#Homenagem: Corredora mineira, Maria Zeferina Baldaia, anuncia aposentadoria e ganha documentário
dezembro 06, 2022Para se despedir de uma carreira de sucesso como corredora e maratonista, a mineira Maria Zeferina Baldaia, escolheu a 23ª edição da Volta Internacional da Pampulha, realizada no próximo dia 11 de dezembro, em Belo Horizonte (MG), e a 97ª Corrida de São Silvestre, realizada no próximo dia 31 de dezembro, em São Paulo (SP), para anunciar a sua aposentadoria do atletismo.
A corredora, que tem no currículo o cinturão de ouro das principais provas de rua do Brasil, e garantiu recorde em algumas, afirma que a intenção não é exatamente vencer as provas, mas os próprios limites impostos pela idade.
Maria Zeferina Baldaia treina todos os dias em dois períodos e, mais de duas décadas depois, ela mantém o mesmo peso de 2001, quando venceu as provas. "Mesmo agora com 50 anos, não me sinto velha. Não tenho lesões e nem limitações, por isso consigo manter a rotina de treinos. É uma pena que o tempo passe e chegue essa hora de parar, mas é apenas uma escolha pessoal de não competir mais profissionalmente", afirma a atleta.
Documentário
Ela, que é natural de Nova Módica (MG), mas está radicada em Sertãozinho (SP), terá sua história de luta e conquistas contada em um documentário, em homenagem a sua dedicação e exemplo ao esporte brasileiro.
"O longa-metragem tem a missão de eternizar o legado da corredora, não só no esporte, mas principalmente para toda a sociedade", afirma o diretor Samuel Prisco, da Grattitude Filmes. O filme está em fase de produção, com lançamento previsto para 2024.
Maria Zeferina Baldaia se tornou a terceira brasileira a conquistar a prova da @saosilvestre, no mesmo ano em que já havia vencido a também tradicional @voltadapampulha, na capital mineira. Ela deixa o atletismo profissional no ano em que completa seu 50º aniversário.
Vencedora de provas importantes como Corrida de São Silvestre; a Volta Internacional da Pampulha; Corrida de Reis, onde foi recordista da prova; Meia Maratona do Rio de Janeiro e Maratona Internacional de São Paulo, Maria Zeferina Baldaia sempre buscou superar os seus limites e ser um exemplo para futuros atletas.
A produção audiovisual reconstrói nas telas a vida da menina pobre, humilde em suas origens, que começou a correr ao acaso, motivada pela sensação de liberdade e desejo de mudança.
"O que aquela menina não sabia é que os pés descalços no meio dos canaviais estavam começando a trilhar uma história de sucesso, num caminho sem volta. De babá, gari, empregada doméstica e até cortadora de cana, ao lugar mais alto do pódio do atletismo brasileiro", ressalta Lucas Bretas, produtor e roteirista do documentário.
Legado
As captações externas do documentário sobre Maria Zeferina Baldaia começaram em de fevereiro deste ano, remontando a história da mulher que corria nos canaviais, com detalhes.
O cronograma para essa etapa do projeto se encerra em dezembro de 2022, quando ela fará sua última São Silvestre, prova que venceu em 2001, desbancando as principais corredoras do mundo.
Em 2023, começam as etapas de montagem e finalização, com a produção de trilha sonora própria. Com esse trabalho, a produção do documentário acredita que o filme estará apto a concorrer em grandes festivais, em uma categoria seleta de obras cinematográficas habilitadas a este gênero.
O legado de Maria Zeferina Baldaia está eternizado com um Centro Olímpico que leva seu nome, em Sertãozinho (SP), cidade que a acolheu de braços abertos desde que mudou, junto da família vinda de Minas Gerais.
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Jornalista
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