#Crônica: A arte de olhar para dentro de si e explorar mais o autocuidado com a saúde mental

janeiro 09, 2019

Crédito: Pixabay / Reprodução.  

Já reparou como as coisas que acontecem na nossa vida impactam a nossa saúde mental? Dia desses me peguei pensando nisso. É impressionante como as situações de alegria, amor, surpresa, compaixão, medo, raiva ou injustiça são capazes de nos desestabilizar emocionalmente e não nos permitir enxergar com calma aquilo que podemos ou não resolver. Querer ter o controle de tudo só traz ansiedade. Por isso, é muito importante entender que não precisamos abraçar tudo e praticar o autocuidado

Pode parecer egoísta, mas faça essa pergunta: o que de fato afeta a sua vida? De que forma a minha decisão pode impactar a vida do outro? Tomamos decisões o tempo inteiro. E uma delas é escolher o que quero para a minha vida. De que forma as ações externas me dizem respeito? Só a partir dessa reflexão é que conseguimos parar, respirar fundo e resolver praticar a arte de olhar para dentro de si e se permitindo vivenciar as emoções que vão surgindo ao longo do dia sem guarda-las ou ignorá-las.

Viemos de uma educação machista, patriarcal, cristã, eurocentrista e heteronormativa que nos oprime de falar sobre sentimentos e como coloca-los para fora. Com isso, passamos a reprimir determinadas emoções e, principalmente, sentir culpa por sair fora de um determinado padrão de comportamento socialmente aceito, mas que nem sempre dialoga com o que te faz feliz e que fortalece a sua saúde mental. E, por incrível que pareça, essa repressão emocional interfere diretamente na nossa vida sexual e, até mesmo, no modo como conduzimos os problemas diários.

É claro que precisamos entender que somos responsáveis pelos nossos atos e colhemos aquilo que plantamos. E isso vale tanto para ações positivas, quanto para aquelas nada assertivas, mas que na verdade trazem aprendizado a partir do momento que eu passo a ter consciência do meu erro. Mas somos seres humanos movidos pelo ego. E assumir um erro, nem sempre é a posição mais confortável, porém necessária para dar transparência a sua essência e saber que todos estamos aqui para si conhecer.

A culpa precisa ser ressignificada. Sentir culpa por um erro cometido faz parte do processo de aprendizado, mas se punir de forma demasiada e passar a se boicotar em nome dessa culpa é um problema sério e que abala a saúde mental. Por isso que o autocuidado é tão importante! É um momento do dia que você tira para pensar apenas em você, naquilo que você acertou ou precisa melhorar. Refletir sobre o dia que se foi, das coisas que podem ser feitas ou aceitar que algumas respostas só virão com o tempo...ou nem podem vir. Ás vezes, ao invés de uma resposta aguardada, você não passa a ter uma nova pergunta.
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Pelo resultado das #Eleições2018, a gente já sabia que 2019 não será um ano fácil. Toda hora os direitos sociais são ameaçados em nome de uma recuperação econômica que, claramente, irá beneficiar o mercado privado. Prova disso é essa primeira semana que já chegou como uma avalanche, derrubando tudo a nossa volta. Mas é preciso respirar fundo e pensar que, no final tudo vai dar certo. Se não deu certo ainda, é porque não chegou no final. #PorUmMundoComMenosAnsiedade 

Mas, de que maneira eu posso praticar o autocuidado para fortalecer a minha saúde mental? A primeira delas é se aceitar. Parece simples, mas a grande jornada da humanidade passa pelo caminho da aceitação. Quando a gente entende as nossas dificuldades e as nossas limitações, passamos pelo processo de transformação: o que eu posso mudar e o que não pode ser mudado? Quais são as minhas potencialidades? O que tenho de melhor em mim? Tem pessoas que tiram um tempo do dia para refletir sobre essas questões, outras fazem isso antes de dormir e tem aquelas que preferem escrever, conversar com um amigo ou fazer terapia. São várias possibilidades.

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Particularmente, só fui compreender a importância do autocuidado depois de fazer terapia. Conversar com um psicólogo é importante para que eu consiga fazer o exercício de me escutar e pensar sobre as coisas que aconteceram e que acontecem na minha vida para que eu possa seguir em frente fortalecendo a minha autoestima e o entendimento de quem eu sou, vivenciando as emoções e aprendendo com os acertos e erros que cometemos no nosso dia.

Quando a gente passa a entender a importância diária do autocuidado, outras questões vão aparecendo no esteio como, por exemplo, a importância de uma alimentação adequada, a prática de atividade física de forma constante e regular e o mais importante: reservar um tempo do dia para si e fazer o que ama ou que te faz bem. Daí a gente passa a entender a importância de focar no tempo presente e vivenciar tudo aquilo que está acontecendo naquele momento.
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Em seguida, você passa a se escutar e a valorizar o que você quer para si, o que te deixa feliz e passa a entender que querer a aceitação do outro é na verdade a busca por uma aceitação de si mesmo. Assim você passa a entender que não precisar agradar o outro, mas sim a você mesmo. Estar feliz consigo é importante para fortalecer a autoestima, doar amor ao outro e entender que não tem nada demais em pedir ajuda quando precisar. A amizade é assim, um elo da corrente segurando o outro para que juntos fiquem mais fortes.

A partir do momento que entendemos o autocuidado como um processo de mudança pessoal conseguimos ver que ninguém muda de um dia para o outro. Por isso, não se cobre tanto! Ria mais da vida e coloque mais leveza nas coisas. Todo o processo de mudança é uma construção. É como colocar uma pedra empilhada de cada vez no seixo: tem que ter calma e entender que você não tem que concertar tudo em você de uma hora para outra e que se for necessário recomeçar, não tem problema. O que faz de nós especiais são as nossas qualidades e defeitos…quem nos ama de verdade entende isso. Então, se ame mais! O amor é o melhor remédio para a nossa saúde mental.





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