Hipertensão 2011 – Estréia foca nas provas, mas esquece de mostrar os conflitos
setembro 09, 2011Provas que misturam desafios radicais, muita adrenalina e superação dos limites do seu próprio corpo. Esta é a proposta da temporada 2011 do reality show #Hipertensão, que estreou nessa quinta-feira (08/09), por volta das 23h, na Rede Globo, sob a apresentação de Glenda Kozlowsk e direção geral de Boninho – mesmo diretor do Big Brother Brasil.
Gravado inteiramente na Argentina, a edição 2011 do reality radical quis apostar mais nas provas no programa de estréia, ao invés de apresentar os participantes e mostrar para o público que alguns grupos já estão se formando para se blindar dentro do Jogo, uma vez que o formato da atração inibe a participação popular por voto telefônico ou via web.
Realitys assim podem explorar outro viés – focando no depoimento e impressões dos participantes; além de investir na “novelinha”*, ou seja mostrando como já está se desenhando o conflito entre os participantes. Sabendo que o público não vai dar o prêmio ao mais carismático, os participantes dessa linha de reality show ficam mais a vontade para armar votos e confabular artimanhas para se manter dentro do programa. O Jogo rola solto, assim como rolou na temporada 2010.
A partir dessa premissa, me questiono o porquê de Bones (apelido dado a Boninho nas redes sociais) ter optado em começar o programa direto com uma prova. Se a gente não conhece os participantes, vamos torcer para quem? Com essa tática confusa – que inibe o público de entender as tramas que já estão se desenhando entre os participantes, o #Hipertensão quis focar nas provas de aventura e perdeu audiência para #AFazenda4 - que estava em dia de eliminação e a Super Prova dos R$ 500 mil.
Bones, que sempre foi tão ligado nesse detalhe, viu os telespectadores migrando para a Record porque ele não conseguiu criar identificação inicial. A apresentação dos participantes da edição 2011 do #Hipertensão só se deu depois da primeira prova, mesmo assim de maneira muito resumida, dando a entender que os competidores já haviam começado um entrosamento anterior, pois algumas meninas já queriam formar “grupinhos de votos” para se fortalecerem dentro do Jogo assim que chegaram na Casa.
E esse detalhe pode ser percebido na audiência de estréia. De acordo com dados consolidados do Ibope da Grande São Paulo, o reality show comandado por Britto Jr. teve uma de suas melhores quintas-feiras desde a estréia. #AFazenda4 conquistou 13 pontos de média com picos de 16 e share (número de televisores ligados) de 26%. Já o #Hipertensão estreou com 12 pontos de média e ficou em segundo lugar no horário. A Record, na faixa de confronto, liderou o ranking com 14 pontos e o SBT ficou em terceiro com 7,5. O sinal amarelo já está ligado na Globo!
Formato
Um detalhe que precisa ser revisto é o fato do programa ser exibido na quinta-feira e no domingo, o que merecia boletins com o resumo diário dentro do site oficial do programa e na programação da TV Globo – principalmente dentro do Vídeo Show, para que o telespectador possa entender as nuances desse Jogo e assim criar uma torcida. No ano passado, mais do que as provas de aventuras e comidas nojentas, o grande barato do #Hipertensão foi mostrar a história que se desenvolvia com os participantes.
O reality show, por si só, já é um formato diferenciado, pois todos os competidores são esportistas ou pessoas muito ligadas com a prática de atividades físicas. As provas do #Hipertensão – mesmo aquelas que exigem mais estômago por conta das comidas nojentas, demandam dos competidores um bom preparo físico e superação dos limites do próprio corpo. É interessante e é um chamarisco para o público!
Por mais que a proposta do programa seja boa, o #Hipertensão só não pode se deixar levar pelos mesmos erros de roteiro sofridos em #AFazenda4 que custou a se encontrar. Creio que para a temporada 2011 do reality radical acontecer de fato só falta ligar mais as histórias que estão se formando em torno das provas. Não se engane: os grupos de afinidade já se formaram, só que a Globo omitiu como isso se deu do público. Qual o motivo? Vai saber. Talvez mesclar a “novelinha” com as provas seja a grande sacada para o reality vingar.
Observação: O termo “novelinha” foi usado no texto não no sentido de que o reality show tenha que ser diário ou algo do tipo. Mas como um adjetivo para exemplificar para o público a importância de que as histórias e conflitos que acontecem dentro do Jogo precisam ser explicados para o público.
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Jornalista
4 comentários
Nossa Wander, confesso a você que assisti o programa e não vi nada disso. Só agora que vc escreveu o post é que me liguei que eles começaram o programa sem apresentar os participantes. Que coisa mais estranha? E outra, como é que vc vira para alguém que acabou de conhecer e fala para criar um grupo de votos? É claro que eles já haviam se entrosado. Gostei do seu post...diferente de tudo que havia lido até então. Beijos
ResponderExcluirNão gosto do Hipertensão....nas temporadas passadas os participantes tinham que enfiar a mão na meleca e comer um monte de nojeira....é deprimente ver o que as pessoas fazem por dinheiro. A única coisa que salva são as provas radicais e a beleza da Glenda.
ResponderExcluirTambém achei estranho o programa começar já com uma prova radical e nem apresentar os participantes antes. Mas o que vc disse tem um fundo de verdade: como é que aquelas meninas iam se juntar do nada para combinar votos, sendo que elas nem se conheciam....pelo menos até aonde a gente sabe.....por isso que falo, roteiro é tudo. Parabéns pelo post.
ResponderExcluirAté que estava achando legais as provas do Hipertensão. Mas, quando deram a chance de uma pessoa voltar depois de estar descançado, de vários outros participantes já terem saido e esse cara ainda ganhar...essa foi a maior sacanagem que já fizeram em um programa desa natureza, totalmente injusto! Uma safadesa grande com os outros participantes!
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