Café in Série – Revenge instiga público numa saga por revanche
maio 03, 2013
Revenge é uma série americana que me faz
lembrar um jogo de xadrez. Qualquer
movimento de uma peça pode ser decisivo. Assim como no jogo, é preciso pensar
no próximo passo e ter inteligência
emocional suficiente para conduzir as peças do tabuleiro para o grande xeque-mate. O que mais me instiga em Revenge é essa
semelhança com o xadrez, de forma muito literal. De um lado do tabuleiro, temos
a rainha Victoria Grayson. Do outro,
Emily Thorne/Amanda Clarke.
Se no xadrez temos peões, cavaleiros,
bispos, rei e uma torre, em Revenge
cada personagem assume um posto e nada está na história por acaso. Tudo tem um
motivo, uma sacada, uma deixa para mostrar que nem toda verdade é aquilo que gostaríamos
que fosse ou do jeito que a gente quer. Revenge
é uma série do ano passado e que já está na sua segunda temporada. Vários
amigos meus que assistem série já tinham me falado da trama, mas por algum
motivo deixei para lá.
Aproveitei o gancho da Rede Globo de exibir a série depois do Fantástico, aos domingos, e resolvi dar
uma espiada. Gostei. À primeira vista, Revenge
parece um novelão mexicano em
formato de série americana. Poucos
personagens, drama familiar, riqueza, luxo, poder e uma guerra fria por
vingança. Não tem nada de Avenida Brasil. Aliás, somente o acerto de contas entre duas mulheres por causa de um passado. Mas, tirando isso uma obra é diferente da outra. São contextos diferentes.
No decorrer dos episódios, a história ganha fôlego. É mais
revanche do que vingança. A questão é mostrar que o jogo de xadrez é muito maior do que o senso de justiça costurado
por Emily e com o apoio tecnológico de Nolan Ross. Existe um cabo de forças entre os
personagens, uma tensão pelo próximo passo no tabuleiro.
Emily Thorne começa a perceber que
para chegar até à Torre da Rainha Victoria Grayson é preciso eliminar alguns
peões e fazer algumas manobras arriscadas que põe em risco a sua própria
sanidade, o seu amor por Jack Potter e pelo cachorro Sammy. Em um reviver de A Usurpadora, é explicado como Emily se
tornou Amanda e como Amanda se tornou Emily, sem serem gêmeas, nem nada. Tudo é muito coerente.
Aos poucos somos levado ao engenhoso plano de vingança, de manipulação. Amanda se torna o
maior pesadelo de Emily e vice-versa. Enquanto isso, Victoria luta para ser
compreendida pelos filhos de forma manipuladora, sem contar no cabo de guerra
que ela trava com o próprio marido, o milionário empresário Conrad Grayson.
Emily e Victória são muito parecidas.
Não são vilãs, mas sim anti-heroínas. A diferença é que uma está atrás de
vingança, a outra de sobrevivência. Aliás, as duas são sobreviventes e por isso
não se bicam em relação a Daniel, problemático filho fantoche, que ora apoia a
mãe, ora apoia o pai. Num primeiro momento, Emily chega a se apaixonar por
Daniel, mesmo manipulando-o descaradamente. Mas, logo ela percebe que ele
resolveu aderir ao jogo de mentira e manipulação da família pela permanência do
poder.
A primeira temporada de Revenge desfaz algumas pontas, mas abre
outras completamente diferentes e que podem render um bom “samba” para o
tabuleiro de Hamptons, onde nem tudo
é o que parece ser. É instigante assistir uma série que te faz parar para
pensar no comportamento social, que discute ética e lealdade de uma forma
direta, sem rodeios.
Todo movimento no tabuleiro provoca uma reação. Algumas,
friamente calculadas, outras inesperadas, assim como a vida. Será que estamos
preparados para a verdade? Quem vai dar o xeque-mate? O jeito é esperar pelos
próximos capítulos...
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Jornalista
2 comentários
Esse seriado é ótimo eu assisto na tv fechada,é muito legal,vale a pena ssistir,agora esse seriado está na Globo aos domingos.
ResponderExcluirComecei a assistir Revenge ano passado na TV Paga. Gostei muito da narrativa, dos personagens. A sua comparação com o jogo de xadrez foi muito inteligente. Beijos
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