#Confraternizações: Como participar das festas de final de ano sem brigar com os familiares e amigos?

dezembro 23, 2022


Festas de final de ano. Família, parentes e amigos reunidos. Comes e bebes à vontade, mesa farta, além de conversas que geram debates e opiniões sobre a vida alheia. Para muitas pessoas, isso pode gerar ansiedade. Já aconteceu com você ou com alguém muito próximo? Por incrível que pareça, é mais normal do que a gente imagina.

Além da preocupação com os gastos excessivos gerados pelas confraternizações e, até mesmo viagens, essa época do ano também pode se tornar um momento que causa muitos gatilhos emocionais para pessoas que têm algum trauma ou até brigas familiares

Neste período, para muitas pessoas, é normal que a ansiedade apareça. Mas, se essas confraternizações assustam deixando a pessoa triste ou com raiva, talvez haja uma explicação. De acordo com a psicóloga Vanessa Gebrim, especialista em Psicologia Clínica pela PUC de São Paulo, é importante respeitar e acolher as pessoas que não se sentem bem com as festas de final de ano

“Muitas dessas pessoas podem ser diagnosticadas como Transtorno Afetivo Sazonal (TAS). É um tipo de depressão que ocorre nessa época, em que o gatilho pode ter sido decorrente de experiências traumáticas que aconteceram na data ou próxima dela”, comenta @vanessagebrim.

A especialista ainda explica que as causas podem ser muitas, tais como a pressão por realizar compromissos, encontrar familiares que você não está a fim, tradições que você não concorda ou ser obrigado a demonstrar felicidade na ocasião. 

Cada um deve identificar as razões por não gostar desses encontros para conseguir ressignificar de alguma forma. “Por exemplo, se é decorrente da morte de um ente querido, seria positivo a pessoa ressignificar entendendo que aquela pessoa que se foi, ficaria feliz com a alegria do encontro no final do ano”, esclarece a psicóloga. 

Gatilho

Como esse ano foi de mudanças políticas no Brasil e de fortalecimento da Democracia por meio das eleições, é necessário entender que desavenças acontecem e, em tese, isso não deveria ser motivo para brigas, pois cada pessoa tem a sua visão de mundo e, nem sempre, estão dispostos a mudar em uma única conversa superficial. 

"A cultura brasileira de gritar mais alto para ter razão não funciona, só piora. O ideal seria tentar “quebrar o gelo”. Se as pessoas desejarem retornar ao relacionamento, é importante fazer um esforço de ter empatia com a outra. Isso é fundamental", exemplifica Vanessa. 

Por isso, é preciso, de forma interna, buscar o autoconhecimento, e estar com pessoas queridas para ajudar a se fortalecer diante do sofrimento/irritação, além de se nutrir de bons sentimentos, proporcionando um benefício emocional

"Outra dica é criar uma lista de gratidão, anotando situações positivas que envolvem a sua vida. Não interagir com pessoas que te deixam tristes ou que influenciam de forma negativa o seu humor também contribuem para se sentir melhor nesse período", complementa.

Traumas

O melhor caminho, nesses casos, é aproveitar o momento para refletir, olhar para dentro, e se conectar, tirando um tempo para si mesmo, fazer algo que goste e se divertir para não sofrer tanto nessa data. 

"Pensar nessas datas de fim de ano como um renascimento para os projetos que não deram certo, um novo ciclo, metas, expectativas e conquistas também ajudam a ressignificar a visão negativa que a pessoa tem sobre não ter conseguido realizar seus sonhos, ou seja, ela terá uma nova oportunidade para conseguir realizar o que não conseguiu antes", orienta Vanessa.

Ela finaliza dizendo que, em casos de brigas ou desavenças familiares, seja por política ou qualquer outro assunto, é necessário buscar trabalhar o perdão. "Aprimore e interiorize as suas ações diante desses sentimentos presentes e se estiver difícil, procure uma ajuda psicológica para ajudar no processo de ressignificação e cura", pontua a psicóloga.




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