#CaféConvidado: Incertezas do Novo Coronavírus desperta em todos variados níveis de ansiedade

maio 18, 2020

Crédito: iStock / Reprodução. 
O isolamento domiciliar, as incertezas econômicas e sociais em relação ao Novo Coronavírus, fez com que algumas pessoas passem a ficar preocupadas com o futuro em meio à sensação de impotência, desenvolvendo ansiedade nos mais variados níveis. Mas, como não sofrer emocionalmente? Isso é possível? 

Depende de pessoa para pessoa. Os especialistas dizem que a ansiedade é uma reação natural do corpo ao estresse. Sendo assim, a pessoa, geralmente, entra em um estado emocional caracterizado por sentimentos de tensão, preocupação, medo e pensamentos ruins

Segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), o Brasil tem o maior número de pessoas ansiosas do mundo: 18,6 milhões de brasileiros (9,3% da população) convivem com a ansiedade

Portanto, de que maneira a ansiedade pode afetar a nossa saúde física e emocional em tempos de quarentenaPara falar mais sobre este assunto na seção #CaféConvidado, trouxemos um artigo muito legal da jornalista, escritora e psicanalista, @DianeDuque, natural do Rio de Janeiro (RJ). Acompanhe o texto! 


ANSIEDADE EM TEMPOS DE QUARENTENA. O QUE FAZER?


Por Diane Duque*


Há mais de uma década, o Brasil está no topo da lista de países com mais casos de pessoas ansiosas do mundo. Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), 18,6 milhões de brasileiros (9,3% da população) convivem com o Transtorno de Ansiedade Generalizada (TAG), caracterizado pela ansiedade excessiva e preocupação exagerada com os eventos da vida cotidiana sem motivos óbvios, definido pela Classificação dos Transtornos Mentais (CID10).

Nesse momento difícil que estamos passando, esse quadro parece estar se agravando, porém, é valido analisar que de certo modo, todo mundo está se sentindo inseguro, com medo, em determinado estado de alerta e diferente de um Transtorno de Ansiedade Generalizado, definido sem motivos óbvios. Agora existem reais motivos para nos sentirmos emocionalmente desestabilizados de alguma forma.

Nesse período de quarentena, são quase unanimidade as queixas de falta de sono, fome excessiva, tédio, medo, tristeza e preocupação com os eventos da vida cotidiana. Sintomas esses que normalmente poderiam ser apresentados como um Transtorno de Ansiedade

Entretanto, vale pensar que a rotina de alguém que hoje reclama de falta de sono, era acordar as 6h da manhã, tomar um café correndo, sair para o trabalho, enfrentar um transporte público lotado ou um trânsito caótico na frente do volante, depois oito ou mais horas de trabalho. Além do mais, as filas de banco, mercado, atrasos de serviços, ligações indesejáveis, etc. Soma-se a violência urbana, que nos deixa apreensivos. Tudo muito bem resumido na letra da música interpretada por Fernanda Abreu, “Rio 40 Graus”.
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E daí, da noite para o dia, não tem mais todo esse estresse. Agora o inimigo é invisível, desconhecido e mata! Os especialistas não se mostram mais tão especialistas pois o Novo Coronavírus é uma incógnita para o mundo inteiro. 

A economia que despenca, o governo desgovernado, que parece pensar diferente do mundo inteiro. Que tristeza uma crise política em meio a todo esse caos! A distância de nossos suportes emocionais, amigos e familiares a quem não podemos abraçar. E, o pior disso tudo, quem perde um ente querido para a COVID-19, não tem direito a uma despedida digna.

Então, não seria esperável uma certa ansiedade por tantas perguntas sem respostas? Um “em breve”, que nunca foi tão longo e sem certezas? Sim, estamos todos em certo estado de ansiedade, mas não sem controle, sem luz no fim do túnel. Pensar que “sim, é normal” se sentir inseguro nesse cenário, e que pode ajudar muito o fato de que não está em suas mãos o poder de mudar a realidade. 

Entretanto, se não pode mudar a situação global, certamente fazer desse momento uma forma mais agradável, sim, está em nossas mãos. Colocar a série favorita em dia, uma limpeza especial nos armários, documentos, um curso à distância que nunca teve tempo de fazer. Ler, ouvir música, tomar um chá planejando o futuro pelo menos até a próxima semana.

Enfim, aquelas coisas que muitas vezes sonhamos quando estamos no transporte público lotado, ou dirigindo num engarrafamento infernal, pensando “ah se eu tivesse um tempinho livre”. Então ele está aí, te dando uma chance. Aproveite, deixe um pouco todo esse pesadelo por algumas horas por dia e dedique-se ao que te dá prazer!

Mesmo que você esteja trabalhando de casa, use bem aquelas horas que passava no trânsito. Afinal, certamente quando toda nossa rotina voltar ao novo normal e, quando estivermos estressados com tantos afazeres, uma lembrança nos virá: “Bem que eu queria de volta aquele tempo vago da quarentena”.



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*Perfil: Diane Duque é jornalista, escritora, psicanalista e assessora de imprensa, com passagem em jornais e revistas e empresas de Médias e grandes portes como MRV Engenharia e Universal Music.




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