Jornalismo Colaborativo existe, sim!
dezembro 10, 2007
Jornalista que não janelar, provalvelmente não irá colher boas pautas. Eu mesmo, que estou engatinhando no jornalismo, faço esse exercício de conversar com as pessoas nas ruas, nos bares, na padaria, enfim...em qualquer lugar. Pessoas amigas e pessoas desconhecidas. Pessoas que acrescentam na nossa vida.
Quando trabalhava com produção, adorava ler os e-mails ou atender os telefonemas dos telespectadores. Na maioria das vezes, as melhores pautas vinham daquele contato. Muitos colegas meus de trabalho me diziam para eu não interagir demais, manter certo distanciamento. Eu não conseguia. Tinha alguns "personagens" que ligavam só para falar o que achou do programa. Outros mandavam uma sugestão de pauta, que era praticamente uma pauta completa - era só o repórter ir lá e gravar. Mas não era só flores: também ligavam alguns engraçadinhos dando trote travestidos de pauta ou até mesmo para criticar o programa ou o apresentador. Nada que uma apuração bem feita para descobrir o que é uma pauta quente de uma mentirosa.

Quando ainda estava nos bancos da faculdade, ouvi pela primeira vez esse termo de jornalismo colaborativo - que são os internautas que postam notícias em sites de grande visitação e que não precisam ser, necessariamente jornalistas. Espera-se, contudo, que haja jornalistas-editores para filtrarem ou apurarem os dados postados pelo público - o que nem sempre acontece. Eu acreditava que jornalismo colaborativo era outra coisa. Pra mim era quando o público ligava pra redação, mandava e-mail, fax ou carta com alguma sugestão de pauta. Entendia a parte do "colaborativo" nesse sentido, do público colaborar, e não de ser o produtor de informação.

Para quê saber disso, se existe o técnico? Se o jornalista desconhece a capacidade das suas ferramentas dificilmente conseguirá ousar e sair da rotina do "arroz com feijão" de todos os dias. As redações estão cada vez mais sucateadas e os profissionais estão sendo cobrados a ir além, de ser profissionais multimídias. Daqui há alguns anos, editores de imagens, principalmente nas TVs abertas, serão jornalistas também. É um fato de mercado. Acredito que janelar, mesmo que seja de vez em quando, pode ajudar e muito: observar e interagir também pode ser uma estratégia, por que não?
Essa semana eu volto com mais Café com Notícias.
Jornalista
3 comentários
Bem lembrado: tem jornalista q esquece de janelar e gosta de olhar o próprio umbigo o dia inteiro. Gostei d+ desse texto...mandei pro pessoal da redação onde trabalho...bjão!
ResponderExcluirVamos janelar, então! Isso ñ significa cuidar da vida alheia, mas prestar atenção no q acontece ao seu redor. Exercício fundamental para os jornalistas...hehehe...bom texto, amigo!
ResponderExcluirEu vou janelar agora...hehehe...
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