#História: Minas Gerais celebra 300 anos e ainda tenta se recuperar de tragédias ambientais na Mineração
dezembro 02, 2020Rompimento da barragem do Córrego do Feijão, em Brumadinho (MG). Crédito: Vinicius Mendonça / Ibama. |
Nesta quarta-feira (02/11), Minas Gerais celebra 300 anos de história. O Estado, que tem a mineração como nome, têm ainda nesta atividade econômica com uma das mais importantes do Brasil. Das 200 maiores minas em atividade hoje no país, 57 estão em Minas, segundo o Instituto Brasileiro de Mineração (Ibram).
Já de acordo com o site da CODEMIG, Minas Gerais também é o maior produtor de ferro, ouro, fosfato, grafita, lítio e calcário, além de ser o responsável pela geração de 75% de todo o nióbio do mundo. Além disso, o Estado extrai mais de 160 milhões de toneladas de minério de ferro por ano e responde por 29% de toda a produção mineral do país, por 53% da produção de minerais metálicos e por cerca de 50% de todo o ouro produzido no Brasil.
Não foi à toa que o maior desastre ambiental do mundo em mineração, ocorreu duas vezes em Minas Gerais - sob às mãos de empresas privadas, diga-se de passagem. A primeira, o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), devastou completamente vários distritos, matou 19 pessoas e despejou 40 milhões de metros cúbicos de lama tóxica por quase 700 quilômetros pelo Rio Doce até desaguar no mar do Espírito Santo.
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O caso é cercado de impunidade e com o acordo de reparação firmado entre Vale, BHP, Samarco, Ministérios Públicos, Defensorias, governos de Minas Gerais e do Espírito Santo e Governo Federal são colocados em xeque até hoje. Já a segunda tragédia envolvendo mineração ocorreu em Brumadinho (MG), em 25 de janeiro de 2019, quando a barragem da Vale se rompeu e matou cerca de 300 pessoas. Até hoje, há vítimas que não tiveram o corpo encontrado pelo Corpo de Bombeiros.
Além disso, o sistema do Rio Paraopeba, um dos afluentes do Rio São Francisco, teve a captação de água da @Copasa afetada, sendo que é a bacia que abastece a Região Metropolitana de Belo Horizonte. A lama cobriu quase 300 hectares de Mata Atlântica e matou cerca de 4 mil animais.
De acordo com a Vale, a barragem possuía segurança física e hidráulica. As causas do rompimento da barragem ainda são desconhecidas. A Polícia Federal e a Polícia Civil de Minas Gerais investigam o caso para apurar se houve mesmo alguma irregularidade na elaboração dos documentos técnicos que demonstravam que o local era seguro.
Indenização
Muitas famílias atingidas pelo rompimento da barragem de Fundão, em Mariana (MG), fizeram acordo de indenização com a Fundação Renova - que representa os interesses da Samarco, BHP Billiton e Vale. Os acordos são individuais e específicos para cada família ou representante. Até hoje, nenhuma família atingida pelo rompimento foi reassentada. Boa parte das vítimas espera por indenização.
De acordo com reportagem publicada pelo G1, a população de Brumadinho (MG) ainda sente as marcas da tragédia. Já outro texto mostrou que os trabalhadores que sobreviveram à ruptura da barragem convivem diariamente com memórias latentes do desastre.
"Além das 11 famílias que ainda aguardam para poder enterrar seus entes, são vários os relatos de sobreviventes que se queixam falta de assistência da companhia, enfrentam depressão e distúrbios psicológicos, e buscam por justiça. Até hoje, ninguém foi preso ou responsabilizado", diz um trecho da matéria.
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Jornalista
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