#CaféEntrevista: Rádios devem investir em streaming na web

julho 18, 2015

Estúdio da Rádio Antena 1, em São Paulo. Foto: Divulgação. 

Uma das vantagens que a internet trouxe é a facilidade que qualquer pessoa encontra para ouvir rádio e, consequentemente, a sua música favorita. E para isso, não são necessários investimentos mirabolantes, no que diz respeito à sintonização de uma rádio online. Em uma época em que o streaming de música está em alta, a transmissão de rádio pela internet também é uma opção interessante para ampliar a audiência de uma estação.

Em entrevista, o sócio-diretor da Rádio Antena 1, Maurício Negrão, conta que a rádio foi uma das primeiras no Brasil a investir em transmissão online. Para ele, os avanços dos serviços de streaming de música não devem ameaçar o rádio, mas sim trabalhar em conjunto, sempre de olho nas tendências do público. Negrão também lembra do crescimento do streaming das emissoras de rádio e informa que a Antena 1 também seguirá investindo no dial. Acompanhe:

1) Quando vocês começaram a perceber que o streaming estava ganhando espaço?
Há 15 anos. Nós fomos os primeiros a investir no streaming no Brasil. Hoje a audiência online da rádio corresponde a 40% do total e vem crescendo. No último mês, por exemplo, o aumento foi de 18%.

2) O público do streaming é o mesmo que das rádios offline?
Sim e não. Temos ouvintes que sintonizam nas duas formas, mas buscamos novos mercados para o online. Por exemplo, habitantes de cidades mais afastadas do interior de São Paulo, regiões nas quais, em geral, os serviços de streaming a pagamento têm pouca adesão. Nesses municípios, chegamos para competir com as rádios locais.

3) O que as web rádios têm que falta nos serviços de streaming e vice-versa?
Principalmente a qualidade e o calor humano. A programação das rádios é única e feita por uma equipe especializada, que se dedica 24 horas para isso. A figura do locutor permite a interação com o público e humaniza a transmissão. Há, ainda, o fator do custo zero de assinatura. Nos serviços de streaming há versões gratuitas, mas a sessão do usuário é interrompida a todo instante por propagandas. No caso da Antena 1, são 56 minutos de música direto, com o mínimo de publicidade. Dessa forma, as propagandas não se sobrepõem às músicas.
Uma foto publicada por Antena 1 (@antena1) em


4) Qual sua opinião sobre a possibilidade de personalização que os serviços de streaming oferecem, permitindo, por exemplo, que os usuários criem suas próprias playlists?
A personalização tem seus limites. As pessoas buscam sugestões do que ouvir e não querem perder tempo criando suas próprias playlists. Fora que essas playlists podem se tornar repetitivas e desatualizadas em pouco tempo. Já o conteúdo das rádios está sempre se renovando. Toda a programação é estudada por profissionais diariamente e isso nenhum algoritmo supera.

5) A Apple está desenvolvendo um novo serviço, o Apple Beats, e um DJ da BBC 1 foi chamado para trabalhar a semelhança com rádios tradicionais, pensando na oferta regional. O que você pensa sobre isso?
Acho que é mais uma tentativa de emplacar o streaming, não um real modelo de negócio. Os desenvolvedores talvez tenham enxergado o grande negócio que são as rádios tradicionais, por isso chamaram o DJ da BBC. As novidades em termos de escutar música vêm e vão, mas o rádio fica, seja online ou offline.

6) Qual o futuro da Antena 1?
Continuaremos a produzir conteúdo de qualidade e a propor novas opções de ouvir música, investindo tanto no online quanto no offline. Hoje, uma das principais exigências do público é a qualidade do áudio. Por isso, planejamos oferecer um complemento em high quality para os ouvintes, em breve.






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