#ReportagemEspecial: Fisioterapeuta e Nutricionista também se destacam no tratamento à COVID-19

maio 20, 2020

Crédito: Freepick / Reprodução. 

Por Sílvia Amâncio*


Nos últimos meses, estamos acompanhando, minuto a minuto, as tristes e preocupantes notícias sobre a pandemia do Novo Coronavírus pelo mundo. Registrado pela primeira vez, no fim de dezembro do ano passado na China (a cidade foco foi Wuhan), e em poucas semanas já era registrado em parte da Ásia, chegando e devastando países da Europa (Espanha e Itália), alguns países da África e por fim, nas Américas.

No Brasil, o primeiro registro de uma pessoa infectada foi em São Paulo, no dia 26/02. Depois dessa data, o vírus se espalhou pelo país, fazendo com que as autoridades recorressem ao isolamento domiciliar para tentar minimizar o número de infectados e possíveis óbitos.

Junto com as notícias da devastação do vírus também estamos acompanhado, principalmente pelas redes sociais, campanhas em todo o mundo de motivação e agradecimento aos profissionais de saúde que estão na linha de frente do enfrentamento ao vírus, atuando no salvamento das vítimas e na recuperação da saúde daqueles que conseguiram sair dos casos mais graves.

Nessas campanhas, a figura do médico, por questões históricas e culturais, sempre é a protagonista dos casos em que vidas são salvas. Mas você sabia que nos hospitais, principalmente no Centro de Terapia Intensiva (CTI), é uma equipe multidisciplinar (com vários profissionais de saúde) que é responsável por manter as pessoas vivas e depois ajudar na recuperação do seu quadro de saúde?

O Café com Notícias conversou com dois Conselhos de Classe de duas importantes profissões de saúde, que nesse cenário da COVID-19 (que é o nome da doença causada pelo Novo Coronavírus), são essenciais para salvar vidas: Fisioterapeuta e Nutricionista.

Fisioterapeutas

O Conselho Regional de Fisioterapia e Terapia Ocupacional da 4ª Região (Crefito-MG), que está com parte de sua equipe atuando em home office, nos explicou por e-mail que o fisioterapeuta está presente durante todo o processo de recuperação e reabilitação das vítimas da COVID-19

Naqueles pacientes que estão com ventilação mecânica, por exemplo, são os fisioterapeutas que definem os parâmetros a serem utilizados, e que realiza sua adaptação de forma que receba exatamente o necessário para respirar e se recuperar das disfunções decorrentes do vírus, garantindo ainda a higienização pulmonar, o enfrentamento à perda muscular, a preservação da qualidade de vida, além de evitar complicações pós-operatórias. Ou seja, se há alguém respirando por aparelhos, tem um fisioterapeuta.

Após a alta hospitalar ainda há o acompanhamento fisioterapêutico, pois alguns pacientes desenvolvem fraqueza devido ao tempo de ventilação mecânica e uso de alguns medicamentos que afetam a função muscular.

O Crefito-MG nos informou ainda que em Minas Gerais existem cerca de 830 fisioterapeutas atuando em CTIs pelo Estado e que há uma carência superior a 500 profissionais em Minas Gerais para uma cobertura assistencial mínima de 18h por dia nos hospitais.

Nutricionistas

Já nossa conversa com o Conselho Regional de Nutricionistas da 9ª Região (CRN-9), foi com a nutricionista e vice-presidente, Erika Simone Coelho Carvalho, que também é especialista em Nutrição Clínica e Nutrição Oncológica. 
Crédito: Freepick / Reprodução. 

Sobre o papel do nutricionista nos atendimentos aos pacientes com a COVID-19, ela explica que a assistência nutricional está presente desde a admissão do paciente até a sua alta, já que ele é responsável por realizar a prescrição dietética individualizada, com a composição qualitativa e quantitativa, priorizando a alimentação saudável e introduzindo suplementos nutricionais, quando necessário. 

“O nutricionista deve sugerir para a equipe multiprofissional a terapia nutricional enteral para aqueles pacientes que não possuem a capacidade de se alimentar pela via oral, parcial ou totalmente”, diz.

E durante a internação dos pacientes é o nutricionista que realiza a triagem nutricional, para identificar pacientes em risco nutricional, sendo avaliado seu peso, altura, composição corporal, sinais e sintomas que alteram a ingestão alimentar e a capacidade de realização das atividades diárias.



“A prescrição dietética é individualizada e reavaliada diariamente, de acordo com aceitação do paciente e também tem o acompanhamento nutricional após a alta, pois o nutricionista repassa as orientações para os pacientes, cuidadores, familiares ou responsáveis, com foco na educação alimentar e nutricional”, destaca.

O CRN-9 nos informou que o número de nutricionistas que atuam nos hospitais em Minas Gerais varia de acordo com a complexidade do atendimento hospitalar e interesse administrativo, considerando que pacientes com COVID-19 têm ocupado cada vez mais leitos de CIT, espera-se um nutricionista com carga horária técnica semanal de 30 horas, sendo responsável por 15 leitos, para uma assistência nutricional adequada.



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*Perfil: Sílvia Amâncio é jornalista especializada em "Comunicação em Projetos Ambientais" e em "Comunicação e Saúde". Costuma escrever sobre relações viróticas de trabalho, saúde, direitos humanos e mídia, sempre levando para o lado latino-americano e socialista da vida ao sul da fronteira.








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