Falha na escalada do Jornal Nacional mostra que a Rede Globo também erra

março 19, 2013



Nesta segunda-feira (18/03), o Jornal Nacional teve um erro na exibição da escalada. Muitos telespectadores, nas redes sociais, ficaram surpresos em saber que as manchetes do dia do principal telejornal da TV aberta entram no ar gravada e é feita minutos antes do telejornal ir ao ar. A magia acabou! Brincadeira....rs. Falando sério, isso não é algo exclusivo da Rede Globo. Boa parte dos noticiários televisivos seguem esse "modelo padrão” de apresentação de notícias. 

Mas, porque não fazer uma escalada ao vivo? Porque a chance de errar é muito menor. Fazer a escalada gravada permite que as manchetes fiquem mais atraente na Televisão, que possam ser cobertas por imagens – se necessário, que o editor consiga colocar de forma harmônica os destaques (teaser) dos repórteres das principais matérias do dia. Fazer Televisão é detalhe. E quanto mais se cuida dos detalhes, melhor será o acabamento final e editorial, ou seja, a estética.

Mas, o que aconteceu para a escalada ter dado errado no ar? Provavelmente, uma falha no VT (vídeo) da escalada na mesa de corte de TV na ilha de edição. Erros fazem parte do trabalho de qualquer pessoa. Errar é humano. Faz parte do nosso aprendizado. O desconforto que esse tipo de erro traz ao telejornal se dá, principalmente, nos apresentadores, que representam no vídeo o esforço de dezenas de profissionais que lutam diariamente para colocar um noticiário de TV no ar. Televisão é equipe. Quando se tem uma boa equipe, se tem tudo.

Para um apresentador, não tem nada pior do que um VT não entrar ou entrar no errado. Ficar com “carão” no ar, ao vivo, por alguns segundos, pode parecer uma eternidade e, em alguns casos, jogar uma carreira no lixo, dependendo da mancada. Para o telespectador, não tem nada pior do que assistir um telejornal e uma matéria não entrar quando o apresentador anuncia. Se o erro acontece de forma repetitiva, o telejornal perde credibilidade. O telespectador muda de canal.

Geralmente, as pessoas “glamorizam” muito a televisão. Estar no vídeo todos os dias, para muitos, é status social, e não profissão. Não tem nada disso. Colocar um telejornal nacional no ar é um trabalho gigante de equipe, de apuração e de criatividade. E errar faz parte. Não tem essa de perfeição. O que existe, de verdade, é tentar evitar ao máximo o erro.

Ninguém acorda querendo “zoar” a escalada do principal telejornal do país de propósito. O erro acontece. Pode causar desconforto, perda de expectativa, mas não é motivo de desespero. Só não vale deixar o erro ser uma constante. Não me lembro de outros erros parecidos...e se houveram isso não tira o mérito do Jornal Nacional, cujo modelo é (ou já foi) copiado por todas as outras emissoras do Brasil.

O negócio é ter “jogo de cintura”, levar o erro com naturalidade, como o William Bonner e a Patrícia Poeta fizeram. Não ficaram desesperados. Agiram com naturalidade e “tocaram o barco”. Bola para frente. Quem nunca errou que atire a primeira pedra?




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Jornalista

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3 comentários

  1. O que mais me impressiona nesse erro foi a cortada que o Bonner deu na Patrícia. Ela foi tentar colocar panos quentes, e ele foi no ponto da ferida e tocou o barco. Como telespectador foi muito estranho ver a Globo com uma erro tão grosseiro no jornal mais importante do país. Como jornalista, sei que essas coisas acontecem. Ninguém é perfeito.

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  2. Foi o texto mais sensato que li até agora sobre a falha do JN. Todo mundo jogou pedra, mas vc foi lá e explicou o que é um telejornal e pq esse tipo de erro pode acontecer. Ponto para o Café com Notícias. Beijos

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  3. Vi seu comentário no Cena. Entendo que fica mais "bonito", que evita erros, posso até levar em consideração isso, pq, na verdade, o que me incomoda mesmo, é aquela conversinha fake entre os apresentadores. Tão falso, feio....

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