#SaúdeMental: De que forma a violência e o preconceito afetam a população LGBTQIA+?

junho 29, 2021


Você sabia que em 35% dos países do mundo revelar a homossexualidade é perigoso? As penas podem variar de 10 anos de prisão até mesmo à prisão perpétua. No Brasil, embora não tenhamos esse tipo de punição injustificada, os números da homofobia também são alarmantes.

O Brasil é um dos países que mais matam pessoas LGBTQIA+ no mundo. Em 2020, 237 pessoas foram assassinadas por causa de transfobia. Já um levantamento do Grupo Gay da Bahia (GGB), em 2017, foram 445 mortes. Um crescimento de 30% em relação a 2016.

Para muitos LGBTQIA+, lidar com a própria sexualidade é difícil. Isso acontece por causa da realidade em que estão inseridos na sociedade, em seu círculo social, na família e em função de si mesmos. 

O desrespeito, a não aceitação e a falta de apoio, além da ausência de direitos básicos, levam a população LGBTQIA+ a desenvolverem diversos problemas relacionados à saúde mental, tais como a ansiedade, a depressão e o risco de suicídio. Por isso, é necessário colocar esse tema em pauta para garantir seus direitos civis e o maior cuidado com sua qualidade de vida e bem-estar.

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Dessa maneira, o Mês do #OrgulhoLGBTQIA+ também trabalha com a questão da autoestima, uma vez que existe o objetivo de incentivar as pessoas a se orgulharem de quem são, aceitando a si mesmas para que possam viver com mais qualidade.

Por isso, as ações de enfrentamento ao preconceito e a discriminação também devem ser pautadas no âmbito da saúde mental e como isso pode afetar as relações interpessoais desta população. Por incrível que pareça, a orientação sexual e a identidade de gênero ainda é tratada como um crime, pecado ou imoralidade.

Tudo isso leva a uma dificuldade de aceitação por parte do próprio indivíduo, ou traz dificuldades nos seus relacionamentos sociais e familiares, além de menos oportunidades para construir uma vida como qualquer outra pessoa. Inclusive, há menos chances no mercado de trabalho para garantir o próprio sustento.

Além disso, essas pessoas desejam uma vida comum - se casar e ter filhos, mas não conseguem ter esses direitos assegurados, muitas vezes. A somatória desses e outros problemas, que também envolvem a auto aceitação, provocam abalos na saúde mental. A seguir, veja os três principais problemas que se relacionam com a população LGBTQIA+:

Depressão

Ocorre em função de desequilíbrios bioquímicos no cérebro, que reduzem os neurotransmissores que trazem sensação de bem-estar e felicidade. Isso acontece em função de situações estressantes ou perturbadoras vivenciadas pelo indivíduo. O sintoma clássico é a tristeza prolongada, por isso é comum as pessoas dizerem que estão deprimidas quando, na verdade, estão tristes porque algo de ruim aconteceu com elas.

A relação com o luto é outro possível catalisador, mas também existem diferenças entre as duas situações. Quando a depressão coexiste com o sofrimento pela perda de um familiar ou parceiro, a dor não diminui após algumas semanas, como é esperado, e a pessoa não consegue retomar suas atividades ou funcionar como antes. Por isso, é muito importante, procurar ajuda nos serviços de saúde.

Um relatório divulgado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2017, aponta que a depressão afeta 4,4% da população mundial (5,1% das mulheres e 3,6% dos homens). No Brasil, a prevalência é um pouco maior que a média: de 5,5%, número que, nas Américas, só é superado pelos Estados Unidos.

Ansiedade

O transtorno de ansiedade se manifesta em função de uma causa isolada ou da combinação de diferentes fatores. Pode ser o estresse, traumas e a própria depressão. Tudo isso leva a uma preocupação excessiva, dificuldade de tomar decisões, além de medo de situações cotidianas. Elas vivenciam um estado constante de tensão pela grande represália que sofrem, além do medo da violência e do atentado contra sua vida.

Há, ainda, a difícil decisão de revelar a sua sexualidade para a família e a necessidade de debater a respeito disso, enquanto pessoas heterossexuais não precisam enfrentar essa situação. Existe o medo de não ser aceito em sociedade e as incertezas com o próprio futuro por causa das dificuldades que são colocadas no cotidiano da população LGBTQIA+.

Risco de suicídio

Você sabia que pessoas LGBTQIA+ têm seis vezes mais chances de cometer suicídio? Além disso, em um estudo realizado no Brasil, 67% dos entrevistados afirmaram sentir vergonha da sua orientação sexual. Desses, 10% foram apontados com risco para cometer suicídio também.

Mais da metade dos participantes do estudo disseram conhecer algum LGBTQIA+ que já tentou tirar a própria vida. Alguns motivos que levam à ideação suicida, segundo os próprios homossexuais, são a indiferença, o preconceito, a depressão, a falta de amor-próprio, dificuldades no relacionamento com a família ou a rejeição familiar.




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