Fiocruz faz pesquisa sobre doenças transmitidas por ratos
abril 14, 2015Foto: iStock / Reprodução. |
De olho no modo como as doenças oriundas
de ratos – e demais roedores, são transmitidas ao homem no meio urbano ou rural,
a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz),
em Pernambuco, criou um projeto de pesquisa nesta área. O trabalho visa
proteger a população da doença causada pela bactéria Yersinia pestis, que já provocou pandemias e milhões de mortes ao
longo da história.
Apesar de não haver casos da doença
em humanos no Brasil desde 2005, o trabalho de monitoramento é realizado de
forma permanente pelas secretarias de saúde dos municípios historicamente
afligidos pelo agravo e conta com a assessoria do Serviço Nacional de
Referência em Peste (SRP) da Fiocruz Pernambuco.
No projeto Estudo da soroprevalência das doenças transmitidas por roedores na
Região Nordeste do Brasil as análises que já são feitas para a peste serão
ampliadas e vão incluir outras doenças que têm os roedores como hospedeiros ou
transmissores, tais como: febre maculosa, leptospirose e hantavirose.
A iniciativa permite um melhor
aproveitamento das amostras coletadas em campo, que passam a ser destinadas ao
mesmo tempo para a verificação dos quatro agravos e traz como resultado
imediato também a maior capacitação das equipes envolvidas com as ações de
controle.
Iniciada em 2013, a primeira etapa do
projeto envolveu a qualificação de profissionais das secretarias estaduais de
saúde de Pernambuco, Ceará e Bahia. De lá para cá, um total de 110 técnicos dos
três estados foram treinados sobre os aspectos epidemiológicos e o controle
dessas enfermidades. Também já foram realizadas as expedições para treinamento
em campo e coleta de material biológico.
A bióloga e pesquisadora da Fiocruz Pernambuco Marise Sobreira, que
integra a equipe do projeto, destaca a importância das capacitações realizadas.
Especialmente para a segurança dos próprios profissionais da saúde, que muitas
vezes, ao lidar com os roedores, protegiam-se apenas contra a peste, sem levar
em conta os outros riscos.
Por exemplo, a maioria não usava
proteção respiratória, desconhecendo que a mesma espécie de roedor poderia ser
capaz de transmitir a hantavirose pelo ar. “No
treinamento todos são orientados sobre as formas de transmissão de cada doença
e o uso dos equipamentos de proteção adequados, para que não se tornem as
primeiras vítimas de um eventual surto”, explicou Marise.
As ações desenvolvidas integram o Programa de Controle da Peste (PCP) e
incluem a vigilância sorológica em áreas focais, onde são observados animais
denominados sentinelas (cães e gatos domésticos) e roedores silvestres, cujos
exames ajudam a identificar, por meio da presença de anticorpos, se a bactéria
causadora da doença continua circulando naquele local. Eventualmente são
realizadas também pesquisas para detecção da bactéria em vísceras de roedores e
pulgas.
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