Filme “Chappie” mostra que os humanos simplesmente mentem
julho 20, 2015*Por Sílvia Amâncio
Joanesburgo, África do Sul. A
violência toma conta da metrópole e a força policial instituída não é
suficiente para conter a barbárie nas ruas. A população acuada e em pânico
exige uma resposta rápida do Estado. Explorando os altos índices de
criminalidade e com a máxima capitalista de que tudo gera dinheiro, inclusive a
violência, uma grande corporação bélica de capital aberto se vale do caos
causado pela desigualdade social e desenvolve por meio da robótica, andróides
especializados em conter a criminalidade.
No terceiro longa do diretor
sul-africano Neill Blomkamp (Distrito 9 e Elysium), mais uma vez a exclusão
social, a segregação racial, as gangues urbanas nos guetos negros e a ausência
do Estado se fazem presentes com doses de muita marginalização social e críticas
ao capitalismo selvagem que lucra muito com o caos social.
Na história, Chappie é um androide
diferente, fruto de um sonho de seu criador que une um sistema operacional de
inteligência artificial com a personalidade humana ainda em sua primeira fase,
a infância. E como toda criança descobrindo o que o cerca, Chappie precisa de
um adulto para guiá-lo. Por um infortúnio, ele se desenvolve cercado por
marginais de uma violenta gangue e tudo que recebe em seus primeiros passos é
demasiado violento. Assista o trailer:
Nas ruas Chappie aprende o lado mais
cruel do ser humano. Como uma criança que engatinha para a existência, ele
aprende a amar, confiar, temer, contestar e odiar. Ele cria consciência e sente
o que é solidão, rejeição e dor da morte de quem amamos. Aprende o poder
destrutivo da mentira e por fim se dá conta de que “todos os humanos mentem”,
seja por sobrevivência, ganância ou pura maldade.
O longa não é potente em sua crítica,
mas exemplifica bem que somos a soma de todas as nossas experiências e
vivências, assim como o androide Chappie que descobre o certo e o errado, a
ética e imoralidade ainda jovem.
A escolha dos governantes em investir
na violência e opressão como soluções para a violência, ao invés de educação e
condições mais dignas de vida mostram a realidade nos grandes centros urbanos
dos países mais desenvolvidos ou em desenvolvimento. A busca de comportamentos
pacíficos e controlados está sempre fadado ao fracasso, já que estamos lidando
com a mente humana e suas complexidades.
O extremismo também é mostrado no filme na figura de um ex-militar que odeia máquinas, mas que cria um monstro tecnológico com traços fascistas para “limpar” a cidade dos maus elementos. Em Chappie, temos como cenário a pobreza violenta de Joanesburgo, a maior cidade da África do Sul, mas poderia ser a maior cidade do Brasil, do México, dos Estados Unidos.
O extremismo também é mostrado no filme na figura de um ex-militar que odeia máquinas, mas que cria um monstro tecnológico com traços fascistas para “limpar” a cidade dos maus elementos. Em Chappie, temos como cenário a pobreza violenta de Joanesburgo, a maior cidade da África do Sul, mas poderia ser a maior cidade do Brasil, do México, dos Estados Unidos.
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*Perfil: Sílvia Amâncio é jornalista, entusiasta da Sétima Arte e de um tanto de outras coisas. Especializada em comunicação em projetos ambientais e especializando em Comunicação e Saúde. Costuma escrever sobre relações viróticas de trabalho, saúde, direitos humanos e mídia, sempre levando para o lado latino-americano e socialista da vida ao sul da fronteira.
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