#BH127Anos: Capital mineira celebra aniversário em meio aos desafios sociais, mas sem perder o charme
dezembro 12, 2024Belo Horizonte é como aquele anfitrião que sempre recebe os amigos com café fresquinho e pão de queijo saindo do forno. Aos 127 anos, a capital mineira continua sendo um reflexo da alma de Minas Gerais: acolhedora, cheia de história e com um olhar atento para o futuro.
Porém, como todo bom anfitrião, BH também enfrenta os desafios de manter a casa em ordem, enquanto tenta deixar a porta aberta para o novo. Fundada em 12 de dezembro de 1897, Belo Horizonte nasceu com ares de modernidade, planejada para ser a nova capital de Minas Gerais em substituição a Ouro Preto.
O projeto do engenheiro Aarão Reis trouxe traços de uma cidade pensada para crescer, com ruas largas e quadras alinhadas, mas talvez ninguém tenha previsto que a cidade ganharia tanto charme com suas ladeiras, praças e, claro, a famosa vista da Serra do Curral.
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A Pampulha é o orgulho estampado em cartões-postais. Mais que um conjunto arquitetônico, é uma aula de modernismo ao ar livre, onde Oscar Niemeyer, Burle Marx, Cândido Portinari e Alfredo Ceschiatti combinaram seus talentos para criar um marco que encanta turistas e inspira artistas.
Mas, Belo Horizonte não vive só de grandes obras. É nas esquinas, onde bares e botecos se encontram, que a alma da cidade transparece. Não à toa, BH é conhecida como a capital dos bares. Aqui, qualquer conversa pode virar um brinde e todo momento é uma desculpa para comer aquele torresminho de barriga.
Apesar de tudo isso, a aniversariante tem seus dilemas. A desigualdade social ainda é uma chaga que a cidade tenta cicatrizar. A periferia, muitas vezes esquecida, clama por infraestrutura, enquanto os bairros nobres esbanjam recursos e oportunidades.
Na mobilidade urbana, os congestionamentos diários e um metrô que parece ter parado no tempo são lembretes de que Belo Horizonte precisa repensar seu futuro. O desafio não é pequeno, mas a criatividade mineira tem potencial para virar o jogo.
No turismo e na cultura, Belo Horizonte ainda engatinha para atingir o potencial que merece. Apesar de eventos como o Festival Internacional de Teatro e a Virada Cultural colocarem a cidade no mapa, ainda falta uma identidade mais marcante que vá além do título de "capital dos bares". BH precisa ser reconhecida por sua música, seu teatro, suas artes visuais e, principalmente, pela deliciosa cozinha que faz qualquer um suspirar.
Mas, não se engane: quem visita Belo Horizonte sempre volta! Talvez sejam os encantos dos museus, como o Museu das Minas e do Metal, ou o Mercado Central, onde a cidade pulsa entre queijos e histórias. Talvez seja a energia do Parque Municipal, a liberdade do Parque das Mangabeiras, o frescor da Lagoa da Pampulha ou a vista arrebatadora da Serra do Curral. A verdade é que Belo Horizonte sabe ser inesquecível!
Celebrar 127 anos de história é também um convite para refletir. A aniversariante precisa cuidar melhor de sua memória, preservando o que já tem, enquanto constrói novas pontes para o futuro.
O turismo e a cultura podem ser motores não apenas de desenvolvimento econômico, mas de inclusão social e valorização da identidade local. A cidade merece brilhar em todas as suas facetas, para que cada visitante, seja ele mineiro ou estrangeiro, leve na bagagem um pedacinho dessa terra cheia de boas histórias.
Então, fica o convite: venha sentir Belo Horizonte! Caminhe por suas ruas, prove seus sabores, ouça suas histórias e, se der sorte, pegue um pôr do sol no alto das montanhas do Mangabeiras. Aqui, cada canto tem um “causo” para contar, e cada esquina guarda uma nova surpresa. BH é assim: simples, autêntica, e com um coração grande o suficiente para caber o mundo inteiro.
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Jornalista
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