#CaféInSérie: Marielle Franco vira documentário e tem previsão de série para 2021 no Globoplay

março 15, 2020

Crédito: Globoplay / Reprodução. 
Quem mandou matar Marielle e Anderson? Porque até hoje esse crime não foi solucionado? As perguntas sobre o que aconteceu na noite do dia 14 de março de 2018, no Estácio, bairro da área central do Rio de Janeiro, seguem sem respostas. "Marielle - O Documentário", série original @Globoplay em seis episódios, conta a história dessa vereadora carioca, mulher negra LGBT, que nasceu no Complexo da Maré, filha de Marinete e Antônio Silva, mãe de Luyara e companheira de Mônica Benício. 

Assassinada junto do motorista Anderson Gomes, marido de Agatha e pai do pequeno Arthur. O carro em que eles estavam foi alvejado quando voltavam de um encontro de mulheres na Lapa. Apenas a assessora Fernanda Chaves sobreviveu ao ataque. Foram cinco meses de produção deste material, que contém conteúdo audiovisual inédito. O material que marca o início da produção de séries documentais do Jornalismo da TV Globo para o Globoplay.

O documentário tem direção e roteiro de Caio Cavechini, edição e roteiro de Eliane Scardovelli, edição de Rafael Armbrust e Felippe Ferreira, reportagem de Leslie Leitão, Arthur Guimarães, Felipe Freire, Sara Pavani e Tyndaro Menezes, pesquisa de Maria Morganti e Camila Azevedo Souza, fotografia de Mariane Rodrigues, Pedro Henrique Machado e Douglas Lopes e produção executiva de Ali Kamel, Erick Brêtas e Ricardo Villela. Abaixo, assista ao trailler:


“Estamos muito entusiasmados com mais esse espaço que se abre. É uma oportunidade sem igual para mostrar o talento de nossos profissionais em mais esse formato, a série documental. Jornalismo em profundidade, mostrando temas complexos em suas múltiplas facetas, seguindo os princípios do bom jornalismo que fará o público, tenho certeza, não perder um capítulo sequer. É uma linguagem diferente do que habitualmente fazemos, mas igualmente com grande qualidade. Marielle, o documentário, é uma excelente estreia. Outros títulos vão surpreender e agradar”, diz Ali Kamel, diretor de Jornalismo da Globo.

Ao longo dos seis episódios, o documentário registra momentos da adolescência da vereadora e de quando o motorista descobriu que seria pai. Conta com entrevistas com os familiares das vítimas, policiais, jornalistas que cobriram o caso, procuradores e autoridades políticas. 

“O conhecimento acumulado ao longo deste tempo sobre a história de Marielle e sobre o crime que a levou são enormes. E esse conhecimento foi o ponto de partida para as entrevistas. Quem assiste ao documentário, se emociona e se informa com a história da menina da Maré que chegou à Câmara de Vereadores, e descobre uma Marielle ainda desconhecida, que teve baile de debutante, foi rainha da primavera e frequentou baile funk”, diz Ricardo Villela, diretor-executivo de Jornalismo da Globo.
Pré-estreia do "Marielle - O Documentário". À esquerda Luyara e Marinete, filha e mãe de Marielle. À direita Agatha, esposa de Anderson Gomes; Anielle e Antonio Silva, irmã e pai de Marielle. Crédito: Reginaldo Teixeira / Globoplay. 
Sobre a estrutura narrativa da série, o diretor Caio Cavechini explica que há duas cronologias. “É um caso ainda sem respostas, com algumas reviravoltas ao longo desses dois anos. Isso é o que basicamente guia o documentário. Existem duas cronologias que correm paralelamente. A história de vida da Marielle e a do 14 de março até os dias de hoje, desde a investigação até a repercussão do caso, o impacto nas famílias e o surgimento das fake news. Essas duas narrativas acabam acontecendo de forma paralela, pois ao mesmo tempo em que avançamos numa determinada linha de investigação, mostramos algum detalhe da vida dela que o público ainda não sabe”, resume Cavechini.

