#MeuPrimeiroBullying: Precisamos falar sobre aceitação e autoestima para salvar vidas
abril 08, 2017Nesta última sexta-feira (07/04), pela primeira vez, o Brasil celebrou o *Dia Nacional de Enfrentamento ao Bullying e à Violência na Escola. A data foi criada para incentivar que as escolas e demais ambientes sociais possam discutir e promover debates relacionados ao bullying, situação em que uma ou mais pessoas perseguem a outra com chacotas e, até mesmo, agressões físicas, com a prerrogativa de que tudo não passa de uma “brincadeira”, quando na verdade não é.
Que façamos um combinado importante: o bullying e o cyberbullying não são brincadeiras, mas sim uma forma de agressão e assédio que podem abalar a saúde mental e física de uma pessoa e, em alguns casos, provocando até mesmo o suicídio. Principalmente, quando falamos de crianças a adolescentes que ainda estão no processo de aceitação pessoal das suas características físicas e emocionais para a consolidação da sua autoestima.
Nesta semana, em especial, a Netflix lançou uma série que toca, de
certa forma, sobre este tema, que está sendo bastante comentada. Trata-se da
série “13
Reasons Why” que fala, entre outras coisas sobre suicídio, depressão e
estupro, dentro do universo adolescente, onde a escola e a família (principais
círculos sociais desta faixa etária) podem ser bem nocivos à saúde mental e
social, quando não se é trabalhado de forma acolhedora as questões relacionadas
a aceitação e a autoestima.
Para promover a série “13 Reasons Why” no Brasil, a Netflix fez uma série de vídeos com influenciadores digitais contando as suas histórias de bullying. Abaixo, confira a história de Bruno Rocha, mais conhecido na internet como Hugo Gloss:
Para promover a série “13 Reasons Why” no Brasil, a Netflix fez uma série de vídeos com influenciadores digitais contando as suas histórias de bullying. Abaixo, confira a história de Bruno Rocha, mais conhecido na internet como Hugo Gloss:
Além disso, por coincidência,
nesta semana a Rede Globo estreou a
nova novela das 21h, “A
Força do Querer”, que também tem uma personagem que irá se descobrir,
no decorrer do capítulos, transexual e sofre, desde criança, por se ver no
espelho e não se reconhecer, enquanto a mãe cobra de forma bastante insistente para
que a menina seja aquilo que ela não é.
Esta personagem em especial se
chama Ivana, vivido pela atriz Caroline Duarte. No terceiro capítulo ela tem
uma conversa linda com o pai sobre aceitação e a importância da gente saber o
que quer e não deixar que os outros, por pressão social ou familiar, digam
aquilo que a gente tem que ser. Quem escolhe o que te faz bem é você mesmo. E
quando a gente se aceita a gente consegue aceitar também as diferenças dos
outros e as diferenças que existem no mundo.
Quando penso em qualquer coisa
relacionada ao bullying a primeira coisa
que me vem à cabeça é a aceitação
pessoal e a autoestima.
Infelizmente, na juventude isso nem sempre é trabalhado muito bem. Muitos
jovens têm dificuldade de falar sobre o assédio que sofrem por serem diferentes
com pais e professores, por se sentirem fracos ou impotentes.
Eu mesmo já sofri bullying por
ser negro, gordo, gay, por gostar de ler/estudar, por preferir andar mais com
as meninas do que com os meninos. Lembro de ainda na infância também sofrer
brincadeiras por ter os dentes da frente maiores. Isso inclusive me inibia de
sorrir ou de rir na frente dos outros colegas. Também lembro de uma vez que,
por ser o único aluno negro da escola, os alunos me evitavam e ninguém conversa
comigo. Eu tinha a sensação de ser invisível...e isso era péssimo.
Na adolescência o que me salvou
foi ter encontrado na escola outras pessoas que também sofriam bulliyng e, que
de certa forma, essa situação nos aproximou e nos fazia ter mais força para
passar por essas supostas brincadeiras que deixaram várias feridas na alma. Não
é fácil superar o bulliyng. Também não é fácil reconhecer que passou por isso.
Mas é preciso ser forte e seguir em frente e, mais do que isso, saber a quem
pedir ajuda. Por isso, não deixe de pedir ajuda. Pode parecer que não, mas você
não está sozinho!
Todos nós já passamos por bulliyng
ou, pior ainda: já fizemos alguém sofrer este tipo de violência de forma direta
ou indireta. Dizer não ao bulliyng na escola, na família, na faculdade ou no
ambiente de trabalho é um ato de compaixão e de solidariedade ao outro. Bora se
colocar no lugar do outro, gente?
Para finalizar, deixou uma dica
muito legal que está acontecendo nas redes sociais. Vários YouTubers LGBTs se
juntaram para promover a tag #MeuPrimeiroBullying,
com uma seleção de vídeos muito emocionantes sobre este assunto. Vale a pena
assistir e compartilhar com as suas amigas e os seus amigos. Assista os vídeos, abaixo:
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*Observação: O nome correto da data
é Dia Nacional de Combate ao Bullying e
à Violência na Escola. Porém, pelo fato do blog Café com Notícias ser adepto das questões semânticas da “Cultura de
Paz e Não Violência” que sugere que retiramos a linguagem bélica e violenta de
qualquer tipo de conteúdo, optamos por substituir a palavra “combate” por “enfrentamento”.
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