Decepção e impunidade: até quando?

setembro 16, 2007

Quero muito acreditar no ser humano. Que as pessoas são boas, honestas e com princípios, mas está ficando cada vez mais difícil. Principalmente, por que o ser humano é dúbil e cíclico. Mas preciso ter fé. Farei o possível. Essa última semana, além de um problema de saúde que passei, tive que me ausentar do blog, com muita tristeza, para me recuperar com total eficácia. Voltei. Em meio às dores estomacais, sinceramente, tive a esperança de que o Senado, em uma "crise de honestidade" e recuperação da boa imagem pública, condenaria Renan Calheiros.

Isso não aconteceu. O senado ignorou a opinião pública, as provas e absolveu o Presidente dessa Casa Legislativa. Como brasileiro, fiquei envergonhado e com nojo desse Senado. Anteriormente, o G1 fez uma enquete com os senadores perguntando o que cada um votaria. Mesmo sabendo que a sessão seria (e foi) fechada, eles toparam. A maioria dos senadores disse que votaria pela cassação de Renan. Isso prova a mentira que os políticos contam à nós, público, que sustentamos a máquina pública.

Não me lembro ao certo em que veículo Renan disse essa frase, mas foi mais ou menos assim: "Eu não sou o primeiro, nem o último político que fez isso. Se eu cair vou levar um monte de gente comigo." Antes que ele caísse e levasse esses nomes para o bueiro do limbo. Acredito que deva existir políticos honestos e pobres, mas a maior parte deles se não são ricos, vivem como pessoas de posses, por que existem empresários bancando algumas "mamatinhas" em troca de favores políticos. Ah, isso existe. Infelizmente, existe. Não de uma maneira declarada e comercial. Isso acontece como uma troca de gentilezas, uma espécia de amizade, ou como diria Paulo Coelho, que me desculpe a alusão, "um investimento gordo no Banco de Favores".


Uma explicação bem grosseira e rápida do termo "banco de favores" seria uma espécie de gratidão, com preço e prazo de validade ilimitado. Você me ajuda hoje e eu te ajudo amanhã, num processo contínuo de confiança. Mas não é uma ajuda qualquer. São ajudas estratégicas. Uma espécie de net work dirigido.
O "Banco de Favores" é maravilhoso, quando usado para o bem. Todas os profissionais o utilizam. A moeda mais forte comercializada nesse banco é a confiança. Quem faz isso não se arrepende. E, por nada, nadica, nada mesmo, quebra essa corrente de favores. Quem sai ou quebra essa aliança leva o estigma do interesseiro, do desleal. Se você não participa ou nunca ouviu falar disso, reveja os seus conceitos. De certo, o Caso Renan não é o melhor exemplo para o banco. Concordo. Mas, para mim, isso o salvou, não sei por quanto tempo ou por quantas lesgislaturas...hehehehe...



Essa semana eu volto com mais Café com Notícias.



Jornalista

MAIS CAFÉ, POR FAVOR!

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