Em seu último Dia Internacional da Mulher, Marielle fez o discurso derradeiro na Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro, seis dias antes de morrer. Com uma flor que acabara de ganhar de um colega, ela retribuiu o agrado com uma frase que faria todo sentido menos de uma semana depois: "As rosas da resistência nascem do asfalto"

A vereadora foi calada de forma repentina, mas no Rio de Janeiro, no Brasil e no mundo ergueu-se uma onda de indignação com a morte desta mulher, que se tornou mãe na adolescência, formou-se em Ciências Sociais e virou uma importante voz no combate à LGBTfobia. Saiu do Complexo da Maré para virar notícia no mundo, nos mais diversos idiomas, tendo se transformado em símbolo na luta pelos direitos humanos. Marielle está longe de ser passado. É presente.

Dramaturgia

A história da vida e da morte de Marielle Franco será contada também através de uma série de dramaturgia em oito episódios, ainda sem título, que marcará o primeiro trabalho do cineasta José Padilha com a Rede Globo. O projeto nasceu de um argumento da autora Antonia Pellegrino, que será criadora e produtora executiva da série. Padilha atuará como diretor, criador e produtor executivo. 

Com previsão de lançamento em 2021, a obra será realizada em coprodução com os Estúdios Globo e reforça o investimento do Globoplay na produção de conteúdo original brasileiro.

“José Padilha é o maior cineasta brasileiro da atualidade e é um privilégio tê-lo no Globoplay à frente de um projeto tão importante. Decidimos jogar luzes sobre a trajetória de Marielle Franco para que sua história, já conhecida no Brasil e no mundo, vá ainda mais longe – e Padilha ajudará a ampliar o alcance dessa história para grandes audiências”, diz Erick Brêtas, diretor de Produtos e Serviços Digitais da Globo.
Crédito: Carta Capital / Reprodução. 
Com previsão de duas temporadas, a primeira vai girar em torno da biografia de Marielle Franco, culminando com as circunstâncias do crime que chocou o Brasil e o mundo. Já na segunda, o foco será nos mandantes e, se o caso for solucionado, na resolução do crime.

“Vamos contar uma história importante, a história da vida e, infelizmente, da morte de Marielle. E, ao fazê-lo, vamos abordar, mais uma vez, o problema da violência urbana no Rio, da corrupção policial e das milícias e sua influência na política. A série será ficcional, como os dois Tropas de Elite foram ficcionais. Mas baseada em uma história real e na vida de Marielle, e em tudo o que ela representa”, pontua José Padilha.

"Sabemos que a memória de Marielle vive e não precisa de nós. Nós, que estamos vivos, é que precisamos da história dela - pra nos lembrar nossa própria humanidade. Marielle foi além em tudo o que fez, e em sua morte não foi diferente. O assassinato de Marielle Franco não é o único no Rio de Janeiro, cidade marcada pelo crime, mas é o único capaz de fazer o esgoto da cidade vir à tona", afirma Antonia Pellegrino.

O primeiro e o último episódio da série serão escritos por José Padilha e Antonia Pellegrino. Os demais serão roteirizados por um time de colaboradores, ainda a ser convidado para o projeto. Para liderar a sala de roteiristas, a TV Globo convidou o autor George Moura.

“Fiquei muito entusiasmado quando fui convidado pelo Globoplay para compor esse time, em meu primeiro trabalho com o José Padilha. A ficção, mesmo quando baseada em fatos reais, nos dá uma liberdade de investigar mais as motivações subjetivas que movem os personagens. É como se no documentário e na reportagem a realidade sempre fosse a última instância. Já na ficção, o desejo e o sonho podem falar mais alto. É uma honra e uma alegria fazer parte de um time que quer contar a história de uma heroína contemporânea brasileira como a Marielle Franco, neste momento do Brasil”, destaca George Moura, que assinará também a produção executiva da série.

Com direitos de exibição exclusivos do Globoplay no Brasil, a ideia é que o projeto ganhe o mundo. “Vamos buscar uma parceria internacional para viabilizar a exibição da série no mundo todo. A ideia é contar a incrível história vivida por ela para o maior número possível de pessoas, dentro e fora do país”, complementa Padilha.

As gravações da série têm início previsto para o segundo semestre de 2020, mas o diretor viajou de Los Angeles para o Rio de Janeiro especialmente para formar o time de roteiristas. A maior parte das cenas será rodada em locações na "cidade maravilhosa".




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Jornalista

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