Café na Web - Fim do Google Reader é um passo à frente ou retrocesso?
março 19, 2013
A Google não dá ponto sem nó. Mesmo contrariando milhares de internautas em todo o mundo, a
empresa de Mountain View resolveu
dar um fim ao Google Reader, a
partir do dia 1º de julho de 2013, e pegou muita gente de surpresa. Lançado em
2005, o serviço foi um passo importante para que a blogosfera pudesse crescer
naquela época e, desse modo, distribuir conteúdo e fidelizar leitores.
O Google Reader é um serviço em que o internauta conseguia assinar um
vasto número de blogs e sites dos quais se identificava numa única página por
meio do código de XML padrão de RSS/Feed,
aquele símbolo alaranjado característico das páginas na internet. Naquela
época, não havia o “boom” do Twitter e do Facebook, e qualquer ferramenta de
distribuição e organização do conteúdo da web era muito bem vinda.
Para o jornalismo online, o Google Reader também foi um marco. Era
uma maneira mais prática de se começar a apuração de sites e blogs de conteúdos
específicos, sem precisar ficar horas e horas navegando pelas páginas, pois
tudo já está ali, listado e organizado em um único lugar basta o usuário ir
assinando novos endereços.
Quando eu disse no início do texto
que a Google não dá ponto sem nó,
não foi por acaso. A Google já observou que o usuário (e o blogueiros) tem
muito mais interesse em distribuir/assinar o conteúdo de outras páginas na
internet por meio de redes sociais, do que pelo próprio Google Reader. Para os blogueiros que usam a plataforma Blogger, por exemplo, o Reader era um
serviço acoplado com a ferramenta “Seguidores”, o que permitia o blogueiro ficar
por dentro da blogosfera, no próprio Painel
de Controle, sem precisar ficar “passeando pela web”.
Prático? Nem tanto. A Google, aos
poucos, pretende eliminar outros serviços, assim como fez no ano passado quando
tirou
o Adsense do Feedburner. O principal objetivo da empresa gigante de
buscas na internet é valorizar o Google
Plus (G+), integrá-lo na rotina do internauta, forçando uma usabilidade que
ainda se restringe, em muitos momentos, ao Blogger, YouTube, Facebook, Twitter,
Instagram, Linkedin, entre outros.
A ideia da Google é fazer com que o
usuário do Google tenham no G+ uma
identidade online integrada com outra série de produtos. Para se ter uma ideia,
daqui há algum tempo, o Picasa vai
chegar ao fim e as fotos vão todas para o G+.
O mesmo acontece com o Orkut, onde o
Google já ensaia uma sincronia de ações com o G+ e alguns críticos já afirmam que isso já pode sinalizar um
possível fim do Orkut.
Tudo bem, a Google pode até estar um
passo a frente. Mas ela ainda tem dificuldade de ser contrariada, de ouvir o
internauta. O fim do Google Reader
criou um verdadeiro círculo de mobilização de pessoas contra o fim do sistema,
inclusive com uma petição
online que já possui mais de 65 mil pessoas de diversos lugares do
mundo. Será que a empresa vai mudar de ideia até lá? Acho difícil. O jeito é se
acostumar com serviços
genéricos de Reader e se adaptar a esta nova realidade. A Google não dá ponto sem nó.
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Jornalista
1 comentários
Nunca usei o Google Reader, nem sei como faz para mexer. Tenho blog há três anos e sempre divulguei pelas redes sociais. O povo tem que parar de ser hipócrita e ver que a realidade da internet mudou. E o Google se tocou disso, por isso a mudança.
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