Ex-goleiro Bruno é condenado a 22 anos e três meses de prisão

março 08, 2013

Foto: Renata Caldeira / TJMG.



Foram muitas versões. Uma investigação que durou quase três anos e uma série de reviravoltas. No entanto, o caso não terminou. Um dos primeiros desfechos se deu na madrugada desta sexta-feira (08/03), quando a juíza Marixa Rodrigues, do 1º Tribunal do Júri de Contagem (MG), finalmente, deu ao ex-goleiro Bruno Fernandes das Dores de Souza, de 28 anos, a sentença pelo envolvimento na morte da ex-amante dele, Eliza Samúdio, que na época tinha 25 anos.

Bruno foi condenado a 22 anos e três meses de prisão. Segundo o Tribunal de Justiça, 17 anos e seis meses da pena são em regime fechado, pelo homicídio triplamente qualificado de Eliza, e outros três anos e três meses são em regime aberto que correspondem ao sequestro e cárcere privado do filho de Eliza com o ex-goleiro. No Tribunal, foi levantado pela promotoria da intensão de Bruno de também matar a criança que hoje está com três anos e mora com avó materna, Sônia Samúdio, mãe de Eliza.

Durante a leitura da sentença, a juíza Marixa Rodrigues afirmou que Bruno "demonstrou ser uma pessoa fria, violenta e dissimulada" e acrescentou que a sociedade reconheceu o envolvimento dele como mandante na "trama diabólica". Mesmo com esse desfecho, o corpo de Eliza Samúdio até hoje não foi localizado. Nos bastidores, existe a hipótese investigativa de que parte do corpo de Eliza teria sido concretado em um barril e jogado em açude em Vespasiano e outra parte dado para os cachorros comerem.
Foto: Renata Caldeira / TJMG.

A ex-esposa de Bruno, Dayanne de Souza, de 25 anos, acusada pelo crime de sequestro e cárcere privado de Bruninho, filho de Eliza com o ex-goleiro, foi absolvida. A Promotoria alegou que Dayanne teria sido coagida a ficar com a criança, enquanto Bruno e os demais envolvidos estavam arquitetando um jeito de também se desfazer do menino. Ainda, o promotor Henry Wagner argumentou que o motivo do crime se deu pela negativa de Bruno a querer pagar pensão ao filho dele com Eliza, cuja morte da ex-modelo ocorreu em 10 de junho de 2010, em Vespasiano, na Grande BH.

O Julgamento dos envolvidos com a morte de Eliza Samúdio ainda não terminou. O próximo réu a ser julgado será o ex-policial Marcos Aparecido dos Santos, o Bola. Ele foi denunciado como o executor de Eliza e apontado por Bruno como o matador contratado. Em maio, serão julgados por sequestro e cárcere privado de Bruninho, Wemerson Marques de Souza e Elenilson Vítor da Silva, que trabalhavam para o ex-goleiro.

Abaixo, confira uma parte da sentença lida pela Juíza:
Foto: Marcelo Albert / TJMG.

A culpabilidade dos crimes é intensa e altamente reprovável. O crime contra a vida praticado nestes autos tomou grande repercussão não só pelo fato de ter entre seus réus um jogador de futebol famoso, mas também por toda a trama que o cerca e pela incógnita deixada pelos executores sobre onde estariam escondidos os restos mortais da vítima.

Embora para esta indagação não se tenha uma resposta, certamente pela eficiência dos envolvidos, a sociedade de Contagem que em outro julgamento já tinha reconhecido o assassinato da vítima, hoje reconheceu o envolvimento do mandante na trama diabólica. A investida do réu contra a vítima não foi a primeira vez, mas certamente foi a última. Ficou cristalino o interesse do réu em suprimir a vida de Elisa Samúdio. Agiu sempre de forma dissimulada da sua real intenção.
Foto: Marcelo Albert / TJMG.

Assim Elisa foi sequestrada no Rio de Janeiro e trazida cativa para o sítio em Esmeraldas, onde ficou por quase uma semana esperando a operacionalização de sua morte. O desenrolar do crime de homicídio conta com detalhes sórdidos e demonstração de absoluta impiedade.

A culpabilidade é pelos mesmos motivos, igualmente acentuada em relação ao crime de sequestro tendo como vítima a criança Bruno Samúdio, sendo igualmente intensa e reprovável em relação ao crime de ocultação de cadáver. O réu Bruno Fernandes acreditou que consumindo com o corpo, a impunidade seria certa.
Para ler a sentença completa, clique aqui.




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Jornalista

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2 comentários

  1. É revoltante ver que o Bruno, mandante do crime, pegou só 22 anos de prisão. Essa Juíza foi muito tolerante ao dar essa pena. Acho que deveria ser mais de 30 anos.

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  2. Francisco Bertoletta8 de mar. de 2013, 15:55:00

    Esse Bruno merece ser espancado na cadeia, uma vez que a Juíza deu uma pena leve...só assim ele poderá diminuir a dor da família da Eliza de ter perdido ela de uma forma tão horrorosa.

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