#Reflexão: Série A Cor do Poder, provocativa, mostra uma sociedade distópica dominada pelos Negros

janeiro 11, 2021

Crédito: BBC One / Reprodução. 

A partir desta segunda-feira (11/01), às 22h30, a TV Globo estreia a série britânica "A Cor do Poder", produzida pela BBC One. Logo em seguida, todos os episódios já estarão disponíveis no Globoplay. Inspirada no romance "Noughts e Crosses", de autoria de Malorie Blackman, a história mostra uma sociedade distópica dominada por negros em que a população branca  passa pelo processo de escravidão e, por isso, sofrem com o racismo estrutural.

Filmada na África do Sul, a história é ambientada no fictício continente Albion. Nessa sociedade marcada por disputas políticas e rígidas leis, Sephy (Masali Baduza) e Callum (Jack Rowan), se conhecem quando crianças e se reencontram anos depois, enquanto ele trabalha como garçom na sofisticada festa de aniversário da mãe dela. 

Encantados um pelo outro, eles desafiam as regras locais e suas próprias famílias, provocando mudanças nem sempre tranquilas em todo o universo que os cerca. O reencontro inesperado desperta uma paixão tão arrebatadora quanto impossível. Sephy pertence à 'Elite', enquanto o personagem de Rowan é um Zero, integrante da classe de escravos recém-libertados na história. Assista a chamada da série:

Com trilha sonora assinada por Jay-Z, a série é embalada por sucessos de artistas como Sampha, Run the Jewels, The Comet is Coming, GAIKA, entre outros. O artista, marido da diva pop Beyoncé, ainda atua como produtor executivo da trama.

A maioria dos cantores da trilha vêm de países africanos, como Kiki Gyan, músico e tecladista ganês, os meninos do Songhoy Blues, grupo do Mali, e Ebo Taylor, famoso representante do afrobeat.

Crítica

Por mais que a série "A cor do Poder" (Noughts e Crosses) traga um elemento reflexivo da mudança de papéis em que os brancos são alvos de racismo estrutural e os negros são os privilegiados, a trama têm gerado debates calorosos na internet e está sendo acusada de ter sido construída sob uma visão eurocentrista (branca) do impacto social do racismo.
Crédito: BBC One / Reprodução. 

Alguns estudiosos da questão do preconceito racial e representantes do movimento negro, defendem a tese de que o racismo é algo inventado pelos brancos e que, historicamente, mesmo que a população negra (originária dos países da África) com a sua riqueza e cultura, não promoveria tal tipo de segregação.

Mas, é importante lembrar que a série é uma obra de ficção. E o seu principal elemento não é o resgate do fator histórico documental, mas sim de ser um instrumento de reflexão. Talvez, para a população branca, a história consiga, de forma empática, mostrar o quanto o racismo é perverso e doentio

Seria maravilhoso viver em um mundo em que todos os seres humanos fossem vistos como iguais, mas a realidade infelizmente, não é essa. Mas, só de um dia aceitarmos, em que vivemos em uma sociedade racista, conseguiremos dar o primeiro passo para a tão sonhada transformação por igualdade e justiça.




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