#SexoSeguro: Diagnóstico tardio e automedicação podem agravar o tratamento da gonorreia

agosto 18, 2017

Foto: iStock / Reprodução.

A gonorreia é uma infecção sexualmente transmissível (iST) ocasionada pela bactéria Neisseria gonorrhoeae, que atinge, sobretudo, a uretra de homens e mulheres. A Organização Mundial da Saúde (OMS) emitiu, em julho deste ano, um alerta informando que foram identificados três casos incuráveis da doença no mundo. 

O achado foi atribuído à mutação do agente causador, que gera resistência aos antibióticos tradicionais. A prevenção contra a transmissão é simples: basta o uso de preservativo nas relações sexuais. No Brasil, no entanto, apenas 56,6% da população entre 15 e 24 anos usa camisinha com parceiros eventuais, segundo dados do Ministério da Saúde.

“Dois fatores podem contribuir para o agravamento da doença e a mutação da bactéria: o diagnóstico tardio e o uso de automedicação. Por isso, o ideal é procurar um médico aos primeiros sinais de que algo está errado”, explica o urologista Ricardo Marcondes de Mattos, do Núcleo de Urologia do Hospital Vitória de São Paulo.

Os principais sintomas da gonorreia em homens são dor ao urinar, febre e secreção uretral com aparência de pus. Já nas mulheres, a doença pode causar corrimento e sangramento ao urinar. Um sinal que pode acometer ambos os sexos é dor ao manter relações sexuais.

“Observar qualquer uma dessas características – e, principalmente, mais de uma delas associadas – deve ligar um alerta. O diagnóstico é simples, com exames laboratoriais como análise direta e cultura da secreção”, alerta Mattos. 

O tempo de incubação da bactéria da gonorreia é relativamente curto, de cinco a dez dias, e o tratamento é feito com antibiótico específico e prescrito pelo profissional que acompanhar o caso.

Entre as principais complicações que a gonorreia pode causar se não for tratada de forma rápida e eficaz estão inflamação nos testículos – podendo, em alguns casos, levar à infertilidade; estreitamento da uretra; e, em mulheres, inflamação nas trompas e no útero. “Com atenção à própria saúde e prevenção, as chances de reduzir a transmissão são imensas”, conclui Mattos.




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