Cine Café – Filme Zodíaco fala sobre jornalismo investigativo e suspense

dezembro 09, 2007





Uma série de assassinatos misteriosos e apenas uma carta ligando todos esses crimes. Num clima de suspense e tensão, o filme Zodíaco, exibido em 2005, mostra dois lados importantes do jornalismo: a possibilidade da imprensa abrir precedentes para "celebrizar" um assassino em série e, ao mesmo tempo, como o jornalismo investigativo sério pode ajudar a desvendar um criminoso.


Pesquisadores da área de criminalística afirmam que os assassinos em séries, conhecidos também como "serial killer", sentem prazer em ver os seus crimes noticiados pela imprensa e de ajudar os policiais a encontrá-lo. Há uma série de debates éticos quanto a publicar ou não uma carta de um criminoso num jornal diário: uns dizem que isso servirá para deixar a população em pânico; outros já falam que não se deve abrir espaço para isso na mídia e que a polícia deve tomar conta do caso.



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Crítica do Filme Zodíaco



Publicar ou não uma carta de assassino em série: caberá ao conselho editorial jornal. Mas e você, publicaria? Enquanto jornalista, me questionei durante todo o filme. Depende de uma série de coisas, sobretudo da linha editorial do veículo de comunicação em questão. Pois bem, vamos voltar ao filme. A história começa em agosto de 1969 - época da qual começa a série de assassinatos. Três cartas diferentes chegam aos jornais San Francisco Chronicle, San Francisco Examiner e Vallejo Times-Herald, enviadas pelo mesmo remetente. A carta enviada ao Chronicle trazia a confissão de um assassino, dando detalhes da morte de 3 pessoas e da tentativa de homicídio de outra, com informações que apenas a polícia e o assassino poderiam saber.




As três cartas formavam um código que supostamente revelaria sua identidade ao ser decifrado. O assassino exigia que as cartas fossem publicadas, caso contrário mais pessoas morreriam. Um casal de Salinas consegue decodificar a mensagem, mas é Robert Graysmith (Jake Gyllenhaal), um tímido cartunista editorial, que descobre sua intenção oculta: uma referência ao filme "Zaroff, o Caçador de Vidas" (1932).

Os assassinatos e as cartas se sucedem, provocando pânico na população de San Francisco. A situação faz com que os detetives David Toschi (Mark Ruffalo) e William Armstrong (Anthony Edwards) e o repórter Paul Avery (Robert Downey Jr.), que trabalham no caso, tornem-se celebridades instantâneas. Graysmith, que trabalha no mesmo jornal de Avery, apenas ajuda quando lhe é permitido. Mas o Zodíaco, como o assassino era chamado, estava sempre um passo a frente.

A grande aula de jornalismo investigativo está quando Robert Graysmith (Jake Gyllenhaal) resolve escrever um livro sobre o Zodíaco. Além de reunir a maior de parte das matérias que os jornais da época publicaram, Graysmith conversou com todas as fontes possíveis envolvidas com o caso. Outro tapa na cara que o filme nos dá - esse tapa me refiro aos jornalistas em questão, é de um cartunista ter assumido as rédias do caso. O jornalista da história, Paul Avery (Robert Downey Jr.), se tornou um álcoolatra fracassado que desiste de participar do processo de confecção do livro.


A grande sacada do filme está nisso: os jornalista são historiadores contemporâneros. Não há como fazer grandes reportagens sem realizar pesquisar ou entrevistar pessoas envolvidas direta ou indiretamente com o caso. Independente da área editorial que os jornalista venha a trabalhar, ele deve ficar atento a pesquisa. Pesquisa é fundamental para a produção de boas reportagens. Graysmith, nessa hora do filme, assume a postura de investigador, de jornalista e de historiador. Resultado: o melhor livro reportagem sobre o assassino. Não tem jeito: não há glória sem trabalho.








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Jornalista

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1 comentários

  1. O filme "Zoadíaco" é mto bom msm...não tinha pensado nele nesta forma. Achei interessante a sua análise, parabéns!

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