Café Olímpico Londres 2012 – Abertura homenageia a história cultural inglesa

julho 28, 2012


Vista do Estádio Olímpico de Londres, palco da Cerimônia de  Abertura
dos Jogos Olímpicos 2012
. Foto: Pawel Kopczynski/Reuters


Na tarde desta sexta-feira (27), mais de um bilhão de telespectadores em todo mundo puderam conferir a abertura dos Jogos Olímpicos de Londres 2012, no Reino Unido. No Brasil, a transmissão na TV aberta ficou por conta apenas da Rede Record e Record News, que optaram por não compartilhar os direitos de transmissão com nenhuma outra emissora. Na TV paga, a #Olimpíada2012 está sendo transmitida também pelos canais Sportv, ESPN e Bandsports. Na internet, os portais R7 e Terra possuem os direitos de transmissão das partidas ao vivo e exibição de vídeos.

Exibida entre 16h55 às 20h50, a abertura da #Olimpíada2012 registrou média de 08 pontos de audiência com pico de 11, deixando a Rede Record na vice-liderança, de acordo com dados do Ibope. Como estratégia para aumentar os índices de audiência, antes da abertura, a Record colocou no ar uma edição especial do Tudo a Ver, com a apresentação de Tina Roma e Chris Flores, com os eliminados de #AFazenda5, numa espécie de debate sobre o que já aconteceu no reality.

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A atração foi apresentada utilizando de forma customizada os estúdios do matinal Hoje em Dia. E, ao que parece, deu certo. Em um determinado momento, Tina Roma passou a bola para Ana Paula Padrão e Adriana Araújo para uma chamada do que o público iria ver na abertura dos jogos, mas a audiência respondeu tão bem que a chamada virou outra coisa e já serviu de start para o início da transmissão da cerimônia. 
As jornalistas Adriana Araújo e Ana Paula Padrão âncoram a Cerimônia de
Abertura dos Jogos Olímpicos 2012. Foto: Reprodução/Rede Record.

O Tudo a Ver especial ficou sem final. E, mais tarde, o Jornal da Record ficou sem escalda, e sem abertura, pelo mesmo motivo de estratégia da Record: emendar uma atração na outra para a audiência não cair. Do jeito que foi montado, ficou confuso.

O show

A abertura da 30ª edição dos Jogos Olímpicos da Era Moderna homenageou a história cultural de Londres para o mundo. Num espetáculo colorido e muito bem intercalado com ações no palco e inserções de vídeos, o cineasta britânico Danny Boyle – que ganhou o Oscar de melhor diretor, pelo filme Quem quer ser um milionário (2008), chamou a atenção do público por mostrar a Londres rural da época feudal, passando pela Revolução Industrial, das Guerras Mundiais, dos clássicos da Literatura, do Cinema, da Música, até chegar nos dias de hoje.
Espetáculo faz referências aos tempos feudais e medievais
do Reino Unido. Foto: Getty Images

E por falar em música, é impressionante observar o quanto o pop e o rock mundial vem de Londres. É de lá que saíram artistas consagrados na história da música. E foi nessa viagem de sincronismo, dança e cores, que a abertura dos #JogosDeLondres2012 quis passar homenageando artistas como The Who, Rolling Stones, Beatles, Queen, Sex Pistols, Prodigy, Blur, Arctic Monkeys, Amy Winehouse, entre outros. Para finalizar com chave de ouro, o ex-Beatles, Sir Paul McCartney encerrou a festa com um trecho da canção “The End” e “Hey Jude”.

Com uma transmissão mais sóbria e menos eufórica – se compararmos com o que foi visto no Pan de Guadalajara, no México, por exemplo, a Rede Record mobilizou os principais nomes da sua equipe de jornalismo para uma transmissão fria e nada informativa. Durante boa parte da transmissão, os âncoras ficaram mudos, não explicando para o público a sequencia da homenagem histórica da abertura dos Jogos, muito menos traduzindo em inglês (seja em locução ou legenda) o que estava sendo exibido.

Assim que terminou a transmissão da abertura, Ana Paula Padrão entrou no ar ancorando o Jornal da Record e, por um lapso de memória, chamou o jornal que apresenta de Jornal da Globo. Realmente, a estrutura que a Record montou em Londres é algo visto [ou semelhante] apenas na concorrente carioca. O lapso da jornalista virou um dos assuntos mais comentados nas redes sociais e mostra que a Padrão, por mais que já tenha passado pelo SBT e, atualmente, esteja na Record, ainda sente saudade da Vênus Platinada, de forma inconsciente.
Paul McCartney cantou apenas dois sucessos na abertura
da Olimpíada de Londres. Foto: Reuters

Por mais que seja uma estratégia de posicionamento da marca entre o público, ao não compartilhar os direitos de transmissão dos Jogos Olímpicos de Londres com as outras emissoras na TV aberta, a Record paga um preço alto e corre o risco do esvaziamento. Quem não assiste a emissora, tem a impressão que a Olimpíada nem começou ou, pior ainda, que está tendo pouca repercussão. E está mesmo. Pelas regras, as outras emissoras só podem dar dois minutos para exibir imagens dos Jogos Olímpicos, ou seja, uma matéria por noticiário ou uma lapada (imagens com narração ao fundo). Assim fica difícil. Numa era em que tudo é compartilhado na internet e nas redes sociais, o brilho da exclusividade pode ser um tiro no pé.



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Jornalista

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6 comentários

  1. Ei querido. Adorei esse seu post comentando sobre a abertura dos Jogos Olímpicos de Londres. Vi só o final quando cheguei em casa, pq estava trabalhando a tarde. Pelo que vi e li agora foi tudo muito bonito. Ri alto com a gafe da Ana Paula Padrão...kkkkk. Beijos

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  2. Francisco Bertoletta28 de jul. de 2012, 17:21:00

    Foi muito bonito ver a abertura dos Jogos. Em anos, foi a primeira vez que vi uma abertura e me senti dentro daquele espetáculo, pois as coisas que foram exibidas eram do meu conhecimento, inclusive musical. Parabéns pelo post, Wander. Abraços

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  3. A Record não vive um momento legal e isso reflete, sobretudo, na transmissão da Olimpíada. Investiram tanto em plástica, agora falta investir em conteúdo. Mas para isso acontecer precisam contratar um diretor que entende de TV, e não um bispo.

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  4. Primeiro lugar que leio na internet sobre essa impressão que tive: a Record emendou o Tudo a Ver, na abertura dos Jogos com o Jornal da Record, e não colocou nem uma vinheta para falar que uma coisa era outra coisa. Ficou mega confuso. Sem contar na gafe do século da Padrão. Vai pro TOP 5 do CQC direto...kkkkk.

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  5. Tirando a gafe da Padrão, gostei da transmissão da abertura dos Jogos que a Record apresentou. Me irrita o jeito que a Globo faz dos âncoras narrando até a pedrinha no show rolando pra direita...kkkk....prefiro assim mais sóbrio. Ah, propósito: concordo que faltou também tradução simultânea do inglês para o português.

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  6. A única coisa que assisti foi a apresentação de Paul McCartney. Achei lindo. Eles valorizaram Londres, a cultura local. Foi tocante.

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