#FalasDeOrgulho: Especial mostrará trajetórias de amor e aceitação de pessoas LGBTQIA+

junho 07, 2021


Junho, mês do Orgulho LGBTQIA+, é momento de celebrar no mundo todo a diversidade e a luta contra a homofobia. A escolha da data faz referência ao conflito no bar Stonewall, em Nova York, nos Estados Unidos, em junho de 1969, quando um grupo resolveu enfrentar a constante violência policial sofrida pelos homossexuais. Apesar das conquistas sociais, a população LGBTQIA+ ainda sofre com preconceito e violência, sendo o Brasil um dos países que mais mata gays, travestis e transexuais.

Em homenagem à luta da comunidade LGBTQIA+, a TV Globo irá exibir, no dia 28 de junho, o especial especial Falas de Orgulho, logo após a edição especial da novela das 9, 'Império'. O programa tem direção artística de Antonia Prado, direção de Washington Calegari e roteiro assinado por Carlyle Junior, com produção de Beatriz Besser. Rafael Dragaud é o diretor executivo e Mariano Boni, diretor de gênero. Ainda, o especial será exibido nos canais da TV Paga, GNT, dia 30 de junho, e no Canal Brasil, dia 02 de julho. 

A proposta do Falas de Orgulho é mostrar as jornadas de oito personagens de diferentes idades, regiões, trajetórias de vida e religiões – e por trás delas, histórias de superação, preconceito e auto aceitação, passando por temas transversais às letras que formam a sigla LGBTQIA+, que culminam na celebração de poder ser quem se é e na exaltação dessas vozes. 

São eles: Richard Alcântara, 24, jovem transgênero de Caçapava, interior de São Paulo, que sonha ser bombeiro civil; Ariadne Ribeiro, 40, mulher transgênero que é assessora de apoio comunitário da Unaids/ONU; Geisa Garibaldi, 37, a lésbica carioca é criadora do 'Concreto Rosa', empresa de serviços de mão de obra feminina; Ângela Fontes, 69, enfermeira aposentada que só falou abertamente sobre ser lésbica na terceira idade; Fábio, 30, jovem gay de São Paulo que dá vida à drag queen Sasha Zimmer; Mário Leony, 46, homem gay de Aracajú, que é delegado da Polícia Civil há 20 anos; Maycon Douglas, 27, jovem bissexual que trabalha como barraqueiro na praia de São Conrado e mora na Rocinha, comunidade da Zona Sul do Rio de Janeiro; e Mariana Ferreira, 35, médica bissexual, que tem um consultório particular e trabalha como ginecologista do Sistema Único de Saúde (SUS).

Para contar essas histórias, a equipe percorreu diversos estados do país e acompanhou essas pessoas em seu cotidiano: na intimidade de suas casas, trabalho e no dia a dia com os amigos. Além de dar voz a essa luta na frente das câmeras, o especial também reflete a diversidade nos bastidores, em uma equipe majoritariamente LGBT em diversos setores: desde a direção, passando pelos assistentes, fotografia e roteiristas.

A cada edição do ‘Falas’, que faz parte do Projeto Identidade, propõe-se um diálogo social, a partir de temas que estão vinculados às datas de nosso calendário. Para o Falas de Orgulho, além dos bastidores do dia a dia desses oito personagens, o público também terá a oportunidade de ouvir seus depoimentos: as histórias marcantes de suas vidas contadas em primeira pessoa em estúdio. Um momento que promete muitas emoções - tanto para eles, quanto para os espectadores. Ao final, a diversidade será celebrada em um clipe musical exclusivo.

Transformação

"Maria macho" e "sapatão" são alguns dos apelidos que Richard precisou lidar ao longo da sua infância. Nascido em Butatã, na grande São Paulo, o jovem nunca sentiu que se encaixava nos padrões sociais de masculino e feminino. Uma camiseta larga, bermuda e boné eram sempre os escolhidos para o seu passatempo favorito: jogar bola na rua com os amigos.
Richard com a sua namorada. Ele se descobriu homem trans por meio da novela. Crédito: TV Globo / Reprodução.

Desde cedo, Richard já manifestava sua identidade de gênero masculina, apesar de ainda não se entender como tal. Não por conta das roupas ou pelo futebol, mas sim porque sentia que algo estava errado com o seu corpo. "Eu não sabia o que era 'transgênero', vivia em um mundo dividido entre 'lésbicas e gays'", revela.
 
Apesar de se atrair por mulheres, os homens também sempre chamaram a sua atenção, mas de outra forma. "Eu gostava da aparência dos homens. Eu admirava o peitoral, a barba, a liberdade que eles tinham com o corpo. Eu nunca me senti confortável com o meu corpo. E comecei a entrar em depressão porque não sabia o que estava acontecendo comigo", conta.
 
E foi com a ajuda de Ivan, personagem vivido por Carol Duarte na novela 'A Força do Querer', que tudo passou a fazer sentido. "A novela mudou a minha vida, literalmente. No começo, eu via a Ivana e pensava 'nossa, isso já aconteceu comigo'. E a cada fase que o personagem foi passando, eu me sentia representado. Eu assistia à novela com a minha mãe e até ela conseguia me reconhecer naquela história. Foi assim que me descobri um homem trans e procurei por tratamento hormonal", relembra.
 
Morador da cidade de Caçapava, Richard trabalha como assistente de controle de qualidade em uma fábrica de automóveis e namora há dois anos com Yuri Fernanda, que esteve ao seu lado durante toda a transição. "A gente se conheceu em um restaurante que eu trabalhava, ainda com aparência e nome femininos. Ela foi a primeira pessoa por lá a vir conversar comigo e me perguntar como eu queria ser chamado. Viramos muito amigos e a amizade virou amor. Ela me acompanha em tudo", revela Richard.




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Jornalista

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