#CaféLiterário: Livro fala sobre a rede de defesa dos direitos humanos no bairro Confisco em BH
dezembro 09, 2019No dia 12 de dezembro é comemorado o aniversário de Belo Horizonte, capital de Minas Gerais. A cidade, em mais de 120 anos de existência, acumula experiências bem-sucedidas realizadas por diferentes atores sociais para ressignificar seus territórios e transformar a vida de suas comunidades.
É o caso da Rede Confisco Pela Paz, no bairro do Confisco, em BH, formada por representantes da sociedade civil, órgãos públicos e escolas, como a Escola Municipal Anne Frank. A história da criação dessa rede intersetorial é contada no capítulo "Rede Confisco pela Paz: tecendo uma experiência criativa no território", que faz parte do livro digital "Criatividade - mudar a educação, transformar o mundo", organizado pelo programa Escolas Transformadoras, correalizado no Brasil pela Ashoka e pelo Instituto Alana. Para baixar o livro, clique aqui.
Situado na região da Pampulha, o bairro Confisco se desenvolveu em torno de um conjunto habitacional construído no fim dos anos 1980 e, mesmo sem condições ou infraestrutura básicas, a população se instalou nas imediações e se mobilizou para reivindicar, junto ao poder público, melhorias na região e o direito a serviços públicos, como saúde, transporte e educação.
Nesse cenário surgem escolas municipais na região, como a Escola Anne Frank, que hoje forma, junto com outros atores, a Rede Confisco pela Paz. A atuação da Rede teve início quando a comunidade percebeu a necessidade de melhorar a convivência entre os frequentadores de um parque, próximo às escolas da região, e ajudar a superar os problemas enfrentados pela comunidade local, como consumo e tráfico de drogas e aumento da violência na área.
O risco de perda dos direitos básicos, como ao uso do espaço público, à circulação, à liberdade e à integridade de seus educandos e de toda sua comunidade, fez com que as escolas redescobrissem modos de articular criativamente a educação, a ação política e os interesses da sociedade local.
"É necessário criarmos condições para a reunião de vários atores que possam trabalhar em parceria em busca das oportunidades de transformação. Contudo, a transformação social não ocorre num passe de mágica, muitas vezes nem chegamos a saber quando e onde ela irá se concretizar. Mas, se estivermos bem atentos, podemos percebê-la bem próxima de nós", diz Sandra Vicente, educadora e uma das autoras do capítulo.
A Rede aproximou pessoas, reuniu diferentes instâncias do município e organizações sociais, reafirmando a potência de diversas equipes que se juntaram para recriar uma realidade e transformar positivamente seu território.
"Vemos a transformação acontecendo quando a comunidade se apropria da sua praça como um espaço efetivo de aprendizagem de múltiplas competências, da arte, do esporte, do exercício do direito e da cidadania. Podemos constatar que há transformação quando já temos muitas histórias para contar", avaliam as professoras Maria Luiza Viana e Rosane Corgosinho, também integrantes da Rede Confisco.
Livro Digital
Escrito por estudantes, professores, gestores de escola, pesquisadores, profissionais do setor social e professores universitários, o livro digital aborda a importância da criatividade - uma das dez competências gerais estabelecidas pela Base Nacional Comum Curricular - na superação de desafios na educação e na sociedade.
Os capítulos abordam o tema propondo reflexões inspiradas nas experiências relatadas pelos 43 autores e autoras, que assinam os 16 textos da publicação. O e-book já está disponível para download gratuito no site do Escolas Transformadoras.
Gostou do Café com Notícias? Então, siga o blog no Instagram, no Twitter, no Facebook, no LinkedIn e assine a nossa newsletter.
0 comentários