#CineCafé: Filme Roma apresenta ao público de forma sútil a memória da infância de Alfonso Cuarón

fevereiro 10, 2019

Crédito: Netflix / Reprodução. 
Por Marcelo Maradoss*



O filme “Roma” é um convite para uma linda viagem. O avião que aparece logo no início, no reflexo da água, também o encerra ao cortar os céus e nos leva a uma doce história toda em preto e branco. Para os amantes do cinema antigo, o filme é um deleite. 

Com uma fotografia majestosa e takes delicados, o longa, nos leva para Roma, uma colônia localizada no distrito de Cuauhtémoc, no México, do início dos anos 1970. Retrata a vida de uma família de classe média, composta por um casal com seus quatro filhos e uma sogra, mas ela não é a parte ruim dessa história, tampouco a estrela do filme. O destaque é para a doméstica Cleo, interpretada pela @YalitzaAparicio, a professora que se tornou atriz e, foi indicada ao Oscar categoria de Melhor Atriz (pasmem, é primeiro filme dela!).

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Cleo é uma típica mexicana, que traz consigo os traços dos povos nativos que outrora foram explorados pelos espanhóis. Deixou sua mãe para seguir seu caminho, e trabalhar nos grandes centros urbanos. Apesar da dura rotina como doméstica, sempre tirava um tempinho para ir ao cinema com Adela, sua colega de trabalho. 

A jovem têm alguns encontros com Fermín, que por sua vez é primo de Ramón, namorado de Adela. Cleo acaba engravidando de Fermín, que a deixou plantada no cinema ao saber de sua desconfiança em estar grávida, deixando-a a mercê da própria sorte, apesar de não ficar claro se ela engravidou em sua primeira relação sexual.
Crédito: Netflix / Reprodução. 

O casal de patrões passa por uma crise no matrimônio. Antônio, o patrão, logo no início da história, viaja para um congresso em Quebec, no Canadá, e não volta mais, abandonando a esposa, Sofia, que tenta esconder a situação de seus familiares. Mesmo tendo vários problemas, Sofia apoia prontamente a empregada, que tinha receio de ser despedida por esperar uma criança. 

Ao longo do filme, é claro o carinho que existe na relação patrão X empregada, Cleo é adorada pelas crianças, de modo especial pelo caçula. Essa relação é costurada de modo delicado no decorrer da história, que tem um enredo muito bem construído (Chega de Spoilers, afinal, quero que você leitor assista ao filme!). Talvez isso se dá, por se tratar de um filme de cunho autoral de @AlfonsoCuarón, que escreveu, dirigiu, produziu e o coeditou. Garantindo ao longa uma fidelidade ao projeto original que é de dar inveja.

Alfonso é renomado por ter dirigido inúmeros filmes como Children Of Man (2006), Y Tu Mama También (2001), e o mais recente, Gravity (2013), que lhe rendeu sete Oscar's, um deles como melhor diretor. São notáveis as qualidades e a versatilidade do trabalho Cuarón, que transita do futurista ao passado com maestria.
Crédito: Netflix / Reprodução. 

O drama da empregada é contado com tons de sutileza e muita sensibilidade, talvez o único ponto negativo seja que, algumas falas então muito baixas e mal se entende as falas que compõe o diálogo. O filme transpassa um ar de cinema antigo, já pode ser considerado um clássico, pois dispões de todas as características para tal e merece todos os prêmios que já ganhou e que ainda ganhará, não tenha dúvidas.

O filme praticamente já foi direto para as telinhas, desde o dia 14 de dezembro de 2018 já está disponível no catálogo da Netflix e foi exibido em poucos cinemas do México. O longa teve sua estreia nos festivais de cinema mundo afora, o que faz do filme uma afronta as superproduções cinematográficas. Roma compete com os grandes, mas vale aquele velho ditado: “Menos é mais”, assim ele vem levantando plateia e arrancando aplausos de muitas pessoas. Realmente vale a pena ficar duas horas diante dessa obra-prima. Abaixo, confira o trailer:

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*Perfil: Marcelo Maradoss, 23 anos, é jornalista de Divinópolis, em Minas Gerais. Para ler outros textos dele, clique aqui.










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