"Profissão Repórter" mostra que a crise hídrica vai além das represas

fevereiro 11, 2015

Foto: TV Globo / Reprodução. 


O Profissão Repórter voltou ao ar nesta terça-feira (10/02), logo após o Big Brother Brasil. O jornalístico estreou a temporada 2015 do programa comandado por Caco Barcelos e uma jovem equipe de repórteres. O tema foi a crise hídrica que se instalou no país há quase um ano, mas que os governantes só resolveram assumir no início deste ano. Para assistir o programa na íntegra, clique aqui.

Bastante elogiado nas redes sociais, o Profissão Repórter teve a sua melhor estreia de temporada em seis anos que o programa está no ar. De acordo com dados do Ibope, o jornalístico marcou 18 pontos de audiência, sendo que na temporada passada o programa obteve apenas 10 pontos. O novo horário da atração, somado ao paredão do #BBB15 e, principalmente, o tema da falta de água foram decisivos para o ótimo desempenho.

Além disso, o mais interessante do Profissão Repórter foi em não se contentar em mostrar apenas que falta água na torneira do brasileiro e também nas represas. Houve uma preocupação editorial de mostrar que se estamos com um risco sério de ficar completamente sem água potável é porque não houve investimentos históricos em saneamento básico e preservação de nascentes, ribeirões, rios, lagoas e represas.

A crise hídrica no Brasil gera outros desdobramentos que impactam diretamente na economia, como a impossibilidade de produzir energia elétrica via hidrelétrica e, consequentemente, impactando o comércio, na indústria e no agronegócio. Mas, o mais preocupante, é que os governos (municipal, estadual e federal) têm um histórico de décadas de omissão perante os recursos hídricos.
Foto: TV Globo / Reprodução. 

Certamente, houve quem pensou um dia que a água potável seria eterna e abundante. Nunca foi. Essa omissão de transformar qualquer curso d’água em despejo de esgoto durante décadas bateu na nossa porta em 2015. Temos água suja abundante de bacias que poderiam ser usadas agora se elas estivessem limpas e tratadas.

Caco Barcelos foi com uma bióloga percorrer de barco a represa Billings, de São Paulo, que tem a água considerada poluída, mas que o governo estuda subutilizá-la de alguma maneira. O fato é que a represa possui pontos em que a água está suja, mas apresenta um bom nível de oxigenação, enquanto numa outra ponta o excesso de lodo (e cianobactérias) deixou a água verde igual um suco de couve. Mais adiante na represa, a água tinha 0,5% de oxigenação. Impressionante!

E o que acontece em São Paulo se repete em outras grandes cidades do Brasil. Nunca houve por parte da empresa de abastecimento uma preocupação ambiental de não deixar que seja jogado esgoto nos cursos d’água. Ou ainda, o que é mais triste, pessoas que moram loteamentos clandestinos, ocupações, comunidades carentes, vilas, etc., são obrigadas a fazer “gato de água” para poder ter acesso a uma água limpa.

Foi até mostrado um grupo de trabalhadores da empresa de abastecimento de Minas Gerais, a Copasa, que ficaram com peso na consciência de ter que cortar água numa comunidade carente que fazia "gato" de água. É complicado mesmo! Mas, ao mesmo tempo, já passou da hora de pressionarmos o poder público (e, principalmente, a sociedade) sobre a importância de conservar os nossos cursos d’água.

O que era uma questão de consciência ambiental, de sustentabilidade, agora se tornou sobrevivência. Não basta só economizar água...é preciso recuperar também os cursos d’água que foram historicamente poluídos. E quem vai pegar para si esta tarefa?







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Jornalista


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