Ponto de Vista – Brasileirão gera guerra entre as TVs e times de futebol

fevereiro 26, 2011



O futebol, um dos esportes mais lucrativos em termos de retorno publicitário, tem sido alvo disputa entre as principais emissoras de TV aberta do Brasil. Tudo começou quando o famoso Clube dos 13 (C13) – entidade que organiza a venda dos direitos de transmissão, abriu uma licitação para escolher a emissora que teria os direitos do Campeonato Brasileiro, mais conhecido como Brasileirão, de 2012 a 2014. Rapidamente, Globo, Record, Band e RedeTV! também manifestaram interesse pelo campeonato.

A Rede Globo, que exibe o torneio há anos com exclusividade, também apresentou a sua proposta. Alguns dizem que até o SBT esboçou interesse, mas logo desistiu devido o alto valor que estava em jogo. RedeTV! e Band, apesar de também estarem no meio do furacão, são as mais humildes na disputa e topam compartilhar a exibição, independente de quem ganhar a exclusividade. Além da Globo, ESPN, Oi e Telefônica mostraram interesse no cabo e no pay-per-view do Campeonato Brasileiro. Já os portais GloboEsporte.com, Terra, iG, Oi e UOL pleiteiam os direitos do Brasileirão para a internet.

Mas o que tem chamado a atenção dos clubes, dos críticos de TV e, principalmente, do público, é a agressividade da Record em se posicionar diante do campeonato. Colocou na mesa um valor muito mais alto do que o do mercado e ainda ofereceu espaço midiático para os clubes nos veículos que compõe a sua rede. Há quem diga que até um programa na Record News. Coisa que a Globo já oferece, mas em proporções não tão megalomaníaca.

Mesmo diante de uma proposta tentadora, o C13 se viu em um racha. Botafogo, Corinthians, Coritiba, Flamengo, Fluminense e Vasco da Gama abandonaram a entidade e disse que vão negociar os seus direitos de imagem diretamente com as emissoras de TV interessadas ou via Confederação Brasileira de Futebol (CBF). E a lista tende a aumentar: Santos, Palmeiras, Portuguesa e Cruzeiro devem abandonar o C13 em breve.

Segundo a reportagem de Eduardo Ohata e Martín Fernandez, publicada no jornal Folha de São Paulo, “a debandada se deu no mesmo dia em que o C13 preparou o edital que nortearia a negociação do próximo contrato de transmissão do Brasileiro, no triênio 2012-2014. O Campeonato Brasileiro deste ano não muda: será transmitido por Globo, Band e Sportv. Para o ano que vem, os dissidentes acenam com a criação de uma liga, sem os clubes do C13. A ideia tem a simpatia da CBF, que desde o ano passado é inimiga do Clube dos 13, mas ainda é embrionária”.

Mesmo sendo a favor da pluraridade da informação, o jornalista Juka Kfouri, em sua coluna na Folha de S. Paulo e na Rádio CBN, criticou o fato da Record usar o dinheiro "dos fiéis da Igreja Universal do Reino de Deus (Iurd)" para engrossar a oferta pelo Brasileirão e, desse modo, provocar um racha no Clube dos 13, fazendo que alguns times “não quererem saber de mudanças e preferirem ficar na Globo".

No meio desse fogo cruzado, o telespectador-torcedor sofre e fica refém do monopólio. Quantas vezes, a Globo não exibiu um jogo para uma determinada praça por conta de um horário mais cedo ou que o horário coincide com as partidas “mais importantes”? Alguns podem dizer que a TV Paga seria a solução, mas além de ter que pagar a assinatura para uma operadora é também exigido que o cliente compre o
pay-per-view de determinadas partidas. Ou seja, o público paga duas vezes por um serviço que em tese ele teria numa única tacada. É algo a se pensar...




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*Observação: Este artigo faz parte da minha participação na seção Ponto de Vista, do site do Cena Aberta, onde três jornalistas publicam um artigo mostrando pontos diferenciados sobre o mesmo assunto. Todo sábado você vai encontrar artigo escritos por Endrigo Annyston, Emanuelle Najjar e Wander Veroni.






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Wander Veroni
Jornalista

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3 comentários

  1. Olá,Wander!

    Apesar de vários discursos que são contidos nas entrelinhas da tanto da crítica,quanto da própria CBF,que tendem a atacar um inimigo e a visualizar um somente o dinheiro,consecutivamente.Acredito que o público tende a ganhar com essas mudanças,e isso gerará frutos dessa 'liberdade' de sítio(rsrsr) na própria copa de 2014.
    Abs!

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  2. Não tem santo nesta história. A Globo sempre quer ter privilégio e não admite concorrência. A Record por sua vez boa parte de sua grana oriunda dos dízimos da Universal, na minha opinião dinheiro sujo. Mas é bom ver concorrência na TV brasileira. Abraços

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  3. Privilégio terá o povo quando remover de suas mentes as "ondas" chamadas Religião, futebol e Carnaval.

    Pagam dobrado e depois ainda perdem mais tempo e dinheiro discutindo no Boteco quem é o melhor, quem é o "Bam Bam Bam" e tal.

    Se isso é tirar onda ou ser feliz e ser o "cara" ou a mina", prefiro minha Liberdade barata e realista com os pés no chão firme.

    Bitolação total, minha mente não é pinico nem mesmo pra carnaval.

    Do meu bolso não sai 1 centavo sequer para estas finalidades, já tenho muitos filhos em Brasília pra sustentar na "marra" sem opção contrária e sem poder mudar de canal.

    livrar-se destes lixos para as massas é mais fácil do que se imagina. Agora do lixo público Administrativo da federação chamada Brasil, ah esse é mais complicado, porém não impossível.

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