sucesso, simpatia e acima de tudo: respeito ao público brasileiro.

Cantar uma música e falar português durante o show inteiro, mostrou o carinho e atenção dos artistas para com o seu público e deu uma aula de profissionalismo aos mais jovens que o antecederam naquele palco.

Aos 64 anos, Bruce Springsteen mostrou que ainda tem muito o que fazer e que vai fazer. Já estava conformado com os shows que classifiquei como bons antes de sua apoteótica entrada, mas depois de ver o que vi e ouvir o que ouvi, que me desculpem os fãs dos outros artistas internacionais que tocaram no mesmo dia, mas vai ser difícil lembrar desses shows daqui alguns anos.

O que vai ficar marcado mesmo no #RockinRio2013 é mesmo Bruce Springsteen e sua E-Street Band. Com toda certeza, vai entrar pro hall da fama do festival ao lado de bandas internacionais que fizeram performances inesquecíveis como Queen, Guns N´Roses, Iron Maiden e Coldplay.

A volta do evento foi tranquila, esteve tudo muito bem organizado, o brasileiro continua muito mal educado e o Rio de Janeiro continua lindo.

# Esta resenha de André Barcinski também complementa bem o que foi esse show: http://goo.gl/t5iSl7

# Quem quiser ver o vídeo dele na versão sensacional de Sociedade Alternativa basta clicar nesse link: http://youtu.be/VPZTxhx1lMQ

# O canal pago Multishow prometeu reprisar o show na íntegra, sem cortes e sem intervalos, quarta-feira, dia 25 de setembro, a partir das 22h. Se você não viu, não perca e assista a essa aula de rock n´roll.



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*Perfil: Bernardo Cançado, 26 anos, graduado em Marketing pelo UNIBH e atualmente cursando o MBA de Comunicação Digital e Redes Sociais na UNA. Possui a Mentes Sociais Webmarketing, empresa de monitoramento e acompanhamento de redes sociais focada em pequenas empresas e artistas em início de carreira. Apaixonado por música e metido a escritor.






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Jornalista

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2 comentários

  1. Tava bom assistir o Rock in Rio no Multishow. Deve ter sido uma experiência muito boa ter assistidos aos shows tão de perto. Gostei muito dos shows do Skank, Jota Quest, Nickelback e Jhon Mayer.

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  2. Não fui ao show e nem conheço bem as bandas, mas pelo post confesso que fiquei com muita vontade de conhecer e ver!!
    Está de parabéns e fico feliz que vocês tenham se divertido tanto assim!

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