Ponto de Vista – Amor em 4 Atos transforma música em teledramaturgia

janeiro 22, 2011



A idéia que tinha tudo para soar intelectualizada e segmentada, mostrou-se uma obra diversa, universal e popular. Em Amor em 4 Atos, uma minissérie exibida em quatro episódios pela Rede Globo, as músicas de Chico Buarque - “Mil Perdões”, “Ela Faz Cinema”, “Construção”, “As Vitrines” e “Folhetim”, serviram como argumento para criar três histórias independentes e contemporâneas, numa espécie de crônica urbana sobre amor.

Dirigida por Tande Bressane, Tadeu Jungle e Bruno Barreto; e adaptada por Antonia Pellegrino, Marcio Alemão Delgado, Estela Renner e Tadeu Jungle, Amor em 4 Atos surpreendeu o público e alcançou uma média de 20 pontos de audiência, segundo o Ibope da Grande São Paulo – número que foi bastante comemorado pela direção da Rede Globo que ficou apreensiva sobre o desempenho do programa. A atração contou com os atores Malvino Salvador, André Patrício, Gero Camilo, Dalton Vigh, Carolina Ferraz e Marjorie Estiano.

Na primeira história apresentada ao público, Marjorie Estiano interpreta Letícia, uma cineasta que se envolve com Antônio, um pedreiro vivido por Malvino Salvador. Paixão, mentiras e destinos que se encontram a partir de desventuras do cotidiano. Particularmente, foi um dos meus episódios preferidos, principalmente pela naturalidade do elenco que soube dar leveza aos personagens. Destaque para Cacá Rosset – que interpretou o libanês Ráfic, um vendedor de comidas árabes, apaixonado pela voz da locutora da estação do metrô.

No segundo episódio, foi mostrado um "quadrado amoroso" retratado por Carolina Ferraz - que interpreta Maria, esposa de Lauro (Dalton Vigh) e amante de Fernando (Dudu Azevedo), namorado de Dora (Gisele Fróes), ex-namorada de Lauro. Já na terceira e última crônica de Amor em 4 Atos – dividida em dois episódios, Alinne Moraes e Vladimir Brichta protagonizam uma história onde acaso une duas pessoas. Vladimir é Ary, um homem casado que após uma desilusão se envolve com Vera. Após dormirem juntos, Ary descobre na manhã seguinte que ela é uma garota de programa.

Para o início deste ano, a Globo optou por microsséries, como Amor em 4 Atos, O Bem Amado e Chico Xavier – sendo as duas últimas derivadas de filmes exibidos recentemente nos cinemas. Ao que parece, o público aprovou essa nova proposta televisiva, garantindo à emissora carioca a liderança absoluta no horário. Co-produzida pela Rede Globo, com produção da RT Features e produção executiva da Academia de Filmes, Amor em 4 Atos foi uma grata surpresa no início da temporada televisiva de 2011. Pena que a Rede Globo optou por exibir a série tão tarde, depois do Big Brother Brasil. Pela leveza das histórias, creio que caberia uma reprise no final de semana em um horário melhor, afinal Chico Buarque também é cultura e, acima de tudo, entretenimento da melhor qualidade.



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*Observação: Este artigo faz parte da minha participação na seção Ponto de Vista, do site do Cena Aberta, onde três jornalistas publicam um artigo mostrando pontos diferenciados sobre o mesmo assunto. Todo sábado você vai encontrar
artigo escritos por Endrigo Annyston, Emanuelle Najjar e Wander Veroni.





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Wander Veroni
Jornalista

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4 comentários

  1. Olá,Wander!

    Chico Buarque é sempre amado e bem vindo em todos os horários.

    Apesar de não ter gostado das adaptações,apenas das tomadas do episódio de Aline,só por ser Chico,td fuca enriquecido.

    Belo final de semana!

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  2. Amo Chico Buarque e toda vez que ouço as canções dele passa mil histórias na minha cabeça.
    Estava muito afim de assistir,mas não rolou era tarde d+.

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  3. Ola Wander, parabéns pela análise. Eu nao assisti justamente por ser muito tarde. Eles sempre fazem isso, exibem séries maravilhosas, mas joga pra tudo tarde. A última que assisti nesse horário inteira, para vc ter uma idéia, foi "Maysa"!

    Mas, vi alguns trechos de O Bem Amado, e pretendo assistir também Chico Xavier.

    Grande abraço!!!

    Danilo Moreira

    http://blogpontotres.blogspot.com/
    Novo post: Twitter: duas faces

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  4. Curioso, não sei explicar porque, mas o primeiro episódio de "amor em 4 atos" me lembrou o filme "o fabuloso destino de Amélie Poulain" e o segundo teve um toque a lá "Match Point" de Woody Allen, neste talvez pelo ritimo e pela trama envolver personagens "sofisticados" que não sabem lidar com suas emoções... Não sei se mais alguém percebeu isso ou se não passa devaneios meus...
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    Inspirado pela microssérie, escrevi um artigo, "Chico e as histórias que não vivi", sobre o efeito que suas canções me causam. Deia uma lida depois: http://sublimeirrealidade.blogspot.com/2011/01/chico-e-as-historias-que-eu-nao-vivi.html
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    Abraços!

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