#Obiturário: Morre Gugu Liberato, aos 60 anos, um comunicador que ajudou a escrever história da TV

novembro 23, 2019

Crédito: Record TV / Divulgação.  

A morte precoce do apresentador @GuguLiberato pegou todo mundo de surpresa nesta semana. Principalmente, por ter ocorrido por algo tão banal: um acidente doméstico em sua casa em um distrito próximo à Orlando, nos Estados Unidos. Gugu caiu de uma altura de aproximadamente quatro metros e bateu com a cabeça. 

Alguns colunistas chegaram a noticiar que o fato teria acontecido ainda na quarta-feira (20/11) e que ele teria tido “morte cerebral”, mas somente no quinta-feira (22/11) é que houve uma confirmação oficial sobre estado de saúde, considerado grave a ponto da família pedir para um neurologista brasileiro ir para lá auxiliá-los na melhor condução do tratamento.

Durante todo o dia, muito se falou sobre a cobertura do acidente de Gugu. Em respeito à família que vivia um momento de dor e desespero – sobretudo pelo fato da mãe do apresentador, de 90 anos, ter viajado às pressas para os Estados Unidos, boa parte dos veículos respeitou a decisão de divulgar apenas as informações oficiais que ficaram lideradas pela jornalista @EstherRocha – amiga de longa data de Gugu, assessora do apresentador e diretora do site O Fuxico, e do diretor Homero Salles, que trabalhou com o comunicador boa parte da sua trajetória na televisão.

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Quem cobre o mundo do entretenimento já sabia que o estado de saúde de Gugu não era bom, mas me chamou a atenção que, em muitos anos, não via a imprensa especializada em celebridade respeitar tanto a decisão da família de um artista, repassando apenas as informações oficiais. Claro, houve quem se antecipou e decretou a morte do apresentador antes da hora, mas em grande maioria os veículos preferiram seguir essa linha de respeitar a decisão da família e da assessoria.

Muito se deve, em parte, a figura emblemática de Gugu Liberato. Uma pessoa extremamente simples no dia-dia e muito educado com todos a sua volta. Vários colegas com quem conversei e que tiveram com Gugu em algum momento da carreira me relataram o quanto ele era uma pessoa acessível e generosa. 
Crédito: Record TV / Divulgação.  

Quantos talentos do meio artístico que Gugu ajudou a revelar nesses anos todos? Sonia Abrão, Comandante Hamilton, ET e Rodolfo, Tiririca, Afonso Nigro, Rodrigo Faro, Rafael Ilha, Alessandra Scatena, Luiza Ambiel, Solange Gomes, Nana Gouvêa, entre outros tantos artistas e músicos que passaram pelos palcos dos inúmeros programas que ele apresentou.

A minha memória afetiva do Gugu é da época da “guerra de audiência” aos domingos em que ele e Faustão duelavam pelo primeiro lugar de audiência. Lembro dos Mamonas Assassinas se revezando entre Globo e SBT, várias semanas seguidas. Ou ainda, de quadros polêmicos como a “banheira do Gugu”, que hipersexualizava as modelos com closes ginecológicos, ou do divertido “Táxi do Gugu”, em que ele se fantasiava de outra pessoa, assumindo características distintas, ou até mesmo o “Sentindo na Pele”, quando ele ia viver algo inusitado como morar na rua como um mendigo, por exemplo.

Quando Gugu trocou o SBT pela Record foi um alvoroço. Gugu estava em queda de audiência no SBT e o seu programa não repercutia como antes. A alegria dos tempos áureos cedeu espaço ao assistencialismo repleto de drama – algo que hoje é copiado por Luciano Huck e Rodrigo Faro. A criatividade que era um ponto alto da produção do Gugu, não conseguiu entender que a TV tinha mudado e que o público já não era o mesmo. Ele chegou a ocupar as noites de domingos da Record, mas não deu muito certo. 
Crédito: Record TV / Divulgação.  
Depois, ele foi para quarta-feira à noite com um desempenho melhor, mas ainda sim nada acima da média de audiência de outras produções da casa. Rompeu o contrato e voltou novamente para a Record assumindo o comando de dois realitys de sucesso: o Power Couple Brasil, que geralmente entra no ar no primeiro semestre, e o delicioso Canta Comigo, em que 100 jurados no palco avaliam a performance musical de calouros. Um formato vitorioso e que ainda está no ar com dois episódios inéditos gravados que a Record ainda não se pronunciou se irá exibi-los.

Gugu deixou três filhos: João Augusto, de 18 anos, e as gêmeas Sofia e Marina, de 15 anos. Os filhos e a mãe foram viver nos Estados Unidos e Gugu aproveitou esse momento da carreira em que não fazia mais programas semanais para ficar mais ao lado deles. Era um pai presente, amoroso com a mãe e um comunicador fora de série que, com toda certeza, faz parte da história da TV brasileira. Descanse em paz, Gugu! Você vai fazer falta. Muita falta.






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Jornalista

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