#CaféConvidado: Jornalismo do futuro envolve (muitos) dados
setembro 16, 2016
O Jornalismo de Dados tem se mostrado como um diferencial de uma
grande reportagem, principalmente quando se é necessário fazer matérias sobre
transparência de dados de programas do governo ou de órgão públicos.
Na seção Café
Convidado desta semana, a jornalista Isabela Pimentel, fala sobre a
importância do jornalismo de dados na produção de notícias e o modo como as
tabelas e infográficos podem impactar uma reportagem. Abaixo, confira o artigo completo:
Por Isabela Pimentel*
Big Data é um dos queridinhos do momento,
seja na imprensa especializada ou nas mídias sociais. Com volumes cada vez
maiores de dados para processar, as empresas precisam estar mais atentas ao que
falam da sua marca e ter um olhar estratégico sobre as informações, que
precisam ser, além de armazenadas, editadas e categorizadas.
Felipe Grandin, diretor da E&P
Brasil, destaca que o uso de ferramentas de monitoramento e análise de dados é
fundamental para entender a dinâmica das relações nas redes sociais, o impacto
e alcance dos fatos. São também relevantes para o gerenciamento da própria
atuação dos jornalistas nas redes.
Ele reforça que as técnicas e
ferramentas de monitoramento, análise e visualização de dados provavelmente são
as mais vitais para a atuação das empresas nas redes sociais. Grandin considera
que nem sempre a audiência e a resposta dos leitores e consumidores são o mais
importante na produção jornalística.
Ele acredita que o principal papel do
jornalismo de dados nos dias de hoje é ajudar as pessoas a encontrar sentido na
enorme massa de informações que recebem a todo tempo.
O volume de dados que produzimos e a
que somos expostos cresce exponencialmente a cada dia. A variedade e quantidade
de fontes também. A tarefa do jornalista de dados é menos divulgar e
interpretar as informações do que dar as condições para que sua audiência
consiga compreendê-las.
“O jornalismo de dados é também o jornalismo tradicional
em um novo ambiente. Quase tudo o que fazemos atualmente gera bases de dados
digitais, que são extremamente valiosos para a compreensão do mundo em que
vivemos. Se não tivermos as ferramentas e o conhecimento para entender essas
informações, seremos facilmente manipulados por qualquer um que tenha”, justifica.
Um caso de sucesso se destaca pelo
uso inteligente do jornalismo de dados. O Prêmio ExxonMobil, maior de
jornalismo do Brasil, foi concedido a um projeto de jornalismo de dados ano
passado, a “Farra do Fies”, do Estadão, que investigou os gastos do governo
federal com o Financiamento Estudantil (Fies).
“A partir da análise e cruzamento de
grandes bases de dados públicas, os repórteres revelaram problemas graves e
desvios no programa. Uma fonte de bons casos de sucesso é a premiação anual
‘Data Journalism Awards’, da Rede Global de Editores. Particularmente, gosto
muito do projeto Dollar for docs da
ProPublica. Eles compilaram uma montanha de dados e conseguiram mostrar quanto
cada médico recebe da indústria farmacêutica. Dá para buscar pelo nome. Pena
que é só nos Estados Unidos”, conta.
Para quem tem interesse no assunto,
ele indica alguns caminhos para iniciar os trabalhos em jornalismo de dados:
- Para as funções mais básicas de
manipulação de tabelas e gráficos, o Google Docs é uma ótima opção.
- O Open Refine é muito bom para
limpar e corrigir erros em bases de dados.
- O Tableau é muito versátil
para visualizações e tem uma versão gratuita.
- Recomendo a leitura do Manual do Jornalismo de Dados
para qualquer um que esteja interessado no tema.
- A Escola de Dados também faz
um trabalho muito interessante de treinamento e divulgação dessas práticas.
- O Knight Center, da
Universidade do Texas, oferece muitos cursos gratuitos.
- A Abraji é uma referência
nessa área aqui no Brasil.
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publicitário, spot, jingle, videocast ou podcast. Mas, atenção: pode participar
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