#VazaJato: Reportagem do The Intercept BR desmascara a falácia política de Moro e Dallagnol

junho 10, 2019


A noite deste último domingo (09/06) vai entrar para a história do jornalismo e da política brasileira. É que o site The Intercept BR publicou o início de uma série de reportagens que mostra conversas reveladoras no Telegram do ex-juiz da Lava Jato e atual ministro da Justiça, Sergio Moro; e o procurador da República, Deltan Dallagnol, encarregado da operação Lava Jato

Nas mensagens, Moro e Dallagnol articularam, em conjunto com outras pessoas, uma série de intrigas e comportamentos antiéticos para criminalizar o PT e, dessa forma, tirar Lula do processo eleitoral de 2018 para que o ultraconservadorismo fosse alavancado no cenário político brasileiro.

Apesar de grave, esse não é o único problema. A questão maior é a do pacote de provas (documentos, conversas, vídeos e áudios) que serão revelados nas próximas reportagens, mostrando que um Juiz não pode servir a interessantes partidários ou de usar o seu cargo para fins políticos, como aconteceu com a Lava Jato

Os diálogos indicam interferência do então magistrado no andamento das investigações do Ministério Público e, até mesmo, no vazamento de informações da operação para a imprensa.

É importante deixar claro que, até agora, em nenhum momento o site The Intercept BR se mostrou a favor do PT, ou ignorou os escândalos de corrupção que membros do partido estão envolvidos. Não é isso! A matéria mostra que desde lá atrás, no golpe que tirou a presidente Dilma do Poder, ao impedimento de Lula de dar entrevista aos veículos de comunicação no final do ano passado, que tudo isso era parte de um grande esquema que queria ascender outro grupo político de direita e, com isso, crescer o ódio ao PT, tendo como lema o fim da corrupção.

Se em um passado não tem recente, nós lembramos que muitas pessoas foram às ruas vestidas com a camisa da seleção brasileira de futebol como um símbolo pela luta do fim da corrupção e pela retomada do crescimento econômico. O ultraconservadorismo chegou ao Palácio do Planalto e nada mudou. Nada mesmo. 

E, desde que Bolsonaro assumiu a presidência, tudo o que pode ser feito para tirar de direitos sociais adquiridos – como a aposentadoria, fim do FGTS e da carteira de trabalho, estão sendo feitos exclusivamente para deixar os ricos ainda mais ricos.

O pior é que o discurso de que os direitos sociais atrapalham o crescimento da economia ou que fazem com que o governo gaste dinheiro desnecessário, ganhou adeptos entre aqueles que mais precisam dos direitos sociais para sobreviverem: os pobres. De nova política, isso não tem nada. 

O que vimos até então nesse primeiro semestre de governo Bolsonaro foi um amontoado de gente desqualificada e que menospreza a coisa público em cargos de poder. No meio disso está a população cada vez mais refém desse discurso que não se sustenta. Aos poucos, eleitores arrependidos começaram a se manifestar. 
Crédito: Agência EBC / Reprodução. 
Mas, o que era para ser uma comemoração nacional pelo fato de um site de notícias independente ter ter dado luz à esse tipo de reportagem investigativa, se transformou em um verdadeiro debate nas redes sociais por meio das hashtags: #VazaJato; #MoroCriminoso, #DeportaGreenwald e #ValeuGreenwald.

Além disso, parte da mídia tradicional e de bolsominions passaram acusar o The Intercept BR de ter hackeado o celular de Sérgio Moro e, dessa forma, de ter conseguido essas provas de maneira ilegal, anulando todo o trabalho de checagem e de apuração feito pelo jornalista @GlennGreenwald e equipe.

Nesse ponto, tenho que reconhecer que somos um País tacanho. Nem diante de provas de que houve toda uma fraude no Poder Judiciário para interferir diretamente nas eleições e no modo como a imprensa tinha acesso seletivo a informações exclusivas da Lava Jato para benefício político e/ou pessoal, o grande público entendeu.

Na nossa Constituição Federal é determinante que juízes tenham uma postura isenta e ética, sobretudo por serem servidores públicos. Algo que, certamente, Moro e Dallagnol, nunca fizeram. A casa caiu. Não há dúvidas de que o próximo Prêmio Pulitzer de Jornalismo tem tudo para ser de Gleen, que já ganhou um, inclusive. Esse é o verdadeiro papel social do jornalismo: mostrar que nem tudo é como parece ser, sobretudo na política.

Para ler as matérias do The Intercept BR, acesse:
- As mensagens secretas da Lava Jato (Parte 1)
- As mensagens secretas da Lava Jato (Parte 2)
- As mensagens secretas da Lava Jato (Parte 3)
- As mensagens secretas da Lava Jato (Parte 4)




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Jornalista

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