#Eleições2018: Ataque ao grupo “Mulheres contra o Bolsonaro” mostra que o ódio vai além da política

setembro 17, 2018



No final de semana, o grupo no Facebook Mulheres contra o Bolsonaro sofreu um ataque cibernético, após conter mais de 2 milhões de apoiadoras em todo o Brasil. O movimento, que havia ganhado força nas redes sociais nas últimas semanas, é uma resposta das mulheres brasileiras que não se sentem representadas com a candidatura do presidenciável Jair Bolsonaro que prega o preconceito, a misoginia e a violência.

Querendo intimidar as mulheres que administram o grupo, hackers não só mudaram o nome do grupo para Mulheres com Bolsonaro, como intimidaram moderadoras e administradoras ameaçando colocar de forma pública os dados pessoais delas. Devido a grande repercussão do caso, o Facebook interviu e acabou devolvendo a administração às mulheres e restaurou o grupo que marcou para o dia 29 de setembro um ato nas ruas em diversas capitais do País, como forma de protesto.

Essa tentativa de ataque ao grupo no Facebook mostra que o ódio vai além da política. Não se trata só de uma visão de esquerda ou direita, mas sim de um ódio ao feminino. Como se as mulheres não pudessem se manifestar politicamente. Infelizmente, a direita ultraconservadora não tem e nem apresenta um projeto para recuperar o Brasil dessa crise política e econômica gerada pelo Golpe travestido de impeachment: querem acabar com direitos sociais, civis e humanos, baseado no senso comum e na religião – um retorno à Idade Média.

Ódio nas redes

Esse episódio do ataque ao grupo Mulheres contra o Bolsonaro mostra também o crescimento do ódio nas redes sociais contra aos partidos de esquerda, ao Lula, ao antipetismo. Tudo isso se mistura também ao ódio às conquistas sociais e a direitos sociais que ainda precisam ser conquistados pelas minorias. A impressão que dá é como se apenas uma parte da população pudesse ter direitos, a chamada elite (branca) brasileira.

Há ainda pessoas que acreditam que apenas a direita ultraconservadora poderá reerguer o país porque o Bolsonaro – e até mesmo outros candidatos de direita, se escoram na religião e no senso comum, pregando a pena de morte e o porte de arma, por exemplo, porque esse discurso é repetido várias vezes na mídia, no templo e na comunidade onde vivem.

Mas, como reverter esse ódio? Em uma conversa rápida, a gente consegue ver que apenas está expressando uma revolta com o sistema político de quem está pregando o preconceito e a violência. No caso do revoltado, com argumentos e mostrando fontes confiáveis de informação, você até consegue argumentar que não importa se você vai votar em X ou Y. O importante é perceber as propostas e um político cuja candidatura seja de verdade voltada para o social e para todos.

O caso de quem prega o preconceito é bem mais difícil. São pessoas que nem sempre querem abrir mão de privilégios sociais e se incomodam muito com a ascensão econômica dos mais pobres. E até mesmo quando a gente tenta explicar que a perda de privilégio não significa necessariamente uma perda, mas uma divisão social mais justa para que tanto o filho dessa pessoa, quanto o do porteiro do prédio dela tenham as mesmas oportunidades de ensino e no mercado de trabalho, graças às políticas publicas de inclusão social.  

Há uma resistência social para isso, muito porque o Brasil viveu séculos de apartheid social em que os ricos e milionários não convivem e se negam a conviver com os mais pobres. E eles acreditam ainda que a filantropia é capaz de ajudar os pobres e não as políticas de inclusão social. É incrível acreditar que esse pensamento ainda exista no século XXI, mas existe.





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Jornalista

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