SUS é referência em atendimento médico à população
junho 08, 2015
O Brasil é o único país do mundo com
mais de 100 milhões de habitantes que possui um sistema de saúde público,
gratuito e descentralizado. Municípios, Estados e União possuem papéis
diferentes e convergentes dentro do Sistema
Único de Saúde (SUS) que são fundamentais para garantir o acesso integral,
igualitário e universal do usuário.
Por ser um modelo de saúde em
constante construção e em processo de fortalecimento, o SUS é o único modo de
assistência de milhões de brasileiros. Em 2014, por exemplo, 71,1% da população
optaram por estabelecimentos públicos de saúde, ao invés de recorrer à
estabelecimentos privados ou oriundos da saúde suplementar (Planos de Saúde).
Esta é a constatação da Pesquisa
Nacional de Saúde (PNS) realizada pelo Ministério da Saúde em parceria com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O estudo
foi em 64 mil domicílios em 1.600 municípios de todo o País entre agosto de
2013 e fevereiro de 2014. O estudo é considerado o mais completo inquérito de
saúde do Brasil e traz dados inéditos sobre vários aspectos, entre eles,
acidente no trânsito, acesso aos serviços de saúde (atendimento e medicamentos)
e violência.
A pesquisa serve de base para que o Ministério da Saúde possa traçar suas
políticas públicas para os próximos anos. Durante o levantamento, foram
coletadas informações sobre toda a família a partir de entrevistas com cerca de
205 mil indivíduos em domicílio, escolhidos por meio de sorteio entre os
moradores da residência para responder ao questionário. Uma terceira fase da
pesquisa trará informações resultadas dos exames de sangue, urina e aferição da
pressão arterial dos brasileiros.
Dos 71,1% de usuários do SUS, 47,9% apontaram as Unidades Básicas de Saúde (UBS) como
sua principal porta de entrada na saúde pública. Os dados também apontam que as
políticas públicas cumprem papel fundamental no acesso a medicamentos. Do total
de entrevistados, 33,2% conseguiram pelo menos um dos medicamentos no SUS e
21,9%, por meio do Programa Farmácia Popular.
Na avaliação do perfil dos usuários
da rede pública de saúde, o estudo mostra que os serviços chegam a quem mais
precisa. A proporção de indivíduos que mais tiveram acesso a medicamentos nos
serviços públicos sobe para 41,4% na população sem instrução ou com fundamental
incompleto e para 36,7% entre os de cor parda. O mesmo acontece com o Programa
Farmácia Popular, ou seja, quem mais utiliza este serviço são as pessoas de
menor escolaridade.
Depois das UBSs, os serviços públicos
mais procurados pela população são os de emergências, como as Unidades de Pronto Atendimento (UPA) ou
Emergência de Hospital Público
(11,3%), seguidos pelos hospitais e serviços especializados: do total, 10,1% da
população vão até um Hospital Público ou
Ambulatório quando têm um problema de saúde e 1,8% vão aos Centros de Especialidades e Policlínicas
Públicas. Os consultórios e clínicas particulares atraem 20,6% dos
brasileiros e 4,9% buscam emergências privadas.
O estudo vem de encontro a outro
divulgado recentemente pelo Ministério
da Saúde. Em 2014, o SUS ofertou
4,1 bilhões de tratamentos ambulatoriais, 1,4 bilhão de consultas médicas e
11,5 milhões de internações. No ano passado, o total de recursos investidos em
ações e serviços públicos de saúde foi de R$ 92,2 bilhões e este ano será R$
98,4 bilhões. Os valores financiam programas, como Saúde da Família, que hoje atinge a 112 milhões de habitantes, ou
seja, mais da metade da população brasileira (56%).
Internações
Além disso, outro ponto chama atenção
na pesquisa: 82,6% das pessoas que se internaram nos 12 meses anteriores ao
levantamento consideraram o atendimento recebido nos hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS) como bom
ou muito bom. Da mesma forma, para 80,4% dos que tiveram atendimento de
urgência no domicílio, a avaliação foi boa ou muito boa.
O perfil de internação compõe-se
majoritariamente por jovens de 0 a 17 anos de idade (75,2%) e pessoas de baixa
escolaridade – 80,6% sem instrução ou com fundamental incompleto. Tratamento
clínico e cirurgia foram os dois tipos de atendimento mais frequentes nos casos
de internação. Em estabelecimentos de saúde públicos, as proporções foram de
42,4% e 24,2%, respectivamente. Em estabelecimentos de saúde privados, os
percentuais foram inversos – 29,8% e 41,7%, respectivamente.
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