#Telejornalismo: Jornal Hoje completa 50 anos e faz especial para relembrar a história do noticiário

abril 12, 2021


Um telejornal nacional leve e descontraído exibido na hora do almoço. Foi a partir desta ideia que nasceu, há 50 anos, o Jornal Hoje, da TV Globo. Atualmente, apresentado por Maju Coutinho, por volta das 13h25, o JH - como é chamado carinhosamente pela equipe de produção e pelo público, já teve inúmeros formatos, quadros de sucesso e apresentadores. 

Já passaram pela bancada Leo Batista, Leda Nagle, Marília Gabriela, Augusto Xavier, Pedro Bial, Claudia Cruz, Márcia Peltier, Valéria Monteiro, William Bonner, Mônica Waldvogel, Fátima Bernardes, Carlos Nascimento, Carla Vilhena, Sandra Annenberg, Evaristo Costa, Donny De Nuccio, César Tralli, Rodrigo Bocardi, entre outros. 

Por ser veiculado bem no início da tarde, o JH foi palco de vários acontecimentos noticiados, muitas vezes, em tempo real, tais como: o rompimento da barragem de mineração de Mariana e Brumadinho, a queda das Torres Gêmeas em Nova York, o enterro de Ayrton Senna e os anúncios da escolha de Bento XVI como novo Papa e do Rio de Janeiro como sede dos Jogos Olímpicos de 2016, entre outros.

"Tenho muito orgulho de ter participado da concepção e de ter sido o primeiro apresentador do Jornal Hoje, ao lado do grande Luis Jatobá. Lembro das reuniões em que definimos o seu formato, diferente dos telejornais da época, misturando atualidades com serviço, e guardo até hoje algumas das anotações que fiz nessas reuniões", lembra Léo Batista, primeiro apresentador do JH.

"O JH é o jornal do gerúndio, ele vai ao ar quando tudo está acontecendo. Por isso é um jornal em que os repórteres entram muito ao vivo para acompanhar a notícia em tempo real. Fico realizada por ter feito parte dessa história. No JH, desenvolvi o meu jeito de apresentar mais conversado, menos formal. Fui aprendendo e construindo meu estilo. É possível demonstrar emoção, ser séria sem ser sisuda e dar um sorriso para continuar levando a vida adiante", diz Sandra Annenberg, que esteve na bancada do JH por 18 anos.

A atual titular da bancada do JH, também fala da emoção de estar no comando do noticiário. "Sinto-me honrada e desafiada por estar à frente do JH no momento em que vivemos esse desastre global provocado pela pandemia. O Jornal Hoje completa 50 anos com a nobre missão de bem informar a população diante de um período de medo e incerteza, no qual a disseminação de notícias falsas mostra como o jornalismo profissional é essencial. É um JH cinquentão, mas cheio de energia, que está ligado nos principais acontecimentos do Brasil e do mundo", diz Maju.

Especial 

Em parceria com o portal G1, o Jornal Hoje exibe uma série de reportagens que contam os bastidores, as histórias de apresentadores que já passaram pela bancada, além de relembrar fatos marcantes que aconteceram exatamente no horário ou perto do início do telejornal. 

A primeira delas mostra a rotina da atual apresentadora, Maju Coutinho, da chegada à redação até o fim do expediente. Já na segunda reportagem especial, Maju Coutinho e Sandra Annemberg falam sobre coberturas marcantes, as notícias preferidas e suas primeiras lembranças com telespectadoras do JH. Assista aos vídeos:
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Opinião

Tenho um carinho muito especial pelo Jornal Hoje. Durante muitos anos, o JH foi quase uma revista eletrônica com quadros relacionadas à casa, comportamento, mercado de trabalho e entrevistas especiais aos sábados, junto com as crônicas dos correspondentes internacionais. Talvez, esse tenha sido o formato que esteja na memória afetiva do público, principalmente quem tem acima de 30 anos.

Ver a Maju Coutinho à frente do JH é um símbolo de representatividade e orgulho para o público. É a primeira jornalista negra ancorando o telejornal, justamente no ano em que ele comemora 50 anos. Ou seja, demorou quase meio século para que uma jornalista negra pudesse mostrar o seu profissionalismo e competência na frente das câmeras, não só na reportagem ou nos bastidores, como produtora ou editora. Ao mesmo tempo que é motivo de aplauso, nos mostra ainda que o Brasil necessita de representatividade na TV.

Particularmente, tenho três momentos em que amei ver o Jornal Hoje. Quando eu era mais novo, ao chegar da escola, lembro muito da apresentação da Fátima Bernardes, de cabelo curtinho, tentando deixar o jornal leve, conversado e gostoso de assistir. Anos depois, já mais velho, lembro muito de gostar da apresentação do Carlos Nascimento e da identidade que ele trouxe ao JH com aquela redação ao fundo. E, o último momento, é a parceria de sucesso de Sandra Annenberg e Evaristo Costa, que tinham uma sintonia linda no vídeo. 

Na época da dupla Sandra e Evaristo, o JH assumiu mesmo essa proposta de ser leve, conversado, informal, quase uma revista eletrônica, com os quadros ligados à moda, comportamento e variedades. Mas a guerra pela audiência foi fazendo com que o telejornal fosse perdendo a sua leveza, principalmente depois da entrada do editor-chefe, Luiz Fernando Ávila, que matou todos esses quadros. 

Maju herdou um telejornal no seu momento mais difícil, não só pela concorrência direta com a Record, com o Balanço Geral investindo no noticiário policial e nas fofocas dos famosos, mas também pelo seu tempo de duração que foi estendido, ficando 85 minutos no ar, o que é muita coisa para um jornal focado no hard news, em um momento de pandemia do Novo Coronavírus. Mesmo assim, Maju consegue imprimir personalidade e, quando pode, consegue trazer leveza em meio a tantas notícias pesadas. Vida longa ao JH!




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Jornalista

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