Manifestações simultâneas marcam ativismo social em BH

março 16, 2013

Foto: Renato Cobucci / Hoje em Dia / Reprodução.


De um lado de Belo Horizonte, um grupo de pessoas protestando de forma pacífica e cultural contra a poda de árvores centenárias na praça Bernardo Monteiro. Do outro, um grupo manifestando contra o pastor e deputado federal racista e homofóbico, Marco Feliciano (PSC-SP), que assumiu a presidência da Comissão dos Direitos Humanos na Câmara dos Deputados, em Brasília-DF, não por ideologia, mas por “governabilidade” dos partidos da base aliada.

Ainda, em outro ponto, mais precisamente na Rodoviária, no centro de BH, familiares e amigos do engenheiro químico Gabriel Camargos, 25 anos, que foi assassinado brutalmente dentro de um ônibus da Viação Gardênia, no final de semana passado, manifestaram contra a falta de segurança nos ônibus de viagem em Minas Gerais e colhiam assinatura das pessoas para o Projeto de Lei Gabriel Camargos que vai cobrar das empresas de transporte mais segurança para os passageiros.

De uma população que já foi acusada de omissa, o belo-horizontino está mostrando ao Poder Público o quanto está descontente com o tratamento que vem recebendo: vai às ruas cobrar soluções para os problemas e mais participação popular. E isso é fantástico! Assim que começa uma revolução. Revolução de ideias, pensamentos e ações.

Este sábado, 16 de março de 2013, vai ficar marcado como um ponto de eco para algumas questões que estão incomodando a população de BH e que poderiam se juntar a inúmeras outras, como a questão do transporte público e mobilidade urbana que a administração municipal parece fazer vistas grossas e não admite os erros e a falta de diálogo com o cidadão.
Foto: Renato Cobucci / Hoje em Dia / Reprodução.

Como belo-horizontino, confesso que fiquei orgulhoso de ver nos noticiários a população se organizando nas redes sociais e indo para as ruas manifestar, cobrar soluções e um canal mais aberto com o Governo. A população não está mais submissa aos mandos e desmandos de alguns políticos. Mesmo não tendo o resultado esperado de renovação na administração municipal no executivo e no legislativo na última eleição, o povo está protestando, mobilizando nas redes sociais e indo para as ruas, querendo mais ações, e menos discurso.

Os críticos de plantão podem apontar que estas manifestações levaram poucas pessoas – em torno de duzentas cada uma, mas já é um grande avanço. Avanço, principalmente, porque a mídia tradicional resolveu cobrir estes protestos e ajudar a dar um alcance muito maior ao debate que, durante toda semana, ficou restrito às redes sociais.

A internet já é uma realidade de milhões brasileiros – principalmente via celular, mas nem todas as pessoas a usam com a mesma finalidade. E isso é errado? Não. Cada um é livre para fazer o que quiser. Quando um amigo compartilha um ato de protesto com outro, a chance de tocá-lo aumenta, mas não garante 100% de engajamento. Por isso é tão importante ir às ruas. A chance de tocar outras pessoas e de chamar a atenção da mídia de forma presencial é sempre mais envolvente, porque é real, e não mais virtual.
Foto: Euler Junior / DA Press / Estado de Minas / Reprodução.

Por exemplo, nas eleições municipais do ano passado – por conta da Lei eleitoral e da linha editorial de alguns veículos locais, pouco ou quase nada se falou dos inúmeros movimentos contra o prefeito e alguns vereadores que foram criados em Belo Horizonte. Nas redes sociais, esses movimentos conseguiram reunir um número expressivo de pessoas descontente com a forma com que os partidos estavam negociando a sua permanência no Poder, organizando passeatas e manifestações pelo centro da capital mineira. O mais bacana que muitos desses movimentos não estavam ligados a partidos.

Eram pessoas comuns, estudantes e profissionais de diversas áreas, que estavam (e ainda estão) descontente com a falta de diálogo entre Poder Público e sociedade. Neste sábado (16/03), o belo-horizontino deu um show de ativismo. Mostrou que Política é ação, engajamento e mudança. Coisa que está faltando em muito político por aí, diga-se de passagem. BH não está calada! Mudar para transformar. Esta é a nova onda. #Mobilize




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5 comentários

  1. Francisco Bertoletta17 de mar. de 2013, 00:33:00

    Como belo-horizontino também fico orgulhoso de ver a população na rua manifestando sob pautas diversas sobre coisas urgentes que já deveriam ser reivindicadas há tempos. Parabéns pelo post!

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  2. A população de BH está certíssima em ir para as ruas. Temos sempre que mostrar para os políticos que eles trabalham para a gente e não ao contrário.

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  3. Acho um absurdo cortarem as árvores centenárias da av. Bernardo Monteiro. Aquilo dali é um patrimônio de BH....tem que ser muito espírito de porco para podar uma árvore dessa e dar a desculpa que é por causa de mosquito que traz doença para a planta. Poupe-me! Ainda bem que tem gente que não fica calada.

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  4. A história desse moço que morreu assassinado no ônibus é chocante. Tomara que o pessoal consiga mesmo fazer esse projeto de lei. Realmente, as estradas tem segurança zero.

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  5. BH está dando exemplo para muita cidade que tem políticos ruins, mas não vai para as ruas. Sábado mega politizado...quem dera que a minha cidade tivesse isso.

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