#ConsciênciaNegra: Dicas de livros que trazem os negros para o protagonismo da narrativa sociocultural

novembro 20, 2022


Dia 20 de novembro é comemorado o Dia da Consciência Negra. Segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), 56% da população brasileira se declara como preta ou parda. Diante desse número significativo, há urgência para se falar sobre a inserção do negro na sociedade e discutir questões raciais.

Temas que discorram sobre falta de representatividade, discriminação, racismo, apropriação cultural e intolerância religiosa precisam estar em pauta. Além disso, datas como a de hoje (20/11), devem ser lembradas de modo a valorizar, conhecer e respeitar Zumbi dos Palmares, um dos maiores líderes negros do Brasil, e tantas outras personalidades negras que marcam a história do país.

Dentro deste contexto, a literatura é uma das formas de expressão para evidenciar a representatividade racial e acabar com estereótipos vinculados ao preconceito. É por meio dos livros que muitas histórias, conceitos e ideias que precisam ser discutidas chegam às pessoas para que elas consigam refletir sobre a sua existência e, até mesmo, mudar a realidade em que estão inseridas.

Abaixo, confira uma seleção de livros que traz o negro para o centro da narrativa, ao abordar a pauta antirracista e, também, revelar tramas vivenciadas pelos afrodescendentes:

Negros Gigantes – As personalidades que me fizeram chegar até aqui

Neste livro, o gaúcho Alê Garcia, escritor finalista do Prêmio Jabuti, palestrante, criador do podcast Negro da Semana, apresentador do Omelete e um dos 20 creators negros mais inovadores do país, segundo a Forbes, brinda os leitores com um mergulho na própria vida e na de personalidades que o inspiraram e o empoderaram, mas que também foram marcadas pelo colonialismo enraizado. Entre os gigantes retratados na obra estão Lázaro Ramos, Elza Soares, Mano Brown, Martin Luther King, Chadwick Boseman e Emicida, que assumiram os próprios tronos e venceram os preconceitos. Para comprar, clique aqui.

A (des)educação do negro

Com prefácio de Emicida, esta edição do historiador Carter Godwin Woodson é uma das mais importantes sobre educação. Com exemplos práticos e soluções, Woodson demonstra que o sistema não prepara o estudante negro para o sucesso e, além disso, o impede de criar uma identidade própria, doutrinando-o para que assuma uma posição de pária social. O livro é um manual para libertar a mente do menosprezo pela ancestralidade africana. Para comprar, clique aqui.

Uma leitura negra 

Tem como elemento central o resgate da esperança para aqueles que sofrem as consequências do racismo. O livro propõe a prática da leitura da Bíblia e de sua interpretação a partir da rica herança da igreja negra, ou da “interpretação eclesiástica negra”, como denomina o autor. Esau McCaulley constrói uma sólida argumentação baseada na ortodoxia bíblica e um forte apelo étnico e social.  Nesta narrativa, as perspectivas bíblica e negra se encontram para dar respostas divinas ao sofrimento de toda uma comunidade. O autor aponta o caminho do diálogo multiétnico para a comunhão entre homens e mulheres criados à imagem e semelhança de Deus. Para comprar, clique aqui.

Vamos falar de racismo?

O suposto “convívio pacífico” entre pessoas de diferentes origens é um mito que durante muito tempo foi associado ao Brasil. Somos, no entanto, um país racista – como comprovam as manifestações explícitas ou veladas de preconceito, as estatísticas e o acesso desigual ao estudo, ao emprego e às posições de destaque nos mais diversos setores da sociedade. O primeiro passo para se tornar antirracista é falar abertamente sobre o tema. As 100 questões deste livro-caixinha levam à reflexão, individual ou em grupo, e contribuem para a mudança efetiva de entendimento e de comportamento em relação ao assunto. Para comprar, clique aqui.

Dois levados numa jangada

O livro tem como cenário a Revolta dos Malês, o maior conflito popular social de escravizados do Brasil, que aconteceu em 1835. A história se passa na primeira capital do Brasil, Salvador. Uma escravizada e um marinheiro inglês estabelecem um inusitado relacionamento e tentam seguir um caminho comum em uma sociedade marcada pela intolerância. A obra traz uma reflexão sobre questões racistas da sociedade atual. Para comprar, clique aqui.

Ás de espadas

A escritora inglesa Faridah Àbíké-Íyímídé estreou na literatura young adult com Ás de espadas e conquistou a lista dos best-sellers do New York Times. O thriller publicado no Brasil pela VR Editora, selo Plataforma21, traz à tona temas sobre o racismo estrutural, preconceito de classe e homofobia. É uma história com protagonismo negro e LGBTQIA+: Devon e Chiamaka são personagens queer. Para comprar, clique aqui.

Silêncio de Marias

Mulher, negra e escritora, Núbia Pimentel não se restringe à estrutura patriarcal do Brasil. Na obra Silêncio de Marias, a autora expõe os problemas do racismo, através de casos da vida real com desfechos trágicos, outros felizes e alguns sem um ponto final. Em um dos relatos, a personagem principal, ainda na juventude, descobre as diferenças nas relações entre pessoas pretas e brancas. Para comprar, clique aqui.

E-Topia

De autoria de Rodrigo Baggio, CEO da Recode, organização que promove o empoderamento digital para transformar vidas e comunidades. As mais de 1,8 milhão de pessoas beneficiadas em 12 países pela ONG foram a inspiração para criação da protagonista Maria. Negra e da periferia, a personagem desperta pela primeira vez na história a consciência de uma inteligência artificial. Entre hackathons e metaversos, a história é revelada. Para acompanhar a narrativa, foi desenvolvido especialmente para a produção um aplicativo de realidade aumentada. Para comprar, clique aqui.

Para os pequenos leitores

Onde é o lugar de Dandara: narra a história de uma menina como tantas outras, mas que vivia se perguntando onde era seu lugar no mundo. Mesmo sendo muito questionadora, as vozes do preconceito que ecoavam, os olhares por busca de padrões e as dificuldades que encontrou pelo caminho levaram-na a fechar-se para a vida e desistir de procurar a resposta que tanto seu coração desejava. Para comprar, clique aqui.

A menina que ancestrou: a personagem principal desta história sente um grande orgulho porque toda a sua família é formada pelo amor sem preconceito. Filha de uma mãe com pele branca e de um pai com pele preta, Maria é fruto da miscigenação. Incompreendida pelos parentes e alvo de piadas por causa do seu cabelo, a criança levanta questionamentos sobre não se parecer com os pais. Nesta narrativa, a pedagoga e pós-graduada em Ludopedagogia, Aline Reflegria, cria o verbo “ancestrar” para destacar a importância de conhecer as origens. Para comprar, clique aqui.

Preta de Greve e as sete Reivindicações: o livro conta a história de Pérola Preta, uma menina negra que até frequentar a escola se sente linda e feliz, representada nos espaços cotidianos de sua convivência, porém ao iniciar a vida escolar conhece o preconceito quanto as suas características étnico raciais. Para comprar, clique aqui.

Nina vai ao Brasil: a pequena Nina, que mora na Inglaterra com a família, parte para uma aventura no país que nasceu. De Norte a Sul, junto da vó Teresa, ela conhece as singularidades da cultura e diversidade do povo brasileiro. Dedicado a crianças que falam português pelo mundo – imigrantes, filhos de brasileiros nascidos fora ou os moradores nativos, o livro é um incentivo às famílias manterem suas raízes. Para comprar, clique aqui.




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