#Saúde: Especialistas alertam para o aumento da obesidade na população durante o isolamento social
abril 07, 2021
Nesta quarta-feira (07/04) é comemorado o Dia Mundial da Saúde. A data tem como objetivo promover reflexões sobre a alimentação, bem-estar e vida saudável. Esse ano, devido a pandemia, os especialistas tem feito esforços para chamar a atenção para a obesidade, fator de risco para o desenvolvimento da forma mais grave da COVID-19.
Segundo um estudo divulgado pela BBC de Londres, 80% das pessoas que tiveram complicações com o Novo Coronavírus tinham sobrepeso ou eram obesos. Os médicos acreditam que isso se deve ao fato do aumento da gordura corporal vir, em geral, acompanhada de outras doenças. Os obesos têm propensão a desenvolverem comorbidades como hipertensão, diabetes e problemas cardiovasculares, além do próprio tecido adiposo já ser um fator crônico de inflamação do organismo.
A obesidade, que é considerada uma doença crônica pela Organização Mundial da Saúde (OMS), mais que dobrou entre jovens e adultos de 2003 a 2019, passando de 12,2% da população para 26,8%. Atualmente, o cenário de isolamento social vem sendo indicado como um agravante para a doença, que atinge ao total 60% da população brasileira, aponta dados da Pesquisa Nacional de Saúde (PNS), divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
De acordo com a coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Pitágoras, Alessandra Carvalho Ferrarezi Menegario, a pandemia tem mudado a rotina e os hábitos da população. “Estamos há um ano nesse isolamento, as pessoas estão trabalhando em casa, fazendo pouco ou nenhum exercício físico e com fácil acesso a comida. Antes a falta de atividade diária incomodava, hoje, depois de tanto tempo, muita gente já se acostumou e o ganho de peso é inevitável”, conta.
A nutricionista fala ainda que as pessoas têm optado por comidas industrializadas ou delivery devido à falta de tempo para cozinhar. “Basicamente, a rotina de muitas famílias se resume em trabalhar, cuidar de filhos, arrumar a casa, é muito excesso de afazeres. Por esse motivo, muitas vezes não há tempo para cozinhar, dando prioridade a alimentos industrializados, que são de alto teor calórico e pouco nutritivos. Além disso, as pessoas buscam através da comida suprir algumas necessidades impostas pela pandemia, como a socialização”, pontua.
Alessandra Menegario pontua que existem maneiras de manter uma alimentação saudável mesmo que seja pelo delivery. "Não há problemas em pedir alimentos com alto índice calórico, mas é importante que seja uma vez ou outra para que haja equilíbrio. Opte por refeições com mais fibras, legumes, verduras, ovos, carnes e que não tenha processados. Outra dica, é comer de três em três horas para não cair na tentação dos big lanches quando abrir o aplicativo de comida. Para diminuir a vontade de comer doces, inclua frutas ao logo do dia", explica.
Para aqueles que preferem cozinhar sua própria refeição, a nutricionista afirma que a chance de acontecer o “deslize” é menor. "No momento das compras, dê prioridade para os legumes, verduras, frutas, cereais integrais, grãos, carnes magras, ovos e condimentos que não sejam industrializados. Se a gente não compra, não temos na hora de cozinhar. Ao preparar as refeições, monte opções coloridas e diversificadas, garantindo assim um consumo de nutrientes variados. Faça saladas diversas, carnes ou ovos, legumes e os favoritos dos brasileiros, arroz e feijão. Pronto, sua refeição estará nutricionalmente completa", diz.
Vale ressaltar que a perda de peso só virá se a boa alimentação estiver acompanhada dos exercícios físicos diários. "É essencial que a gente faça alguma atividade física todos os dias, pode ser em casa subindo as escadas, pulando uma corda imaginária ou até fazer uma caminhada na rua em horários sem movimentos. É recomendando que procure um especialista da área para passar os exercícios ideais. O hábito de se exercitar emagrece e aumenta nossa resistência e imunidade para continuarmos lutando contra o Covid-19", finaliza Alessandra Menegario.
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Jornalista
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