Estrangeiro elogia atendimento do SUS em postagem nas redes sociais
junho 21, 2015
O programador de computadores
norte-americano Dylan Stillwood, de 34 anos, mora no Brasil há quatro anos e,
em junho de 2012, precisou ser submetido a uma cirurgia no maxilar em um
hospital do Sistema Único de Saúde (SUS).
Na ocasião, ele visitava o município de Caruaru, em Pernambuco, para conhecer
os tradicionais festejos juninos da região.
"Eu precisei operar meu maxilar, e passei oito dias
no hospital. Foi o meu maior encontro com o SUS. Eu fiquei muito impressionado
com o fato de que o Brasil tem saúde pública de graça, que é uma coisa que não
existe nos Estados Unidos. E o fato de que essa garantia é um direito
constitucional, considerada dever do Estado, e um direito do cidadão", contou Dylan.
Dylan procurou o Hospital Regional do
Agreste e foi prontamente atendido e hospitalizado. Recebeu medicação e,
posteriormente, foi operado. “Após sair do hospital, ainda fiquei mais uma
semana na cidade para esperar uma consulta final e a liberação do médico”,
lembra.
Este mês, Dylan leu um artigo dos
pesquisadores James Macinko e Matthew Harris, publicado no site The New
England Journal of Medicine, uma das mais importantes publicações
científicas em todo o mundo na área de medicina, sobre a atenção básica no
Brasil e a Estratégia de Saúde da Família. Macinko e Harris, ambos professores
de universidades americanas, viveram no Brasil e trabalharam no SUS. Segundo
eles, o Saúde da Família é um "poderoso modelo de provimento de cuidados
de saúde".
Dylan leu o texto na
página do Facebook do veículo americano e contou a experiência que
viveu ao ser atendido no SUS. Na ocasião, ele escreveu na rede social: "Os brasileiros devem exigir sempre
melhores condições de saúde pública, mas também devem se sentir extremamente
orgulhosos do SUS, uma conquista enorme que poucos países no mundo
alcançaram".
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Crédito: Facebook / Reprodução. |
Segundo Dylan, que vive hoje em São
Paulo (SP), o momento de mais orgulho desde que veio ao Brasil foi o dia em que
recebeu seu Cartão
Nacional de Saúde. "A operação que foi realizada de graça pelo SUS
me levaria à falência nos Estados Unidos. Não entendo porque muitos brasileiros
acham estranho um americano ficar com orgulho quando tirou um cartão do
SUS".
Ele afirmou que viu os defeitos do
sistema, e que sabe que existe muita coisa a se melhorar. "Na experiência que tive, vi que os hospitais são menos modernos
que os americanos. Mas, por outro lado, mesmo no interior do Nordeste, em uma
região que tem muita pobreza, com muitas pessoas sem condições de pagar um
plano de saúde, ninguém se preocupa em falir por ter ficado doente. E isso é
uma preocupação muito grande nos Estados Unidos. Pessoas que trabalham, mas morrem
de medo de ficar doentes porque não tem dinheiro, não têm poupança para pagar
centenas de milhares de dólares em contas médicas. Isso no Brasil não
existe", afirmou.
"Os brasileiros devem exigir
sempre melhores condições de saúde pública, mas também devem se sentir
extremamente orgulhosos do SUS, uma conquista enorme que poucos países no mundo
alcançaram", finaliza o norte-americaco.
Os serviços públicos de saúde no
Brasil são gratuitos, e de acordo com a Lei Nº 6.815, de 19
de agosto de 1980, "o estrangeiro residente no Brasil goza de
todos os direitos reconhecidos aos brasileiros, nos termos da Constituição e
das leis". O estrangeiro que precise de cuidados médicos pode procurar
atendimento na rede de atenção básica e urgências do Sistema Único de Saúde
(SUS).
Satisfação
Segundo a Pesquisa
Nacional de Saúde (PNS), realizada pelo Ministério da Saúde em parceria
com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e divulgada no
último dia 3 de junho, 82,6% das pessoas que se internaram em hospitais
públicos, por 24 horas ou mais, avaliaram o atendimento recebido como bom ou
muito bom.
O levantamento também apontou que
64,4% das pessoas atendidas pelas equipes de saúde receberam prescrição de
medicamento, sendo que 82,5% delas tiveram acesso a todos as medicações e 92,4%
obtiveram pelo menos uma.
A PNS foi feita em 64 mil domicílios
de 1.600 municípios do País, entre agosto de 2013 e fevereiro de 2014. O estudo
é considerado o mais completo de saúde do Brasil e traz dados inéditos sobre
vários aspectos, entre eles, acidente no trânsito, acesso aos serviços de saúde
(atendimento e medicamentos) e violência.
__________________________
*Por Portal Brasil.
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