Reportagem especial – A revolução no Egito e a força das redes sociais

fevereiro 13, 2011



Um dia histórico para o mundo e, principalmente, para o Egito, país localizado no norte do continente africano. Depois de uma série de protestos que se intensificaram desde 25 de janeiro, o presidente egípcio Mohammed Hosni Mubarak renunciou ao cargo na tarde desta sexta-feira (11/02), após um governo ditadorial de quase 30 anos que era contestado por manifestações populares em todo o país. Clique aqui para entender o caso.

O anúncio foi feito pelo vice-presidente do país, Omar Suleiman, transmitido pela TV pública do Egito. "O presidente Mohammed Hosni Mubarak decidiu deixar o cargo de presidente da república e encarregou o Alto Conselho Militar de cuidar das questões de Estado", disse Suleiman. Após a declaração, os manifestantes reunidos na Praça Tahrir – espécie de símbolo para as manifestações por liberdade, comemoraram com bastante entusiasmo. Confira mais detalhes no vídeo abaixo:



Até o fechamento desta edição, ainda não se sabe, ao certo, como será a transição política egípcia para a democracia. No entanto, o que se tem de informação concreta por meio das autoridades do Egito é que Hosni Mubarak e a família deixaram o Cairo em direção ao resort de Charm el-Cheikh, no Mar Vermelho, a 250 quilômetros do Cairo, na manhã de sexta-feira (11/02).

Em Brasília, a Embaixada do Egito no Brasil informou que não prestará esclarecimentos sobre a renúncia de Mubarak, nem sobre como será o funcionamento do governo provisório. De acordo com a assessoria da representação diplomática, se houver algum tipo de manifestação, ela será feita por meio de comunicado enviado aos veículos de imprensa por e-mail.

Conectados

As manifestações que ganharam força na internet por meio do Twitter, SMS e Facebook, só conquistou adesão maciça da população após Hosni Mubarak proibir a internet no Egito. As manifestações começaram em 25 de janeiro, inspirados pela queda do presidente da Tunísia, e ganharam bastante adesão local e mundial graças às redes sociais, que culminou a queda do ditador. Ao todo, os protestos deixaram mais de 300 mortos e cinco mil feridos.

dA Revolução Jasmin floresce a primeira pétala, #EgitoLivre. O diálogo democrático deverá levar um presidente civil ao poderPovo.less than a minute ago via webArthur__Macedo



Em entrevista ao Jornal O Globo, o vice-coordenador do Centro de Tecnologia e Sociedade da Escola de Direito da FGV/RJ, Carlos Affonso, que atua como pesquisador em mídias sociais, afirma que o Facebook e Twitter tiveram um papel fundamental no movimento que pôs abaixo uma ditadura de trinta anos. "As redes sociais desempenharam papel importantíssimo nos eventos que ocorreram no Egito, mas esse papel é mais complexo. Acredito que o episódio fundamental foi quando o governo de Mubarak tirou a internet do ar no país. Isso, em vez de desarticular os manifestantes, os insuflou ainda mais", explica o pesquisador que citou o termo "Revolução 2.0", onde as redes sociais foram um intrumento de mobilização de pessoas e informação.

Já o jornalista e produtor cultural Luiz Caversan, em artigo publicado pela Folha.Com, acredita que o exemplo do Egito é emblemático, pois conseguiu mobilizar o povo pelas redes sociais e, ao mesmo tempo, os militares que não exterminaram os manifestantes e ainda conseguiu mobilizar todo o planeta pela causa democrática. "A rapidez com que o inconformismo se organizou e tornou efetiva sua ação nas ruas deve-se basicamente à internet e suas redes sociais. Nunca a idéia de que informação é poder se materializou de maneira tão contundente e expressiva como agora, deixando o Estado e todos os seus aparatos de controle dos canais convencionais de comunicação à mercê da vontade coletiva, que se mobilizou, organizou, resistiu e venceu, portando como arma um celular ou um computador e usando como munição SMS, Twitter, Facebook. Trata-se de um acontecimento histórico, um marco", analisa.





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Jornalista

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4 comentários

  1. Interessante saber que a revolução política do Egito começou pela internet, mais precisamente pelas redes sociais. Espero que o Egito dê um exemplo de mobilização e consciência política. Confesso que só agora entendi toda a questão. Parabéns pelo post!

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  2. verdade, agora deu para enteder, e olha a força das redes sociais.

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  3. Oi Wander! Até que fim o povo do Egito acordou,
    tava na hora de mudar o povo não aguentava mais.
    Parabéns a eles.
    um abraço.

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  4. Não tenho nenhuma dúvida que as mídias sociais tiveram um grande impacto neste processo. Assim como nos protestos no Irã em 2009 e tantos outros, a web mostra que sua força é capaz de unir o povo. E a partir de agora, os governos que se preparem contra a força virtual. Abraço.

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